Fanfic: Cega paixão (terminada)
Olhando para o quarto, lembrou-se de que ele não roncava. Através das paredes finas do seu chalé, no Colorado, era possível ouvir qualquer movimento de Alfonso, na sala, como agora.
Aproximando-se da porta pé ante pé, olhou para dentro do quarto. O sol tinha se posto já havia algum tempo, e a escuridão era quase total. Alfonso estava estirado na cama, dormindo sem travesseiro - como já sabia. Era de se admirar que tivesse alguns em casa, já que não os utilizava nem era dado a comprar coisas supérfluas. Provavelmente, tinha travesseiros para os - ou as - hóspedes. A idéia aborreceu-a e Anahí procurou não pensar mais no assunto.
Afinal de contas, Alfonso podia muito bem dividir a cama e os travesseiros com quem quisesse!
Preferindo não observá-lo, afastou-se da porta. O problema era que Alfonso era um homem bonito, acostumado a espalhar seu charme, e devia ter dezenas de amantes, de namoradas. Por sorte, nunca jogara charme para cima dela; a não ser naquela primeira noite que chegara ao chalé tentando se fazer passar por um esquiador preso pela neve. Era preferível uma hostilidade sincera a um carinho forçado. Mas o que mais precisava era de um carinho sincero, alguém que a abraçasse e a ajudasse a espantar os demônios que a perseguiam.
Porém, ninguém poderia salvá-la: os demônios assaltavam-na de surpresa, sem avisar. E ninguém poderia abraçá-la. Muito menos Alfonso. Um toque de outra pessoa só reforçava suas visões, tornando-as mais nítidas e fortes. Principalmente o toque dele.
Agitada, com frio e nervosa, não sabia se conseguiria dormir de novo. Voltando para a sala contornou as sacolas de compras e foi até a janela olhar a rua, levantando discretamente a persiana.
Não estava acostumada à multidão das grandes cidades. A rua fervilhava, repleta de carros, pedestres, pessoas indo e vindo de casa para o trabalho e vice-versa. Dali do sétimo andar, pareciam pessoas absolutamente normais, com filhos nas escolas e prestações da casa própria para pagar. Nenhuma lhe parecia um assassino; ninguém parecia estar vigiando-a, esperando para matá-la.
- Saia da janela.
A voz áspera de Alfonso assustou-a, fazendo-a soltar a persiana, que bateu com força contra o vidro.
- Você me assustou. Não sabia que já tinha acordado.
- Eu já lhe avisei, Anahí, para ficar longe das janelas - ele repetiu.
Alfonso tirara a gravata e desabotoara a camisa até a cintura. Os cabelos estavam despenteados, a barba por fazer, e sua fisionomia deveria ser de cansaço. Mas não: os olhos brilhavam, sempre alertas. O motivo para tanto alerta a inquietava.
- D-desculpe - pediu, sem jeito. - Esqueci. Sinto se o acordei; pensei que fosse dormir a noite toda.
Sem uma palavra, ele soltou o corpo no sofá e passou os dedos pelos cabelos.
- Não posso me dar a este luxo. Conseguiu dormir bastante de tarde?
- Várias horas. E nem cheguei a sonhar.
- Talvez fosse melhor.
- O que disse? - perguntou, confusa.
- Disse que talvez fosse bom sonhar, ou ter suas visões, o quanto antes. Não será através do Pentágono que iremos descobrir alguma coisa. Além do que a polícia de Denver e as notícias mentem. Só temos duas alternativas: sentar e esperar até que o assassino de Phil apareça ou apelar para os seus poderes. Por que não armamos uma sessãozinha e, quem sabe, nossos irmãos do espaço nos ajudem.
- Você sabe que não é assim. Por que me pede que faça o que não posso? Sei que não acredita, que acha tudo uma farsa, mas...
- Se eu a julgasse uma farsante, não a teria trazido comigo.
- E onde eu estaria a esta altura?
Por sorte, ele não respondeu. Havia um lado rude e selvagem em sua personalidade que a assustava, mesmo sabendo que não seria alvo de tal brutalidade. Por outro lado, conhecendo-o bem, não poderia garantir que jamais a magoasse. Seu senso de dever e justiça era muito aguçado e Alfonso não vacilaria em liquidar qualquer um que o atrapalhasse no cumprimento do dever, na execução daquilo que ele se propunha a fazer diante de causas que considerasse justas.
Alfonso se recostou no sofá e a observou.
- Digamos que estou começando a ficar desesperado, E disposto a tentar qualquer coisa.
- Esqueça, coronel Oliver. Não gosto que me encarem com tanto cinismo!
Autor(a): Bela
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Sem mais uma palavra, deu-lhe as costas e saiu, pretendendo refugiar-se no banheiro, mas Alfonso ergueu-se do sofá num pulo e segurou-lhe os pulsos. Assustada, Anahí perdeu o equilíbrio e teve que se apoiar nele para não cair. Assaltada por uma visão, Anahí entrou em pânico e começou a lutar para soltar-se, mas n ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 302
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myrninaa Postado em 31/08/2010 - 17:17:31
Amei a web muito linda mesmo. Anciosa para ler a nova.
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unposed Postado em 30/08/2010 - 22:22:30
Adorei a web. Parabens!!
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jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:24
AAAAAa
Que final lindo *---*
Faltou um Te Amo dele
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Muito boa, parabens =) -
jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:17
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jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:12
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jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:05
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jl Postado em 30/08/2010 - 20:02:00
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jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:55
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jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:43
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jl Postado em 30/08/2010 - 20:01:37
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