Fanfics Brasil - Cega paixão (terminada)

Fanfic: Cega paixão (terminada)


Capítulo: 14? Capítulo

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Anahí poderia fazê-lo sem tocá-lo. Tinha bastante experiência e sempre evitava o contato com estranhos por não saber ao certo o que poderia lhe desencadear. E, em se tratando de alguém tão perigoso quanto o coronel Alfonso Oliver, todo cuidado era pouco. Muito séria, esticou o braço.


Sua mão tremia e mesmo contra a vontade tocou os dedos de Alfonso antes da caneca. A pele dele era morna, viva, suave... e Anahí encolheu depressa o braço. Na pressa, acabou derrubando a caneca, deixando cair a bebida nas pernas de Alfonso e em suas próprias mãos.


Alfonso pegou a caneca do chão, colocando-a sobre a mesinha, e voltou para perto da lareira.


- Vamos partir do princípio de que você não tenha nada a ver com o que anda acontecendo - disse, ignorando o incidente. - Já que se recusa a admitir que é membro da Spandau Corporation...


- Spandau Corporation? - ela repetiu. - Foi ela que deu início a tudo?


- O que é que você sabe sobre a Spandau? - Alfonso perguntou pondo de lado o disfarce de esquiador charmoso para revelar sua verdadeira natureza de militar.


Anahí o fitou e reconheceu que seu rosto bonito de certa forma tornava suas maneiras rudes ainda piores.


- O nome da firma estava pintado na lateral do caminhão. Aliás, tentaram apagar o nome com tinta. Foi a primeira vez que vi este nome.


- Onde?


- Não entendi. Onde o quê?


- Onde você viu o caminhão?


Anahí calou-se e voltou-se para Phil, que assentiu. Alfonso Oliver sabia exatamente onde ela tinha visto o caminhão e estava tentando importuná-la fazendo-a ter que se explicar.


Pois aquele era um jogo que ela se recusava a jogar.


- Não me venha com pegadas, coronel Oliver. Sabe tão bem quanto eu que vi o caminhão numa visão. Numa experiência paranormal, se preferir. Agora, por que não cai na gargalhada?


Alfonso conteve a irritação:


- Não estou com vontade.


- Ótimo. Nem eu. Ajudo Phil e a polícia só porque quero, não lhes devo nada. E digo mais: quero que saia imediatamente da minha casa!


Ele nem se mexeu, imperturbável.


- Se estiver de fato falando a verdade, então nos deve algo, senhorita. A nós e ao país. Tem que nos ajudar.


Era impossível para Anahí recusar um pedido de ajuda pois a única coisa que lhe permitia suportar a vida com aquelas visões era a certeza de poder usar seus dons em favor de outras pessoas, de quem precisasse de auxílio. Mesmo detestando Alfonso Oliver, não poderia dizer-lhe não.


Phil esticou o braço sobre a mesinha de centro e tocou-lhe os joelhos, pois sabia que Alfonso a deixara totalmente indefesa. Anahí gostaria de saber se Phil não se sentia nem um pouco culpado por ter provocado aquilo tudo.


Olhando-o dentro dos olhos, constatou que sim e, por causa da amizade sincera que os unia, deu um sorriso.


- Muito bem, coronel Oliver; conseguiu me prensar contra a parede. Se eu responder as suas perguntas, suspeitam que eu esteja envolvida na trama e, se não responder, sou acusada de covarde traidora. Pois bem, o que deseja de mim?


Alfonso a fitou com uma certa malícia nos olhos, mas ela ignorou.


- Quero encontrar o lugar onde você disse que viu o caminhão - Alfonso garantiu sem hesitar. - Quero que nos mostre onde estão o sangue e o sapato.


- Eu não sei... - começou.


- Mas pode encontrá-lo, não pode, Anahí? - Alfonso insinuou, tornando a pressioná-la num tom de desafio. - Alguém com seus... talentos não deveria ter dificuldades em apontar o local. Já sabemos que é nas montanhas e, portanto, não muito longe daqui. Agora, só falta você nos leve até lá.


- Não tem medo de que alguns de meus companheiros terroristas estejam de tocaia prontos para pegá-lo? - ela revidou.


- Como sabe que estamos falando sobre terroristas, Anahí? Ninguém falou nada a respeito.


- Alfonso - interrompeu Phil -, pare de pressioná-la. Ninguém pode fazê-lo acreditar em Anahí, mas também não precisa maltratá-la.


- Ela não parece magoada.


- Não se preocupe comigo, Phil - Anahí falou, esticando os braços e as pernas numa falsa demonstração de calma. - É preciso mais do que um simples soldadinho para me abalar. Se ele quiser ficar brincando de adivinhação, podemos jogar o dia inteiro. Não tenho nenhum outro compromisso marcado para hoje.


- Mas eu tenho - disse Alfonso.


- Eu sei.


Alfonso olhou-a, reparando nas mãos pequenas, nos pés delicados, nos óculos de armação dourada. Então disse:


- A Spandau Corporation é uma organização terrorista; suspeita-se que tenha raptado Shari Derringer.


- A filha do secretário de Estado? - Phil perguntou. - Eu nem sabia que ela tinha desaparecido.


- Ninguém sabe. Temos mantido segredo absoluto até ver que tipo de exigências serão feitas. Queremos saber se foi de fato um rapto ou se ela foi por vontade própria.


- Uma garota tão rica e tão bonita? - protestou Phil. - Que piada!


Um sorriso quase selvagem iluminou o rosto de Alfonso.


- Você sempre teve um fraco por garotas bonitas, Phil. - Anahí percebeu que Alfonso referia-se a ela e ficou satisfeita.


- Mas, Alfonso, qual é a relação entre os dois casos? - Phil perguntou.


Alfonso voltou-se para Anahí.


- Você quer contar a ele? - desafiou-a.


Ela o fuzilou com o olhar.


- Só o que posso fazer, coronel Oliver, é arriscar um palpite.


- Qual?


- Sei que Shari Derringer e Mary Nelson têm mais ou menos a mesma idade e tipo físico. Portanto, arrisco-me a dizer que talvez alguém quisesse substituir uma pela outra.


Alfonso assentiu:


- Parabéns. Só que só nós temos esta pista. Pelo jeito seus poderes são mesmo para valer - ele ironizou.


- Acredite ou não, eles existem!


- Bem, precisamos de todo tipo de ajuda! - Alfonso já não ironizava. - Vai nos ajudar, não vai?


Anahí o fitou e mil idéias cruzaram-lhe o pensamento, inclusive a de que não pretendia tê-lo por perto um segundo além do estritamente necessário. Muito mais perigosa do que a hostilidade com que Alfonso a tratava era a atração que sentia por ele. Mas Anahí não tinha escolha.


- Posso tentar... Posso tentar, coronel...



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Autor(a): Bela

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Anahí não estava acostumada a sentir ódio por alguém. Aliás, tinha domínio perfeito sobre as próprias emoções. Podia sentir ódio, raiva, alegria e até medo através de uma visão, através de uma outra pessoa, mas as suas emoções haviam sido há muito enterradas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 302



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  • myrninaa Postado em 31/08/2010 - 17:17:31

    Amei a web muito linda mesmo. Anciosa para ler a nova.

  • unposed Postado em 30/08/2010 - 22:22:30

    Adorei a web. Parabens!!

  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:24

    AAAAAa

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    Faltou um Te Amo dele
    kkkk

    Muito boa, parabens =)

  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:17

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:12

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:05

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:00

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:55

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:43

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:37

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