Fanfic: Cega paixão (terminada)

Alfonso continuava conversando ao telefone quando Anahí saiu do banheiro vestindo apenas o vestido vermelho e debruçou-se sobre o parapeito do mezanino, os cabelos soltos. Alfonso olhou-a com uma expressão sensual, tão cheio de desejo que a fez corar. Porém, um segundo depois, tornou a se concentrar na conversa, fechando-a para fora de seu mundo.

Por mais que tentasse, Anahí não conseguia ouvir o que ele falava e, antes que chegasse à sala, Alfonso já havia desligado. Depois de pegar um café na cozinha, Anahí voltou para a sala e o encontrou sentado no sofá com uma fisionomia distante, pensativa, meio triste.

- Quem era? - perguntou, sentando-se na cadeira em frente.

- Danny.

- Más notícias?

- Depende do ponto de vista. Kempton foi encontrado e a polícia está dando o caso como mero acidente de trânsito. Duvido que percam tempo investigando mas, mesmo que o façam, Danny sabe quem procurar para fazer com que as investigações parem. Afinal, Kempton era um agente duplo. A polícia está à procura da caminhonete. Marcy Lou não gostou do negócio que fizemos e seus patrões querem que o culpado pague pelos prejuízos no posto.

- Não se pode culpá-los. O que faremos?

- Nada. Ninguém vai conseguir encontrar a caminhonete aqui e estamos protegidos por um dos melhores sistemas de segurança. Quando partirmos, usaremos um outro carro meu, que sempre mantenho aqui.

- Por que todo este esquema de segurança? Você tem tantos inimigos assim?

- É provável. No entanto, não fui eu que instalei o sistema. Apenas possuo parte da propriedade. O dono da outra casa nesse local paga pelo esquema.

- Quem é ele?

- Você não deve conhecer. Ele foi meu chefe nos velhos tempos e é um dos poucos em quem confio. Já está muito idoso e ficou paralisado depois de uma série de derrames, mas ainda há gente querendo matá-lo, É por isso que tem toda esta segurança. Sorte nossa.

- O que mais Danny disse?

Ele riu; era impossível mentir para Anahí.

- Que Mary Nelson partiu do Aeroporto Kennedy, em Nova York, rumo a Orly, na França.

- Então é por isso... Eles queriam seus documentos. Shari Derringer deve ter viajado com os documentos de Mary...

- Faz sentido. Foi um amigo de Danny que trabalha na central de computação do aeroporto quem contou.

- Mas não podemos esquecer que Mary Nelson é um nome comum. Pode ser uma homônima.

- Tem razão. Mas Danny foi conversar com o encarregado da companhia aérea e descobriu mais coisas. A moça pagou em dinheiro, coisa rara nos dias de hoje, e isso lhe chamou a atenção. Era uma moça bonita, chamativa, e tentou flertar com o rapaz. É o retrato de Shari Derringer, não acha?

- Ela foi para Paris? - Anahí murmurou, pensativa, tomando mais um gole de café. - Não creio que ela esteja na França.

- Danny está verificando. Parece que ela pegou uma conexão para Frankfurt mas não sabemos o que houve depois. Ele volta a ligar daqui a uma hora e disse que vai ficar furioso se eu não atender.

Alfonso lançou-lhe um olhar malicioso e um sorriso sexy.

- Não se preocupe. Estou pretendendo sentar para comer alguma coisa e acho que só vou parar quando a comida acabar.

- Temos sopa, carne no congelador, castanhas salgadas e bolacha.

- As bolachas eu dispenso - brincou ela, indo para a cozinha.

Será que Alfonso ia comentar alguma coisa? Será que a seguiria? Que a tocaria?

Mas, em vez disso, Alfonso esticou-se no sofá usando apenas a calça do agasalho e uma camiseta azul-marinho já desbotada. Porém, fizera a barba ao acordar de manhã. Calado, observava-a com o canto dos olhos e Anahí sentiu o rosto arder em brasa.