Fanfic: Cega paixão (terminada)

 Desculpem-me por não ter postado mais ontem, o site estava com problemas...

Suspirando, caminhou até a porta, mas Alfonso a alcançou, aprisionando-a com suas mãos fortes; aprisionando seu corpo frágil e pressionando-a contra a porta; aprisionando seus lábios num beijo voluptuoso.

Anahí, imóvel, sentia-se como uma borboleta capturada. Não queria os beijos dele e tudo o que implicariam, temia a concretização do desejo que os consumia. Ninguém a beijara daquela forma; nem Alan, cujos beijos eram ternos e suaves. Nunca ninguém a aprisionara exigindo que retribuísse a um beijo. No entanto, era maravilhoso.

Procurando afastá-lo, pousou as mãos em seu peito mas, ao sentir-lhe a pele quente, o contorno rijo dos músculos, não resistiu. As mãos que antes o empurravam agora o puxavam para si. Pendendo a cabeça para um lado, ofereceu-lhe o pescoço num convite irresistível.

Alfonso ergueu o rosto e a fitou na escuridão do corredor, os olhos brilhantes de desejo.

- Vamos, beije-me! - exigiu, tornando a beijar-lhe a boca.

E ela o obedeceu sem vacilar, entreabrindo os lábios, lançando os braços em torno de seu pescoço.

Um simples beijo não deveria deixá-la tão atordoada, tão confusa, pensou. Só que o beijo de Alfonso não era um simples beijo: era completo, exigente, sedento e sua tentativa tímida de retribuí-lo só contribuía para aumentar o desejo de Alfonso, E o seu próprio, admitiu.

Quando ele se afastou, sentia-se zonza, como se flutuasse. As visões que tanto temia não a assaltaram - em seu íntimo só havia lugar para as sensações maravilhosas que Alfonso lhe despertava.

Excitada, puxou-o para si, mas Alfonso afastou-se. O telefone começara a tocar.

Ofegante, ele o atendeu, com irritação:

- Alô.

Anahí continuou onde estava tentando recobrar as forças e teve pena do infeliz que telefonara naquela hora. Alfonso parecia descontar nele toda a frustração por terem sido interrompidos.

- Está brincando! Quando? Entendo. Qual a versão oficial? - E aguardou a resposta, atento. - E eles esperam que alguém acredite? Tudo bem, já sei. Mantenha-me informado. Está certo, não vou gritar mais com você. - Seu olhar cruzou com o de Anahí por um segundo. - Não, não vou fazer nada de importante.

Anahí sentiu um misto de alívio e desapontamento. Mas seus lábios ainda traziam a marca dos dele, sua pele ardia nos pontos onde ele tocara...

Depois de desligar o telefone, Alfonso acendeu a luz da sala.

- Você já comeu?

- Não.

- Vou preparar alguma coisa. Talvez uma pizza, ou um filé. Vai ser uma noite muito longa.

- Por quê? O que houve?

Ele parou bem à sua frente!

- Adivinhe.

Anahí fechou os olhos; em parte para não vê-lo e também para disfarçar a irritação.

- Como posso saber? Diga.

- O corpo de Shari Derringer foi encontrado.

Ele mesmo se surpreendia por ter lhe contado a verdade, já estava farto de mentir para Anahí. De mentir para próprio. Há muitos anos não revelava seu segredo a ninguem e não saberia dizer por que a escolhera, entre tantas outras pessoas...

- Eu não como carne - ela anunciou, irritada, ao vê-lo tirar o filé da geladeira.