Fanfic: Cega paixão (terminada)

Alfonso foi até a cozinha, empurrou o corpo de Kempton para dentro e fechou a porta. Depois voltou para o quarto e sentou-se ao lado dela, que havia se deitado. Acariciando-lhe o braço com uma das mãos, apanhou o telefone de teclas com a outra e digitou alguns números.

Anahí parecia agora acostumada à onda de desejo que a inundava quando Alfonso a tocava.

- Sou eu - Alfonso disse ao telefone, rude e abrupto. - Sim, eu sei. Tenho uma encomenda para você; preciso que se livre dela para mim. - Ele aguardou enquanto a pessoa do outro lado da linha respondia. Anahí tentou, mas não conseguiu escutar. - Sem balas. Traumatismo craniano... Há quanto tempo? Bem, talvez uma hora...? - E olhou para Anahí, que assentiu. - Sim, está morto há uma hora. Não, não eu, cara. Um amigo.

Um amigo... Anahí repetiu em pensamento. De repente, tudo lhe parecia muito confuso: não saberia dizer como tivera coragem de deixar para trás o pequeno chalé do Colorado, tão tranqüilo, para vir se meter neste apartamento de Washington, com um homem praticamente estranho. Tampouco imaginava quando conseguiria ver-se livre daquela enrascada. Só sabia que Alfonso agora era seu melhor amigo, e cuidaria de tudo.

- Até lá, já teremos ido embora - Alfonso garantiu sem olhar para Anahí. - Veja se consegue sumir com tudo, para não deixar qualquer prova. Não, não estou querendo lhe ensinar como agir, só estou tentando ajudar com uma sugestão. Ah... Danny, é alguém que você também conhece: Kempton. Ele invadiu minha casa e tentou matar meu amigo. Depois lhe explicarei com detalhes.

Alfonso desligou o telefone e permaneceu imóvel por uns segundos. Então, seus olhares se cruzaram e Anahí notou sua preocupação.

- Você está bem? - ele insistiu.

- Acho que sim.

- Vamos ter que ir embora daqui. Fique onde está e deixe as malas por minha conta.

- Para onde vamos? - perguntou, procurando participar de alguma forma.

- Ainda não sei, mas garanto que ninguém vai nos encontrar. Maldito Kempton! Não sabia que ele tinha se virado contra nós. Ou melhor, já desconfiava, mas não tinha provas concretas. Tem certeza de que ele não te machucou?

- Ele nem encostou as mãos em mim.

Sentada na cama, Anahí contou-lhe rapidamente a história e o viu arrumar a mala. Quase se manifestou quando o viu pegar o vestido vermelho, mas calou-se. Não tinha forças para falar ou pensar em mais nada. Só sabia que acabara de matar um homem. E isso lhe parecia um horrível pesadelo.

- Pronta?

Anahí teve vontade de balançar a cabeça numa negativa, fugir, se esconder, mas não havia escolha.

- Estou pronta - respondeu, a voz trêmula.

Alfonso apanhou a mala pesada com uma das mãos e, com a outra, ajudou-a a se levantar.

- Vamos - ordenou e, abraçando-a pela cintura, guiou-a para fora do apartamento.