Fanfics Brasil - Cega paixão (terminada)

Fanfic: Cega paixão (terminada)


Capítulo: 18? Capítulo

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Alfonso estava na cozinha de Anahí preparando um drinque. A neve voltara a cair, cobrindo o parapeito da janela, e ele estreitava os olhos procurando enxergar a mata lá fora. Na sala, Anahí conversava com Phil num tom bem mais ameno do que aquele que lhe reservava. Também, pudera, era culpa sua. Não queria lhe dar nenhuma chance quando estivessem perto um do outro, pelo simples motivo de não confiar em si próprio.


De qualquer forma, a última vez que se apaixonara fora aos dezoito anos, no Vietnã, por uma garota de Da Nang. Amy Lee. Ela fora sua esposa, e a última mulher a fazer parte de sua vida. Não tinha intenção de reviver um romance tão cedo; muito menos com Anahí Hardy.


Na certa ela pediria a Phil que o mandasse embora. Phil iria resistir. O amigo o conhecia melhor do que ninguém, e sabia que não faria nenhum mal a Anahí, apesar de a estar tratando secamente e até amedrontando-a. O estranho era que não costumava assustar pessoas inocentes. Talvez Anahí estivesse lhe escondendo algo... Essa era uma possibilidade. Afinal por que ela ficava insegura, pouco à vontade ao seu lado? Devia ter bons motivos.


- Você vai precisar comprar mais uísque - Alfonso disse sem se voltar ao sentir a presença dela na cozinha.


- Bebo muito pouco.


- Mas eu bebo bastante.


- Neste caso, compre seu próprio uísque, coronel. Não posso pô-lo da porta para fora, mas também não preciso sustentá-lo ou agradá-lo.


Ele se moveu com a mesma agilidade que aperfeiçoara nas selvas durante a guerra, e que já se tornara parte de sua natureza. Anahí permaneceu onde estava e o fitou sem piscar, despertando-lhe admiração.


- Não - admitiu. - Não tem nenhuma obrigação de me agradar. Tenha só um pouco de paciência, Anahí. Vou embora dentro de mais uns dias. Até lá, relaxe e tome um drinque.


Ele segurou-lhe uma das mãos e a fez pegar o copo de uísque. Notou, então, que Anahí não se retraía, não fugia ao seu toque, mesmo fitando-o assustada. Uma sombra estranha lhe cruzava o olhar; algo que Alfonso não conseguia identificar.


- Gostaria de saber no que está pensando, mocinha.


- Não, não gostaria. - Sua voz era baixíssima, quase inaudível; o coração batia forte no peito. - Você não ia querer saber o que se passa em minha mente.


- Talvez não, mas, por outro lado, talvez eu goste de surpresas.


Era loucura, mas não havia como escapar. Desejava beijá-la de novo. Sem hesitar, curvou-se e roçou os lábios nos de Anahí, que não se esquivou, mas entreabriu-os num gesto involuntário e inconsciente.


Alfonso ia beijá-la quando Phil entrou na cozinha, sem se dar conta de que os interrompia.


- Puxa, que demora! Posso lhe preparar um drinque, se quiser, Anahí.


O copo de uísque espatifou-se no chão quando ambos o soltaram ao mesmo tempo, dando um passo para trás.


- Droga! - Alfonso exclamou, procurando algo com que enxugar o chão.


- Não se preocupe - ela disse, do outro lado da cozinha, fora de seu alcance. - Eu limpo depois que você sair.


- Mas eu não vou embora - Alfonso garantiu surpreendendo a si mesmo.


Anahí voltou-se para Phil com um olhar significativo mas, pela primeira vez, ele a ignorou.


- É uma boa idéia. Não gosto de saber que Anahí dorme sozinha nesta casa com um maníaco à solta por aí.


- Se for um maníaco! - Alfonso frisou.


- Além disso, confio em seu julgamento, Alfonso. Aliás, não me surpreenderia se você também fosse um paranormal!


Phil deu uma gargalhada, achando graça da própria piada. Alfonso, no entanto, viu Anahí fitá-lo, intrigada, e maldisse a língua comprida do amigo.


- Claro - brincou. - Não sabia que leio tarô nas horas vagas?


