Fanfic: Cega paixão (terminada)

Houve um silêncio profundo no quarto. Anahí esperava uma reação mais entusiasmada da parte de Alfonso ao saber que ela encontrara Shari Derringer, mas ele recebeu a notícia com uma frieza incrível.

- Que bom. Como é a casa?

- Muito velha. E vi três ou quatro pessoas por lá.

- Que casa azul é esta? - Danny quis saber.

- O que você veio de fato fazer aqui? - Alfonso redargüiu. - O que há por trás do desaparecimento de Shari Derringer e por que a farsa, Danny?

- Como posso saber?

- Você não estaria aqui se não soubesse. Quase ia me esquecendo de que já foi destacado pelo velho MacDonald Derringer há alguns anos, e ele está cercado por gente leal ao seu comando. Por acaso veio prestar um favor particular a ele?

- Alfonso, eu já disse por que vim. Que eu saiba, ninguém tem idéia do que Shari está tramando. Ela é voluntariosa, perigosa e todos temem que, caso não seja desprogramada a tempo, a situação vá engrossar.

- Desprogramá-la... É este o plano?

- Aparentemente. Detê-la antes que coloque o governo americano numa situação constrangedora com suas gracinhas. Pô-la num hospital de segurança máxima e mantê-la internada, dopada, até que tudo se resolva.

- E o pai dela aprova?

- Foi sugestão dele. E então? Que casa azul é esta?

- Não vou enganar você, Danny: há alguém relacionado ao desaparecimento de Shari naquela casa azul. Acho que ela está em Beirute, mas seria impossível encontrá-la sem ajuda. Sei que a ajuda está na casa mas preciso armar um plano.

Anahí o viu mentir para o rapaz, em quem dizia confiar, e ficou ainda mais confusa.

- Quem mora lá? - Danny perguntou.

- Riffraff. Um ex-terrorista muito perigoso. Mas que decidiu sair da ativa há alguns anos.

- Entendo. Qual a relação deles com a Spandau Corporation?

- Quem disse que há relação?

- A sua garota. Enquanto tentei aterrorizá-la, ela me perguntou se eu fazia parte da Spandau.

Alfonso lançou um olhar desaprovador em direção a Anahí.

- Não sabemos. Por enquanto, só ouvimos rumores.

Anahí já estava farta de tanta mentira e já não sabia mais em quem confiar. Mal via a hora de livrar-se daquele caso maldito.

- Vamos ver se conseguimos nos aproximar da tal casa - Alfonso explicou. - Vou me comunicar com nosso contato e...

- Quem é ele?

- Ora, você é um expert no assunto; veja se consegue descobrir - ele blefou.

- Tudo bem. Até lá, vou fazer o possível para manter os chefões afastados.

- Por quê?

- Para preservar nossa amizade. Por que acha que arranjei os passaportes e me livrei do corpo de Kempton para você? - E olhando para Anahí: - Foi ela quem o matou?

- Não. E saiba que sua súbita presença aqui me deixa desconfiado.

Danny deu de ombros.

- Isso acontece. Qualquer novidade, avise-me, está bem? Fique de olho na sua garota. Ela pode se meter em confusão.

Alfonso trancou a porta assim que o amigo saiu e olhou para Anahí com uma expressão indecifrável.