Fanfic: Cega paixão (terminada)

Durante o sono, Anahí se mexeu na cama e esticou o braço a sua procura. A mão delicada roçou-lhe o peito e Anahí se aconchegou a ele, em busca de um conforto que Alfonso não podia lhe dar. Então, ela abriu os olhos, confusa, à espera.

Alfonso não ousou mexer-se. Anahí cheirava a flores, a chuva de primavera e ele teve vontade de amá-la uma vez mais, de entrelaçar seus corpos como se fossem um só. Mas esperou, calado, que ela lhe pedisse que a deixasse sozinha; esperou que ficasse zangada e começasse a chorar; esperou que tornasse a dormir. Mas Anahí o beijou.

Os lábios dela sobre os seus eram macios, úmidos, provocantes. A língua tímida deslizava por seus lábios provando-os, acariciando-os, e Alfonso, apelando para todo seu autocontrole, limitou-se a recostar-se e corresponder discretamente ao beijo, o suficiente para encorajá-la.

Anahí apoiou-se num cotovelo e seus cabelos escorregaram-lhe pelos ombros numa cortina de seda.

- Por que demorou tanto?

- Você disse que queria dormir sozinha.

- E você acreditou?

- Não. Só lhe dei um tempo para que percebesse que estava mentindo.

Alfonso pensou que ficaria irritada, mas ela sorriu de maneira tímida e sexy, fazendo-o arder de desejo.

- Sou uma boa aluna. Aprendi a lição depressa.

E afastou a manta. Anahí  ainda usava o vestido vermelho.

Alfonso não pensou nas visões, suas ou dela; nem no futuro, no destino ou no que teriam de enfrentar nos próximos dias. Só conseguia pensar naquelas pernas longas e bem-feitas sob o vestido.

Então, deslizou uma das mãos por sua coxa, o tecido vermelho contrastando com a pele clara. Foi subindo a mão devagar, tocando-a, sentindo-a absolutamente nua sob o vestido, pronta para recebê-lo. Aquilo era mais do que podia suportar. Não havia autocontrole que resistisse. Alfonso cobriu-a com seu corpo e Anahí o abraçou, beijando-o com abandono.

Ele já havia se despido ao chegar ao quarto e agora lutava com o vestido vermelho, querendo-a nua sob si. Mas Anahí o impedia de despi-la e guiava-lhe as mãos, fazendo-o tocar-lhe os seios sob o vestido, vendo-o excitar-se ao erguer a saia e insinuar as mãos sob o decote. Ao percebê-lo pronto para possuí-la, entreabriu as pernas num convite irrecusável.

- Espere - ele murmurou. - Você ainda não...

- Venha - ela pediu, aninhando-o no vão entre as coxas - Não agüento mais esperar...

Com um gemido abafado, Alfonso penetrou-a de modo profundo, impondo um ritmo rápido aos seus movimentos. Sentindo o corpo estremecer de desejo e prazer, mas gostaria de ser capaz de se conter para prolongar o prazer de Anahí, seduzi-la, vê-la alcançar o êxtase, mas já não tinha mais controle sobre as próprias emoções. Suas mãos se agarraram ao tecido vermelho do vestido e Anahí arqueou o corpo.

Alfonso estava quase fora de si, atormentado pelo desejo, sentia a cama sacudir sob seus corpos, a pele suada colada à dela.

- Oh, Alfonso... - ela gemeu e, pendendo a cabeça para trás, gritou ao atingir o orgasmo.

Alfonso ergueu o rosto para vê-la, as feições transfiguradas, as unhas cravadas em suas costas. Segundos depois, também atingia o clímax.

Foi preciso algum tempo até que conseguisse se mover, seu corpo ainda estremecia, molhado de suor. Exausto, enrugou a testa e tentou rolar para o lado, mas Anahí o abraçou com mais força em forma de protesto. Foi quando viu que, mais uma vez, ela estava chorando.

- Eu machuquei você?

- Não. Você sabe que não... Sabe que estou chorando de emoção, e não de dor, Alfonso.

- Não sei o que me aconteceu - justificou, desejando ler adivinhar-lhe o pensamento. - Perdi totalmente o controle.

Ela esticou o braço e secou-lhe o suor das têmporas com mãos trêmulas.

- Às vezes é bom perder o controle e deixar que as coisas aconteçam naturalmente.

- Mas e se eu a machucasse?

- Não machucaria.

- Mas você gritou. Um grito tão... agudo - ele alegou, fazendo-a sorrir docemente.

- Foi diferente. - Então, tornou a abraçá-lo. - Agora, durma; amanhã vai ser um longo dia.

Ele rolou para o lado e acomodou-se em seus braços de modo confortável. Sentia-se ainda pouco à vontade, meio desorientado, mas não sabia o que fazer. Dormir talvez fosse a melhor solução.

Alfonso fechou os olhos, permitindo que seu corpo voltasse ao ritmo normal. Quando já estava quase dormindo, Anahí o chamou e ele era capaz de adivinhar o que ela iria lhe dizer. Sabia que Anahí não conseguiria dormir sem falar o que sentia e lamentou não poder detê-la.

- Sim? - perguntou com voz sonolenta na esperança de desencorajá-la.

- Estou apaixonada por você.

E, depois da declaração, suspirou profundamente, aninhando-se melhor para dormir.

Alfonso permaneceu quieto por alguns momentos, procurando algo que pudesse dizer sem magoá-la.

- É normal uma garota achar que está apaixonada pelo primeiro homem com quem vai para a cama, mas acho que você está enganada... só se sente atraída por mim, mas isso não é amor, Anahí. Eu sei...

Era inútil prosseguir com o discurso. Ao seu lado, ela ressonava, profundamente adormecida.

Sorrindo, Alfonso a puxou para junto de si ajeitando-lhe os cabelos sobre o ombro, e dormiu também.