Fanfic: Cega paixão (terminada)

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Os lábios adormecidos de Anahí ganharam vida sob os dele, e ela quis abraçá-lo para sentir-se definitivamente viva, mas as amarras a impediram. Quis dizer-lhe que fosse embora antes que o matassem, mas sua boca estava mais preocupada em corresponder ao beijo de Alfonso. Seu único ponto de equilíbrio era ele e, quando Alfonso quis afastar-se, ambos acabaram caindo sobre o estrado.

Ele a cobriu com seu corpo e havia um brilho divertido em seus olhos.

- Você é mesmo uma maluca, Anahí! Se soubesse que era tão corajosa, a teria indicado para o Serviço Secreto.

Ela se manteve calada, enquanto Alfonso cortava as cordas que a prendiam e, quando o sangue voltou a circular por suas mãos, a dor era tanta que Anahí precisou morder o lábio para não gritar. Em seguida, Alfonso abraçou-a e sussurrou-lhe palavras carinhosas.

Tão logo ela se recuperou da dor, ele abaixou-se e cortou-lhe as amarras dos tornozelos, praguejando ao vê-la descalça.

- Não vai ser fácil para você sair correndo por Veneza sem sapatos. - E ergueu-lhe o rosto. - Você está bem?

- Estou. Alfonso, por favor, vá embora. Foi a sua morte que eu previ naquele dia...

- O que não significa que esteja a salvo; ou que eu vá mesmo morrer.

- Alfonso, eu não lhe disse, mas vi seu sangue manchando... um vestido vermelho.

- Então, diabos, por que escolheu esta roupa vermelha?

- Ora, não fui eu. Eles me trocaram enquanto estava desacordada. Alfonso, você não sabe o que eles estão planejando.

- Sei, sim. Veja se consegue ficar em pé.- E ajudou-a a erguer-se devagar. - Convenci Danny a me contar tudo. Ele se sentia culpado por ter permitido que a levassem e sabia que eu o teria matado se não me revelasse o que sabia.

- Teria mesmo? - ela quis saber.

- A única chance que eu tinha de encontrá-la era saber o que se passava e Danny era o único que sabia. Ele tinha visto a casa azul e sabia o que se passava aqui dentro. Sim, eu o teria matado. Talvez a culpa também fosse minha por tê-la deixado sozinha ali no café, embora não soubesse que ele fosse se atrasar tanto, mas eles poderiam tê-la matado e eu não suportaria sua morte. Tenho que encontrar Shari Derringer e impedir que o pior aconteça antes que seja tarde demais.

Anahí estremeceu. O dia já ia nascer.

- Então você já sabe sobre os mísseis? Shari vai dar a localização a eles, e vão sabotar as bases. Será o caos. Danny já sabia sobre isso?

- Sim, o governo já sabe o que pode acontecer, mas não tiveram coragem de avisar a OTAN ou os países onde estão as bases. É embaraçoso demais para eles, já que a fonte de tudo é a filha de um secretário de Estado. Ainda têm esperança de conseguir minimizar o desastre, embora eu ache que já seja tarde. Metade dos sabotadores já deve estar agindo.

- Não. Ela ainda não revelou as informações.

Alfonso fitou-a com um brilho de esperança no olhar.

- O que a faz pensar que não?

- Consultei minha bola de cristal.

- Ora, Anahí, vamos.

- Eu a toquei e vi. Shari parece não compreender a importância das informações. Não sei se por ignorância ou por excesso de drogas. Mas tenho certeza de que ainda não revelou tudo o que eles querem saber; caso contrário, Ali já a teria matado.

- Ali?

- O sujeito que matou Phil, o chamado "Degolador do Colorado". Ela o chama de Ali.

- E o que eles estão esperando?

- Não sei.

- Estamos esperando a droga certa. - Anahí e Alfonso não ouviram Ali entrar. Ele movia-se como um gato, absolutamente silencioso, e postara-se entre a janela e eles dois. A faca brilhou em seu cinto, cintilando sob os primeiros raios da manhã, mas a arma automática que trazia na mão, parecia mais eficiente. - Não sabe como estamos frustrados... - comentou fechando a janela atrás de si. - Planejamos isso tudo há cinco anos e agora corremos o risco de pôr tudo a perder por causa de uns errinhos bobos.