Fanfics Brasil - Chantagem Audaciosa (Terminada)

Fanfic: Chantagem Audaciosa (Terminada)


Capítulo: 12? Capítulo

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post especialmente para  naths2vondys2


 


De volta ao quarto, ela tomou uma ducha e trocou de roupa. Estava deitada na cama quando ouviu uma batida pesada à porta. Não demorou para reconhecer a voz de Franco, resmungando no corredor. A princípio pensou em ignorá-lo, mas temendo que a segurança do hotel pudesse aparecer para investigar o barulho, finalmente abriu a porta.
— Certo... O homem entrou cambaleando, o rosto agressivo corado pelo álcool. Agora você vai pegar aquele telefone e ligar para Christopher... com certeza o bastardo vai adorar vê-la implorando por ajuda. Mas se isso não for o bastante, lembre a ele de que você ainda pode ir aos jornais e contar a história do que a fez se casar e se separar dele no mesmo dia!
Dulce estava horrorizada.
— Realmente acredita que uma ameaça barata vai ajudar Alfonso?
— Veja bem, posso ter me enganado sobre Christopher no passado, mas agora já sei como lidar com o homem. Ele realmente é durão, também... depois de todo aquele treinamento militar... mas é um cavalheiro e se orgulha de possuir uma reputação impecável. Por isso primeiro você deve fazer uma cena triste e parecer patética...

Franco examinou as roupas simples que Dulce usava e torceu o nariz. Patética e bonita!
Uma rápida batida na porta felizmente interrompeu aquela conversa. Era o gerente do hotel, o mesmo que os atendera ao chegarem. O homem, porém, agora agia como se Dulce subitamente houvesse se transformado em uma hóspede muito importante.
— Uma limusine acaba de chegar para levá-la ao palácio Haja, srta. Saviñon.
Ela engoliu em seco. Não esperava uma resposta tão rápida ao bilhete que escrevera.
— Não se preocupe... Ela descerá em dois minutos. Franco esperou o homem sair e então comentou. Ora, ora... pelo visto você não perdeu mesmo tempo para agir.
Feliz por poder se livrar da desagradável companhia do padrasto, Dulce desceu rapidamente para o hall. Instantes depois sentou-se na luxuosa limusine, sentindo-se desconfortável por causa das roupas simples que usava.


Sempre havia vivido na tranqüilidade do campo, raramente encontrando alguém que não fizesse parte do restrito círculo social da mãe. Franco se casara com Sarah Saviñon quando Dulce estava com cinco anos, mas mesmo depois do casamento continuava passando a maior parte do tempo no apartamento que mantinha na cidade, alegando motivos de trabalho.

Na verdade, talvez
não fosse nada fácil para ele conviver com a nova família, especialmente a esposa. A mãe de Dulce havia ficado paraplégica no mesmo acidente de automóvel que matara o pai dela...
Dulce não freqüentara a escola como as outras crianças. No começo, tanto ela quanto o irmão foram educados em casa pela mãe, mas depois que Alfonso começou a sofrer com a leucemia, Franco persuadiu Sarah a deixar o garoto completar os estudos em um colégio normal. Aos onze anos, ávida por amizades da mesma idade, Dulce finalmente reuniu coragem para dizer ao padrasto que
também queria freqüentar uma escola.
— E como sua mãe vai se arranjar sem ajuda? — Franco a acusara furioso. — Como pode ser tão egoísta? Sarah precisa da companhia da filha... não lhe restou nada mais na vida!
Aos dezoito anos, Dulce ficou devastada com a morte da mãe. De qualquer forma, o ocorrido a fez concluir que levava uma vida reclusa demais para uma adolescente. Ao matricular-se no curso de enfermagem, esperava fazer contato com o mundo real...


