Fanfic: Sopro de Esperança (Terminada)

gracias pelos comentários!!!

Os dois
começaram a discutir quando Poncho a arrastou para o outro lado do
jardim. Annie protestou:

- Eu o amo!

- Você nem sabe o que é amor! Pelo
amor de Deus, você só tem 17 anos... O que sabe sobre o amor?

- Ele me ama! Poncho segurou
firme na sua mão delicada e tornou a puxá-la.

- O que ele quer não é amor, Annie.
Acredite em mim. Annie tropeçou nos próprios pés, mas Poncho a ignorou e
continuou puxando.

- Como pode saber? Você sequer tem
namorada. Num piscar de olhos, Poncho levantou Annie e a carregou nos braços, o
rosto nas sombras a centímetros do seu. E Annie jamais o detestara tanto. Quem
era ele para dizer com quem ela podia ou não namorar? Além da humilhação de
vê-lo enxotar Derrick feito um coelho assustado, ela tinha horror a sermões.

A vida era dela! E Poncho arruinara
tudo!

- Como posso ter tempo para namorar se
estou sempre ocupado, tentando livrar a sua cara? E certas pessoas precisam trabalhar para viver.

Pelo tom da voz, Annie notou que Poncho
estava zangado. Muito mais que zangado, aliás. Poncho só engrossava a voz
daquele jeito quando ficava nervoso. Mas ela não se inti­midou.

- Ponha-me no chão.

- Não.

- Sim.

- Não. - Poncho parou e olhou em volta antes de resolver sentar no velho
balanço pendurado no carvalho, pondo-a no colo. - Para o seu próprio bem, você
precisa entender que aquele garoto não a levou para os fundos do maldito
jardim, o lugar mais escuro que encontrou, só para jurar amor eterno.
Ele a trouxe aqui para tentar se aproveitar.

- Não, ele me ama. Eu sei que sim.

- E por acaso como pode ter certeza se
o conhece há vinte minutos? - Os braços pareciam duas garras apertadas em torno
do corpo dela, mantendo-a imóvel. - Porque ele disse!

- Sim!
- Annie debateu-se com raiva, esmurrando-lhe 
o peito. - Dá para saber quando se é beijado por alguém daquela maneira.

Poncho teve o descaramento de rir.

- Não dá para saber se alguém nos ama
pelo beijo.

- Claro que dá.

- Não, não dá.

- Sim... dá sim! - E foi então
que ela cometeu o pri­meiro erro. - Aposto qualquer coisa que é possível. Por­que
se você me beijasse, eu não sentiria nada.

Poncho a apertou com mais força, e Annie
segurou firme na camisa dele para
manter o equilíbrio. - Aposto que posso fazer você sentir a mesma coisa que sentiu
com ele, e ainda mais. Beijar, ou sabe-se lá o que ele pretendia, não tem nada
a ver com amor.

O segundo erro foi:

- Então prove. Vá em frente.
Beije-me, já que está tão convencido...

E ele a beijou.

Foi a única coisa em que conseguiu
pensar antes de render-se a um turbilhão de emoções que jamais experi­mentara.
Foi como... Bem... Ela não fazia idéia do quê.

E foi Poncho quem lhe causou essa
sensação!

Annie tentou recuar, mas ele a segurou
pelos cabelos e a beijou com mais ardor.

Foi maravilhoso.

Os lábios carnudos eram mornos, a boca
voraz, e Annie correspondeu sem pensar. Porque não pareceu errado. Foi apenas
gostoso...

Muito, muito gostoso. E ela queria mais.

Quando Annie experimentou passar a
ponta da língua no lábio inferior de Poncho, ele gemeu baixinho. Uma ad­vertência?
Um protesto? Ela não entendeu. Será que fez alguma coisa errada? Ela não sentiu
nada semelhante quando Derrick a beijou.

Mas assim que Poncho cravou os dedos
na sua nuca, e a beijou com maior ímpeto, Annie descobriu a resposta. E quando
as duas línguas se entrelaçaram, ela sentiu algo vibrar por dentro e quase
gemeu alto, puxando-o para si.

Annie contorceu-se no colo de Poncho
para aninhar-se no peito dele. Ele lhe acariciou o joelho, explorando o tecido
aveludado do vestido com as pontas dos dedos até alcan­çar a fenda da saia e
tocar a pele nua da coxa.

Então Annie gemeu de verdade.
Foi impossível se con­ter, porque, ao mesmo tempo, a sensação foi intensa e
efêmera. Consentir que Poncho a tocasse assim...

Aquilo fez o coração dela bater
depressa demais. Deixou a pele arrepiada. Os seios arfaram. E sentir o corpo
reagir de tantas maneiras estranhas e inconvenien­tes devia fazê-la desejar que
ele parasse, não devia? Não devia1?

Porque aquele era Poncho

Não era certo desejar tanto que a mão
dele continuasse subindo. Ou morrer de vontade de afastar os joelhos um
pouquinho, para que ele a tocasse mais intimamente.

Annie sentiu a cabeça começar a girar.
O perfume de Poncho penetrou-lhe as narinas, enquanto uma espécie de aflição
alojou-se no ventre. E ela não sabia, sequer sonhava saber, o que significava
aquilo...

Era Poncho, o seu Poncho! Como
ele pôde causar todas aquelas coisas? Por que o fez? Será que Poncho não enten­dia
que, agora que a fizera sentir-se assim, ela jamais o olharia nos olhos outra
vez? Como ele pôde!

Primeiro, Annie ouviu uma risadinha e,
de repente:

- Oh, meu Deus! Não é o Derrick. Quem é esse?

- Annie, o que você está fazendo?
Ficou maluca? Esse aí é o filho da sua governanta!

Depois disso, o clima pesou de
verdade.