- Não precisa ficar comigo - Anahí garantiu. - Vou trancar as portas e as janelas antes de ir para a cama.


- Mary Nelson também deve ter trancado... e lembre-se de que Alfonso arrombou sua janela com muita facilidade na outra noite.


- Não estou correndo perigo nenhum, acreditem. Saberia, se algo estivesse para acontecer.


- Será? - perguntou Alfonso.


Anahí se recostou contra a parede e, muito pálida, fechou os olhos. Alfonso teve um ímpeto irracional de abraçá-la ao vê-la tão frágil.


- Não sei... - ela falou depois de uma pausa. - Estou tão cansada que já não sei de mais nada.


- Então, vá dormir - Phil pediu-lhe. - Vou sair para comprar uma pizza e, depois de jantar, Alfonso pode dormir aqui no sofá.


Alfonso fez uma piadinha qualquer mas Anahí o ignorou e, depois de se despedir, foi direto para o quarto.


- O que está havendo com você, Alfonso? Por que a trata como se fosse uma criminosa? Anahí só está querendo ajudar.


- Tem certeza de que ela é mesmo uma inocente e não uma espiã enviada para cá há dois anos, aguardando a hora de agir?


- Aprendi há muito tempo que não se deve confiar totalmente em nada, mas Anahí é inocente.


- Um erro destes pode levar qualquer um de nós à morte.


- Como Amy Lee.


- Como Amy Lee - ele revidou num tom quase selvagem.


- Só lhe peço que pare de provocá-la, sim? Não suporto vê-los brigando!


Alfonso achou graça.


- Está bem. Traga uma pizza sem anchova, certo?


- Sim, coronel. Mais alguma coisa?


- Não traga mais uísque; preciso ficar bem alerta.


A expressão de Phil tornou-se séria.


- Você acha mesmo que há algo de errado por aqui, não?


- Eu sinto que sim, é pura intuição. E olhe que minha intuição sempre funcionou bem.


- Eu sei... Quer que eu peça ajuda?


- Não, posso cuidar de Anahí sozinho.


- Volto daqui a uma hora - Phil garantiu. - E fique longe dela, sim? Anahí precisa descansar.


Exausta, Anahí entrou debaixo do cobertor elétrico e fechou os olhos. Mesmo de longe conseguia ouvir os passos de Alfonso na sala, o tilintar do telefone e sua voz abafada. Provavelmente devia estar pedindo mais informações a seu respeito, mas não encontraria nada de interessante. Afinal, até dois anos atrás, ela levava uma vida normal, com família, amigos e até um noivo.


Enfiando-se mais sob as cobertas, ela estremeceu. Toda sua família havia morrido. A começar pelos pais, quando ela tinha apenas sete anos; os tios, pouco depois. Quando, bem mais tarde, perdera também a avó, que a criara, sentiu-se desolada. Seus amigos haviam se dispersado. Alan morrera havia dois anos, e então ela resolvera desaparecer, incapaz de aceitar o fato de que poderia ter impedido a tragédia.


Isso jamais se repetiria. Nunca mais se envolveria com alguém a ponto de atrapalhar seus poderes, desperdiçando um talento raro que a natureza lhe dera. Assim que tudo terminasse e Alfonso voltasse para Washington, tornaria a erguer suas barreiras para que ninguém se aproximasse. Até lá, torcia para que encontrassem uma solução para o caso de Mary Nelson o quanto antes.



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Autor(a): Bela

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Às três e quarenta e cinco da manhã, insone, Alfonso concluiu que a casa de Anahí era pequena demais. O sofá era curto para uma pessoa de estatura média para alta, como era o caso dele; as paredes finas deixavam-no ouvi-la ressonar no quarto ao lado, o sono agitado por pesadelos que a atormentavam. E havia só um banheiro. Para ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 302



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  • myrninaa Postado em 31/08/2010 - 17:17:31

    Amei a web muito linda mesmo. Anciosa para ler a nova.

  • unposed Postado em 30/08/2010 - 22:22:30

    Adorei a web. Parabens!!

  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:24

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:17

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:12

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:05

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:00

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:55

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:43

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  • jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:37

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