Fanfic: Cega paixão (terminada)

Alfonso a fitou intensamente.

- Não sei do que está falando - mentiu, sem conseguir enganá-la.

Anahí entrou no quarto, aproximou-se da cama e jogou-lhe o vestido vermelho, de tal modo que sua saia farta se espalhasse sobre o torso de Alfonso.

- Você falou em vestido vermelho. Nunca tive um vestido vermelho!

- Mas agora tem. Talvez eu a estivesse imaginando já com ele.

- Não minta para mim! Este não é um vestido qualquer, que você tenha comprado por impulso.

- Ah, não? Por que não? - indagou com voz suave.

- Porque eu o vi e você sabe. Vi nós dois juntos, e estava com esse maldito vestido.

- Claro que viu; pelo que diz, consegue enxergar o futuro, não é? Os espíritos do além devem ter lhe contado que eu ia comprar este modelo.

- Não.

- Não? Então, qual a sua explicação?

- É mais do que simples coincidência. - Decidida a esclarecer o caso, Anahí espalmou as mãos sobre o peito largo e musculoso, sentindo-o reagir imediatamente àquele toque. - Acho que você também é especial, Alfonso Oliver. Acho que também tem o poder de ver as coisas.

Ele segurou-lhe as mãos entre as suas, aquecendo-as com seu calor. Por um longo tempo, manteve-se calado, fitando-a. Anahí preparou-se para ouvir uma mentira, mas ele foi sincero.

- Talvez. Talvez eu tenha realmente uma sensibilidade mais aguçada que o normal, mas não vejo cenas completas como você vê.

- Idiota! - ela gritou, encolhendo as mãos e tentando afastar. - Hipócrita! Mentiroso! Todo este tempo me tratando como uma débil mental, uma paranóica, quando sabia perfeitamente tudo o que eu estava passando!

- Não é bem assim! - A raiva dela não o abalava. Muito calmo, tocou o vestido vermelho ainda jogado sobre seu colo e confessou: - Não tenho os mesmos poderes que você. Isto é, se forem de fato como você diz. Só vejo flashes muito rápidos, não são visões propriamente ditas. Phil achava que era um tipo de sexto sentido muito desenvolvido, talvez seja mais do que isso. Infelizmente.

-  E você não gosta de ser assim; despreza essa sensibilidade.

- Sim e não. Isso me ajuda, mas prefiro confiar no meu lado racional.

- Por isso vive dizendo que tudo não passa de bobagem e...

- Sim - ele repetiu, tocando o vestido.

Anahí manteve-se imóvel, consciente do que estava por acontecer, mas tentou ainda uma última escapada. Não conseguia ver um futuro para eles dois juntos e estava com medo.