— Chegamos — o motorista anunciou com voz polida pelo intercomunicador, trazendo-a de volta à realidade.
Segundos depois ela adentrou com passos hesitantes no vasto e imponente salão de entrada do palácio, cheio de pessoas que iam e vinham. Um jovem uniformizado logo aproximou-se, saudando-a com um gesto de cabeça e murmurando:
— Srta. Saviñon? Vou levá-la até o príncipe Christopher.
— Obrigada. Então essa é a residência da família real?
— Na verdade não, srta. Saviñon. Embora o palácio Haja ainda lhe pertença, Sua Alteza Real prefere usar o lugar como edifício público — o rapaz informou. — As cortes de justiça estão instaladas aqui, assim como auditórios e salas de reuniões de tamanhos variados para receber dignatários estrangeiros e homens de negócios. O príncipe Christopher vive no palácio Muraaba.
Aquilo significava que Christopher escolhera um terreno neutro e impessoal para o encontro dos dois, Dulce pensou, levemente preocupada.
Seus olhos passearam pelo ambiente por um instante, observando o movimento intenso sem muita atenção. Em seguida, ela seguiu os passos apressados do acompanhante até um imenso portal ornamentado, protegido por dois guardas em uniformes de gala. Dulce sentiu a garganta ressecar-se.

A grandiosidade do local e a frieza com que fora recebida só serviram para deixá-la ainda mais nervosa. Deixada sozinha em uma sala enorme, mal teve tempo para se recompor antes que Christopher aparecesse, vindo de uma porta lateral.
Os músculos do corpo de Dulce retesaram-se de imediato. Tinha esquecido o quão Christopher Von Uckermann era alto, e como sua presença era intimidadora. Os movimentos do príncipe assemelhavam-se aos de um leão cercando sua presa. Seguros, calmos, letais... A luz do fim de tarde, que penetrava pelas janelas, parecia uma fera dourada, másculo e viril. As feições duras mantinham-se
impassíveis, totalmente impenetráveis. O coração de Dulce acelerou-se.


— Fico feliz por ter concordado em me ver tão depressa —ela murmurou, umedecendo os lábios.
— Infelizmente, não tenho muito tempo a perder. Vou participar de uma partida de pólo beneficente dentro de uma hora.
Christopher apoiou-se no tampo lustroso da mesa que ficava no centro da sala. Ele ergueu a cabeça em um gesto arrogante e examinou Dulce com um olhar intenso, fazendo-a sentir-se frágil e intimidada.
— Com certeza Franco não a aconselhou a vestir-se assim para nosso encontro... Ou será que as roupas comuns são um truque para conquistar minha simpatia?
A referência direta ao padrasto a fez corar.
— Não posso imaginar de onde tirou essa idéia...
— Não banque a inocente. — A advertência de Christopher foi fria como gelo. — Já fui iludido por esse rubor no passado. Eu devia ter desconfiado de que tudo não passava de uma farsa assim que você apareceu, mas, como a maioria dos homens, fiquei impressionado demais para ser cauteloso.
Lutando para conter a própria mágoa, Dulce respirou fundo antes de continuar.
— Christopher... eu realmente sinto muito por tudo o que aconteceu entre nós.
Os lábios do príncipe curvaram-se em um sorriso maquiavélico.


— Claro que sente. Mas naquela ocasião nem lhe passava pela cabeça que em breve seu precioso irmão poderia estar encarcerado em uma prisão em Jumar.
— Claro que não. — Dulce até ficou aliviada com o fato de Christopher ter ido direto ao motivo que a levara até aquele lugar.
— Sei que você gosta de Alfonso. Sabe que ele foi preso sem motivo e...
— É mesmo? — ele interrompeu-a suavemente. — Está insinuando que o sistema legal de nosso país é injusto? Eu não penso assim.
Reconhecendo imediatamente que estava pisando em terreno perigoso, Dulce decidiu mudar a técnica de abordagem do assunto.
— Eu não quis dizer isso. Apenas comentei que Alfonso não fez nada realmente criminoso...
— Ele não fez? Acontece que, aqui em Jumar, não honrar compromissos com funcionários e credores, assim como não cumprir rigorosamente os contratos de negócios que se assina, constitui um crime previsto em nosso código penal. Para ser franco, acho que somos maravilhosamente práticos quando se trata disso. — O sorriso do príncipe continuava frio. — Para recuperar a liberdade, Alfonso apenas terá que honrar as dívidas que contraiu.
— Mas ele não tem como fazer isso... — Ao ser forçada a admitir a verdade, Dulce sentiu-se ainda mais desconfortável.
— Alfonso vendeu tudo o que tinha para se aventurar nesse negócio...
— E então passou a viver como um rei enquanto estava em meu país. Sim, conheço muito bem as circunstâncias que levaram seu irmão à falência. Alfonso foi tolo e extravagante.
Ao ouvir as palavras de Christopher, ela perdeu completamente a cor.


