Fanfic: Cega paixão (terminada)

Caía uma garoa fraca quando Alfonso e Anahí deixaram Veneza. Era a primeira vez em semanas que Alfonso não tinha a sensação de estar sendo observado: Danny desaparecera, a casa azul fora fechada e nenhum corpo surgira flutuando nas águas do canal. A farsa terminara bem.

Vários agentes da Spandau foram detectados e presos, e o governo advertiu o secretário de Estado de que não toleraria mais falhas da parte dele. Derringer, por sua vez, parecia disposto a se "emendar". Afinal, pusera a segurança de várias nações em risco com sua imprudência, e acabara tendo de mandar eliminar a própria filha.

O vôo para Nova York foi longo e cansativo e ambos acabaram adormecendo. Alfonso tinha tanta coisa para lhe dizer mas, como poucas vezes em sua vida, sentiu medo.

Depois de haverem desembarcado e passado pela alfândega, pediu licença e foi dar um telefonema. Então, esperou até que tivessem cruzado o terminal a pé e revelou:

- Estou apaixonado por você.

A frase soou muito natural, fazendo-o admirar-se por não ter engasgado com o croissant que mastigava.

- Eu sei. - Foi a resposta, ainda mais natural, de Anahí.

Alfonso deteve-se e a olhou, furioso.

- Então, por que esperou que eu dissesse?

- Porque fez bem a você. Agora quero saber se pretende casar-se comigo quando chegar a Washington.

- Não vamos para Washington. Pedi demissão.

A notícia a surpreendeu.

- Não sabia que pudesse pedir demissão do Serviço de Inteligência.

- Posso. Sei de muita coisa importante e ninguém vai ousar se opor ao meu pedido; eu poderia complicá-los. Pensei em morarmos na Virgínia. Já tive umas ofertas de trabalho por lá há uns tempos. Mas também poderíamos simplesmente cultivar tulipas. Você não pensa em voltar ao Colorado?

- Jamais.

- Concordo. Não sei se percebeu, mas quase não nos conhecemos.

Anahí achou graça do comentário.

- Mas estes poucos dias que passamos juntos nos tornaram mais unidos que muitos casais que já comemoraram bodas de prata. Além do mais, não temos segredos um para o outro.

- Eu tenho. Amy Lee. Eu devia lhe contar tudo a respeito dela.

- Não precisa, eu já sei. Pelo menos já sei o fundamental. Ela foi sua esposa, e você a amou muito, mas a perdeu numa das tentativas de desbaratar a Spandau.

- Como é que você... Ora, que pergunta idiota. - E respirou fundo. - Sabe, nunca tive uma família de verdade. Sou filho único e meus pais já tinham bastante idade quando nasci. Eles morreram cedo e eu entrei para o Exército. Depois que perdi Amy Lee, pensei que jamais conseguiria amar de novo. Mas vejo que me enganei. Só que, desta vez, sei que será para sempre. - E, sem se importar com os olhares que atraía, segurou-a pelos dois braços e pediu: - E então? Aceita?

- O quê? - ela perguntou, fazendo-se de inocente.

- Aceita tornar-se a sra. Oliver e me ajudar a formar uma família?

FIM

Proxima web "Aprendendo a ser pai AyA" Não percam!!!!