Fanfic: Cega paixão (terminada)

Exausto de tanto prazer, ele rolou para o lado trazendo-a consigo. Foi quando o telefone começou a tocar.

- Não atenda - Anahí pediu, escondendo o rosto para que ele não a visse chorar.

- Não se preocupe. Não vou atender.

Respeitando sua reação, Alfonso abraçou-a com mais força e permitiu que chorasse à vontade. Paciente, esperou até que os soluços cessassem e as lágrimas secassem.

- Você está bem? - perguntou, então, vendo-a mais calma.

- Não - ela respondeu tentando afastar-se, mas Alfonso a impediu.

- O que foi? Eu machuquei você? Olhe, Anahí, eu...

- Você não me machucou. Só quero ficar calada um pouco. Ou, se precisa mesmo falar alguma coisa, diga que gosta de mim, que sou bonita, que foi uma das experiências mais maravilhosas de sua vida.

- Foi uma das experiências mais maravilhosas da minha vida - ele afirmou e Anahí acreditou. - E você é linda.

Era mais do que ela esperava e, talvez, mais do que merecesse. Afinal, Alfonso não tinha culpa por ela haver se apaixonado.

- Preciso dormir - disse na esperança de que ele a deixasse só. E o odiaria por isso.

- Eu sei.

Alfonso não era um homem paciente ou gentil, mas o fora com ela aquela noite. Fora amoroso mas não a amava, e Anahí não sabia como conviver com esta verdade.

- Venha... - E Alfonso ajeitou-a de tal modo que Anahí adormeceu em segundos. Envolta por braços que não a amavam, acariciada por mãos que não a amavam, a boca que não a amava pousada em seus cabelos. Mas adormeceu.

Alfonso sabia que fora preferível não mentir para Anahí. As experiências amargas por que passara lhe haviam roubado a capacidade de amar, mas importava-se com ela, queria-a muito bem. Sua intenção fora a de lhe proporcionar algum prazer, mas jamais imaginara que ela fosse se entregar tão completamente, que seus corpos e suas mentes se integrassem numa harmonia tão perfeita.

Acordado e alerta, Alfonso ficou ouvindo a chuva bater no telhado.

Horas mais tarde ela despertou. A chuva tinha passado e o sol começava a surgir no horizonte. Anahí abriu os olhos e olhou para a janela. Depois, olhou para Alfonso de modo solene.

- Acho que você me meteu numa confusão.

- Por quê? - ele quis saber, afastando a manta que lhe cobria os seios.

- Gostei de fazer amor com você.

- Ótimo... - O corpo de Anahí estava ligeiramente rosado sob a luz da manhã. E ele tocou os mamilos rijos, tentando puxar as cobertas mais para baixo. Mas Anahí impediu, puxando-as de volta até o pescoço.

- Não faça assim - ele pediu. - Deixe-me olhar para você, quero vê-la nua e...

- Não. Quero tomar um banho, vestir uma roupa limpa. Precisamos conversar.

- É mesmo? - perguntou preguiçoso, beijando-lhe as pálpebras. - E o que eu quero, não conta?

- Imagino o que seja...

- Não precisa imaginar - Alfonso assegurou-lhe, pressionando o corpo ao dela.

E beijou-a com ardor, fazendo o possível para demonstrar que a queria bem. Faria de tudo para deixá-la feliz, menos mentir.

- Bem, talvez nossos desejos não sejam tão diferentes assim... - ela confessou, arrancando de vez as cobertas e se deixando levar pelas carícias de Alfonso.