Fanfic: Cega paixão (terminada)

Anahí enfiou as mãos nos bolsos e encolheu-se a um canto do banco. Alfonso aproximou-se, tirou-as dos bolsos e segurou-as entre as suas.

- É só um aperto de mão, Phil. Os poderes de nossa amiga aumentam quando alguém se aproxima e quero ver se consigo ampliar seus poderes.

- Solte-me - ela pediu, tentando inutilmente se livrar.

- Não, não vou soltá-la, pelo menos por enquanto...

- Você é um idiota, Alfonso Oliver! Acha que isso vai ajudar-nos a encontrar Mary Nelson? - indagou, incrédula e irritada.

- Acho - foi a resposta seca e lacônica. - E você sabe que estou certo.

Anahí sentiu o sangue subir-lhe às faces e maldisse o momento em que se envolvera naquela história toda. Mas, afinal, por que se importava tanto com as opiniões e atitudes de Alfonso?

As mãos dele apertaram as suas com mais força, mas seus dedos a acariciavam apesar da expressão rude do olhar.

- O que o faz pensar que isso me ajuda a ver coisas? - indagou um tanto tímida, a voz trêmula.

- Intuição... - ele respondeu, com um sorriso irônico. Anahí ainda tentou soltar-se mais uma vez; cansada, desistiu e recostou-se no banco. Phil tinha ligado o rádio e assobiava uma canção, desafinado.

- Ouça - disse Anahí bem baixo para que Phil não escutasse. - Ambos sabemos que você me odeia. Por que não abandona o caso e vai embora? Não importa se acredita em mim ou não; acredite em Phil. Ele lhe avisará se eu tiver alguma novidade.

- Quem disse que odeio você? E o que isso tem a ver com o caso?

Àquela altura, as defesas dela começavam a cair.

- Talvez nada; talvez muito.

Alfonso virou-lhe a palma das mãos para cima e deslizou-lhe o polegar pelos pulsos. Anahí viu naquele instante, com uma clareza incrível, as mãos deslizando sobre sua coxa coberta pelo tecido vermelho.

Desta vez, quando ela encolheu o braço, Alfonso a soltou e Anahí voltou a se encolher num cantinho do banco tal um animalzinho ferido. Alfonso observou-a, imóvel.

- Eu não a odeio mais do que você me odeia.

- Ora, eu...

- Não minta para si mesma, Anahí. Sabe o que sente, e eu também. Mas essa é uma questão que trataremos depois de descobrirmos Mary Nelson.

E, sem mais uma palavra, encostou a cabeça no assento e fechou os olhos.