Fanfic: Sopro de Esperança (Terminada)

DESCULPEM O SUMIÇO, JA SABEM O TEMPO NESSES ULTIMOS DIAS PARECERAM VIRA SEGUNDOS, BESOS A TODOS E AGORA POST TODOS OS DIAS.

Assim, respirou fundo, olhando para
toda parte, menos para Poncho. Bastava contar até dez.

- Não imaginei que você viria rever a
planta com Ucker, só isso.

- Acho que é um pouquinho mais fácil
construir algo quando se sabe o que construir... - Deu de ombros. - Mas talvez
eu seja o único.

Annie rangeu os dentes. Mas relevar
alguns comentários dele, em vez de reagir àquela implicância o tempo todo,
ajudaria também.

Contendo-se bem a tempo, como uma boa
menina, aventurou-se a adentrar o armazém vazio, com um sorriso nos lábios ao
saborear a emoção de estar mais perto do seu sonho. Ela não deixaria o fato de Poncho
estar ali estragar tudo.

Certo, talvez ainda não parecesse
grande coisa. Mas com um pouquinho de empenho, imaginação e uma boa dose de
paixão... Bem, para ela aquilo já era maravilhoso. Provavelmente jogaria as
mãos para o alto e abraçaria aquela estrutura acaso não sentisse a presença de Poncho
tão próxima.

Suspirou resignada e espiou na direção
dele, nem um pouco admirada ao flagrá-lo olhando fixamente para ela.

- Algum problema? -Não.

Annie indicou a tábua.

- Podemos abaixar as armas antes de
abordar o inimigo, não acha?

Poncho jogou a tábua na pilha.

- Como pode parecer tão satisfeita com
esse buraco?

- Talvez porque eu não o veja como um
buraco.

- Novidades para você: no momento,
isso é um buraco. Annie respirou fundo. Não, ela não se meteria em outra discussão
com ele, assim como não prestaria atenção ao calafrio de ansiedade que
subiu-lhe pela espinha quando Poncho avançou na sua direção. Ela provaria que
era mais capaz que ele de agir feito adulta, e que tinha controle absoluto
sobre o próprio corpo.

- Bem, quando você e os rapazes
acabarem o trabalho, garanto que ficará excelente.

- Eu não fazia a menor idéia de que
você tinha tanta confiança na minha habilidade.

- Confio na habilidade de Ucker. Tudo
o que você precisa fazer é bater um prego no lugar. - Annie contou até dez e
fez nova tentativa. - Tenho absoluta confiança de que, depois de martelar
montes deles, você transformará as idéias de Ucker em realidade.

Pronto, melhorou.

Poncho sondou Annie antes de encará-la
com olhos velados, até ela pensar que o estrangularia acaso não dissesse nada
para distraí-la da respiração ou do perfume dele, ou do cacho de cabelo negro
caído nos olhos.

- O novo plano é tentar ser simpática
comigo, é? Annie engoliu em seco, cruzando os braços logo que o estrondo grave
da voz dele provocou-lhe reações nos seios, como se os mamilos demasiado
sensíveis pudessem sentir a vibração no ar. Então empinou o queixo para fitá-lo
enquanto contava até dez outra vez.

- E o que você faria se eu fosse
boazinha, Poncho? Isso não daria muita chance para você ser agressivo sem
parecer infantil, não é?

- Bem, na verdade, acho que dependeria
do quanto você pretende ser boazinha, concorda?

As palavras lhe escaparam antes que
pudesse detê-las.

- Dê a sua definição de
"boazinha".

Poncho fechou o cerco. Chegou tão
perto que ela pre­cisou inclinar a cabeça para encará-lo, o que conferiu ao seu
olhar indignado uma desculpa para demorar-se naqueles lábios, até flagrar-se no
ato e fitá-lo nos olhos.

Annie não conseguiu evitar um acesso
de riso quase nervoso quando entendeu o que eles expressavam.

- Oh-h-h, eu acho que não.

O que soou meio contraditório, pois cada
poro do seu corpo gritava: "Sim, sim, sim."

- Você nunca ouviu a expressão
"beijo da paz",

Annie?

- E só isso resolveria tudo, hein? -
Ponderou um minu­to, porque... Sabe... Se isso ajudasse... Mas então
lembrou-se do que aquele beijo causara, antes de Poncho se transformar nesse
impetuoso, atraente, quase magnético...

Filho da mãe.

- Talvez custe um pouquinho mais que
isso,

- Como o quê, por exemplo? - Ela não
sabia mesmo quando parar, sabia?

- Sou famoso por apreciar uma mulher
com imagina­ção e espírito de aventura. Todos sabem que você tem este aos
montes. Já que é assim, não poderíamos apenas con­ferir como você se sai com o
primeiro?

Ah, ele não tinha noção do que a
imaginação dela era capaz. Se por um segundo de insanidade ela cogitasse descrever
algumas fantasias noturnas sobre as maneiras de "fazer as pazes com
ele", o que Poncho faria? Pediria todos os detalhes sórdidos? A desafiaria
a demonstrar?

Não. Poncho apenas admitiria que tinha
imaginação mesmo, e ela teria de viver com essa humilhação.

- Vá para o inferno, Poncho.

Ele riu, estufando o peito largo.

- Sabe qual é o seu maior problema
aqui?

- Quer dizer além de você?

- Você não sabe o que fazer comigo,
esse é o problema. Porque vai ter de me agüentar por um tempo, e não pode
fingir ser alguém que não é comigo por perto.