Fanfic: 　déjame ღ (vondy) [1ª/2ª temporada]

mariuckermann: Que bom te ver por aqui, amr! Então, essa sua pergunta será respondida agorinha! Faltam só três, mas em Janeiro estou de volta com a segunda temporada :) Fico muito feliz de saber que gosta tanto da web, gracias *-* Beesos.
-

　Naquela tarde Belinda arrastou Dulce até o hospital, a princípio para ver se encontrava outra razão para o desmaio. Dulce engoliu a desculpa, embora Beli soubesse que, para suspeita de anemia, o médico pediria exame de sangue, e assim, se ela estivesse grávida, já descobririam.

　Ucker ligou uma vez enquanto as meninas esperavam o resultado do exame para retornar a sala do médico. Dulce resmungou que Beli a arrastara até o hospital e que mais tarde conversavam.

　Após saírem do hospital Beli e Dulce voltaram para o apartamento de Beli, onde um Diego impaciente aguardava notícias. Algum tempo depois Dulce decidiu ir para casa, tomar banho e relaxar até Ucker chegar, o que não demorou a acontecer. Ele sorriu ao vê-la sair do quarto.

Ucker: Me deixou preocupado, Dul. – sorriu dando um selinho rápido na garota. – Viu o que seu ciúme faz?

Dul: Ucker... – se sentando no sofá ao lado do rapaz

Ucker: E aí? Como foi no médico? – cortou, achando que ela iria argumentar sobre seu comentário.

Dul: É sobre isso que quero falar. – ela suspirou. – Eu estou com medo do que está acontecendo.

Ucker: O que está acontecendo? – olhou-a, confuso

Dul: Ucker, eu... Eu... Eu estou grávida...

　Por alguns instantes, Ucker parecera ter virado uma estátua, olhando para a ruiva que já estava ficando receosa. Aquele silêncio a machucava. Ela se sentia frágil, sabendo o que ele pensava sobre relacionamentos, mas ainda assim preferia que ele falasse alguma coisa, qualquer coisa.

Dul: Por favor, me diz alguma coisa... – uma lágrima desesperada rolou por seu rosto.

Ucker:  Eu... – saindo do estado de choque, continuou como se respondesse as horas: – Eu, não quero esse filho.

Dul: O que? – sem evitar que sua voz falhasse. Ouvir isso da boca dele era algo para o qual ela não se sentia preparada.

Ucker: O que você ouviu. – continuou como se falasse o óbvio – Eu nunca te pedi um filho. Eu não quero um filho.

Dul: Eu também não queria, não agora, não assim... Mas eu pensei que você...

Ucker:  Que eu assumiria essa criança? – se levantando, começando a ficar irritado. – Não Dulce, eu não quero, eu não vou ser pai!

Dul: Eu não fiz esse filho sozinha, Christopher! – levantando-se também.

Ucker: Isso eu sei, mas isso não significa que esse filho seja meu! – elevando o tom.

Dul: Que foi que você disse? – incrédula do que ouvia.

Ucker: O que ouviu, eu não tenho certeza se eu sou o... – recusando-se a falar a palavra “pai”.

Dul: Se não quer assumir a responsabilidade, eu até aceito, mas falar isso? – sentindo nojo do homem a sua frente. – Você sabe que foi o meu primeiro!

Ucker: Posso ter sido o último também, mas sei que não fui o único. Quem me garante que você só ficou com o Pedro?

Dul: Você... Você... – sem saber como expressar a raiva que crescia em seu peito.

Ucker:  Eu não sou o cara que você pensava que eu fosse? Qual foi sua primeira pista? Todos já perceberam isso. E te alertaram. Nunca te prometi ser fiel, nem jurei amor eterno! Se um dia você pensou isso é porque criou suas ilusões. Eu não tenho culpa! Nem algum dia soube responder mais que “Eu também” quando você dizia “Te Amo”. Você me idealizou um alguém que não sou, desde o começo!

　Ela escutava aquilo, sentindo o remorso invadir seu corpo, mais a cada instante. Se sentindo uma completa idiota por tudo aquilo, e com isso, todo aquele amor, ia se transformando em raiva.

Ucker:  Eu não quero um filho! – continuou, irritado – Eu quero curtir minha vida! Você acha que eu ia ficar feliz com isso? Caí na real Dulce, nenhum homem ficaria contente em saber que ia ter que deixar sua vida, sua liberdade, suas MULHERES (!), para ficar em casa trocando fralda, ou só ficar acordado na madrugada, porque tem uma criança chorando! Não, EU não sou assim! Eu quero ser livre, quero aproveitar ficar com uma mulher por dia, sete por semana, trinta por mês! Logo no começo eu disse pra Annie e pra Beli, amor NÃO EXISTE! Eu não quero isso para minha vida porque seria pior que a morte! Eu não consigo ficar trancado em uma relação, você sabe disso. Ontem eu me controlei para não começarmos a brigar por sua crise de ciúme... Então, você pode fazer o que quiser com essa criança, dês de que vá para longe, mantenha distancia de mim, desapareça no mapa! Não quero você com essa sua historinha de que vou ser pai, nem nada do tipo! Não faço a mínima questão de conhecer a criança, não quero saber mais nada sobre esse assunto, porque eu nem acredito nessa história! Esquece que eu existo, esquece o que aconteceu entre nós! Seja inteligente, aborte essa criança. Se livrando disso você vai ser livre... E vá viver sua vida! O que aconteceu entre a gente durou mais do que devia, mas tenho certeza de que em alguns dias eu já nem me lembrarei mais de você, porque tudo que eu te disse não passaram de palavras, frases de efeito e xavecos batidos que eu passo em qualquer mulher que eu queira ganhar. Não faz diferença, não é verdade, são só palavras! E seguindo meu conselho, sem essa criança, você vai poder começar sua vida de novo. Em pouco tempo você terá esquecido de mim, por que para mim, você foi só mais uma...

　Dulce se odiava por ser fraca demais e não conseguir conter as lágrimas que lavavam seu rosto. Sentia a dor se abrir e a despedaçar a cada palavra. O homem perfeito desmoronava mais a cada instante e ela via através dos olhos que um dia a hipnotizaram. Esse não era, nem de longe, o homem com quem ela estivera, com quem passara todos aqueles momentos, que falava aquelas coisas que a faziam derreter-se... Não, ele não era. Não podia ser o mesmo..

Dul: Se você quer pensar assim, – consegui juntar forças para falar e demonstrar o como sentia aversão ao homem parado em sua frente, em cada palavra. – se você faz tanta questão de ser “o pegador”, o problema é seu, mas eu não tenho porque fugir. Você acha mesmo que eu vou deixar as pessoas que me amam, as pessoas que eu amo, só por causa de você? Sinto muito, mas você não vale metade do que acha valer. Faça ou vá você pra onde quiser. A partir desse momento, eu não me importo mais. Errei muito, mas não pretendo errar de novo. E quer saber? Eu que tenho pena de você, apesar de tudo, Christopher. Você não tem sentimentos. Como pode falar desse jeito de uma criança? Uma criança que, por um lamentável acaso, você ajudou a gerar! E não acreditar no amor? O que você espera se não acredita no sentimento mais puro do universo? Eu só espero que um dia você mude, porque acredite, o mundo dá voltas, e um dia você lembrará dessas palavras, um dia você ainda vai sofrer por amor e vai entender que quando é de verdade, você não pode controlar. Você luta com todas as suas forças e até o último suspiro. Você sente a dor te dilacerar quando vê o erro que cometeu... E, mesmo que não seja mais da sua conta, mas é óbvio que eu não vou seguir seu conselho. Não vou matar o meu filho! Dane-se se você não tem certeza que é o pai, agora eu também queria muito que fosse uma mentira! Se o que você disse não teve valor, se você nunca se importou em eu ser mais que uma ficada garantida, se você quiser ficar com todas as mulheres do mundo, ou se você quiser se explodir, o problema é todo seu! Eu não agüento mais ficar um segundo disso! Eu não suporto mais olhar para sua cara, eu tenho nojo de ter sido sua, me sinto suja. Você transformou, em questão de segundos, o melhor sentimento que havia dentro de mim, na pior coisa que já senti na vida!

Ucker: HÁ! Isso não me importa! Nada disso me importa! Amor eterno – zombou. – Pra que eu vou querer amor eterno se posso ter um “amor” diferente a cada noite? E se você quiser sofrer criando um filho, sozinha, isso, como você disse, não é mais problema meu. Eu te dei o conselho, te disse o que eu faria no seu lugar. E você está certa, eu tampouco agüentaria isso. Eu vou embora. Não vou ficar aqui, não quero ver essa criança, não quero saber de mais NADA dessa história. Vou enterrar cada momento vivido aqui em um lugar da minha mente que eu nunca tenha que tocar novamente. Não me importa, nada disso faz diferença. E não posso fazer nada quanto ao seu ódio, já que foi você quem me imaginou um cara que eu nunca fui nem prometi que seria. Ignorou todos os alertas, inclusive os meus. Mas bem que dizem por aí que tem quem faça de tudo para se iludir, não é? Não sou príncipe encantado, não busco finais “felizes para sempre”, não quero uma princesa perfeita para todas as horas, só quero uma mulher para saciar minhas vontades, Dulce, só isso! E para mim, você foi APENAS mais uma... – repetiu, ao que ela não se refreou em usar toda a força de sua raiva para bater na cara dele.

Dul: Talvez isso te ajude a se lembrar de mim por mais tempo... – olhando-o com desprezo, enquanto ele reagia nem tão surpreso a agressão, colocando a mão na face fortemente dolorida e vermelha, a marca exata dos dedos e do ódio dela. – E se pra você eu fui só mais uma, eu não me envergonho de dizer, que ainda assim para mim você foi especial. Pelo menos enquanto eu te via com meus olhos hipnotizados. Mesmo que tenha sido o pior erro da minha vida, mesmo que as minhas melhores lembranças não passem de ilusões que eu mesma criei, nelas é você que está presente. Isso só mostra o quanto eu fui estúpida em te amar, em entregar meu coração a quem não se importa de jogá-lo fora! Só espero, com todo meu coração, que um dia você se lembre de tudo isso e se arrependa amargamente. Esse é o tipo de coisa que habita seus pensamentos até o fim, te persegue em sonhos quando você acha que finalmente esqueceu. Você vai se culpar, mas seu desejo vai ter se realizado, você não saberá mais notícias da minha existência. Você ainda vai ficar aflito ao pensar em mim e talvez até chore ao lembrar de nós. Mas por mim, você pode ir para o fim do mundo, eu, sinceramente, não ligo. E tampouco faço questão de voltar a te ver! Quando eu voltar amanhã, não quero rastros da sua passagem pela minha vida!  – ela abriu a porta e olhou pra ele uma última vez, amarguradamente – Até nunca mais, Christopher Uckermann! – saiu batendo a porta.

　Ela correu com dificuldade até a porta de Beli, mas não agüentou nem tocar a campainha ou bater, apenas apoiou as costas na parede em frente a porta, deixando-se deslizar até ficar sentada, chorando feito um bebê. Seu rosto já estava pegajoso pelas lágrimas, e o ar começava a desaparecer, fazendo-a soluçar, como se buscasse o ar. Nunca esperara que ele fosse ficar feliz com a notícia, nunca esperara que ele a girasse em seus braços, sorrindo e dissesse que a amava. Mas, por outro lado, tinha a esperança que ele tivesse um pingo que fosse de decência e disse as únicas palavras que ela precisava ouvir: “Estou do seu lado”.

　Como se sentindo a dor plausível no corredor, Beli apareceu na porta com Diego e no segundo seguinte eles estavam abaixados no chão. Diego levantou-a, já que ela caíra deitada no piso frio, e a fez apoiar a cabeça contra seu peito. Beli acariciava seu rosto com uma mão, enquanto a outra segurava uma das mãos trêmulas da amiga. A cena falava por si só, a atmosfera ali doía só de olhar. Era o fim e o começo. O fim de algo que apenas por um maldito acaso tivera começo. O fim da pureza daquele sentimento. Mas o começo da dor, do remorso, de um amadurecimento forçado, do medo...

　A ruiva sentiu-se levantar do chão, com ajuda dos amigos que a apoiavam. Por pior que aquilo fosse, ela ficaria bem. Enquanto estivesse com eles, pelo menos uma parte dela se curaria daquelas feridas.
-

N/A: Prontinho. Uma das cenas que eu tinha mais medo de postar nessa web, mas o gênero sempre foi drama, então... Enfim, agora faltam dois capítulos. E o próximo será postado , provavelmente, nesse sábado, 18. Só não sei informar o horário, já que não é certeza, mas no máximo no domingo, estará postado! Besitos!