— Ele cometeu erros... sim, mas nunca fez nada ruim de forma deliberada.
— Você certamente já ouviu falar de irresponsabilidade criminosa, não ouviu? — Indolente como um gato, o príncipe não abandonou a ofensiva, acuando-a. — Mas por que você me mandou isso?
A mudança abrupta de assunto desconcertou Dulce. Mas o que mais a incomodou foi o comportamento impassível de Christopher. No último encontro dos dois, ele estava ultrajado e furioso.
Mas agora, ao estender a mão morena em um gesto calmo, parecia no completo controle das próprias emoções. Na palma da mão estava a aliança que Dulce enviara junto com o bilhete.
— Por acaso achava que eu poderia ficar sentimental, recordando-me do dia em que coloquei esse anel em seu dedo? — Christopher perguntou secamente.
O olhar frio dele, porém, impediu-a de pronunciar qualquer palavra.
— Diga-me... — ele continuou com casualidade — pensa em si mesma como minha mulher ou minha ex-mulher?

Dulce ergueu a cabeça mortificada. Aquela questão era não só imprópria, mas também cruel.
— Estranho você perguntar isso... Afinal de contas, Christopher, você deixou bem claro depois do que aconteceu que a cerimônia não havia passado de uma farsa.
Os olhos dourados do príncipe brilhavam intensamente, sem se desprenderem dos dela.
— Só estava curioso...
— Vim aqui apenas para discutir a posição de Alfonso.
— A lei é bastante clara... apenas a reparação dos débitos vai tirá-lo da cadeia — Christopher interveio sem hesitar.
Ele agia como um estranho, nem cortês nem simpático, nem interessado nem perturbado.
Era um Christopher diferente do homem que Dulce conhecera. Frio, distante e implacável, terrivelmente impessoal. Alguém acostumado a exercer a própria autoridade sem nenhuma discussão. Ela cerrou os punhos ao lado do corpo.
— Mas sem dúvida você poderia fazer alguma coisa... se quisesse, claro.
— Não estou acima da lei — Christopher declarou em um tom mecânico.


O desespero dela aumentou.
— Mesmo assim, pode fazer o que quiser... não é assim com os governantes supremos?
— Não vou interferir nas leis de meu país. E informo-a de que comete um grave insulto, apenas sugerindo que eu pudesse abusar da confiança que meu povo deposita em mim! — O olhar do príncipe era de absoluta censura.
O desconforto de Dulce era tamanho que, se não fosse a situação delicada do irmão, teria saído correndo da sala naquele instante. Mas insistiu:
— Alfonso não pode trabalhar para pagar os credores se estiver em uma cela de prisão...
— É verdade... Mas você e seu padrasto estão assim tão pobres, a ponto de não poderem ajudá-lo, pagando a fiança?
— Franco usou todo o dinheiro disponível para tentar salvar os negócios de Alfonso. E não me diga que não sabia disso. —Ela já não se importava em esconder a amargura. Era óbvio que Christopher já estava informado sobre o caso e decidira não interferir. — Sabe que estou aqui implorando por Alfonso porque não tenho mais ninguém a quem recorrer.
— Nesse caso você tem que explicar por que eu deveria desejar ajudar Alfonso.
— Bom senso... humanidade... — A voz de Dulce era trêmula. — Cavalheirismo?
A sobrancelha de Christopher arqueou-se.
— Essas coisas não se aplicam a uma família oportunista e desonrada como a sua.
— O que posso dizer para convencê-lo de que...
— Nada. Você não pode dizer nada que me convença. Diga-me, é sempre tão obtusa? Ou será que eu estava tão inebriado com seu rosto angelical e seu corpo divino a ponto de não notar que você não dispunha de cérebro?
A agressividade do príncipe a acuava ainda mais.


— Eu não entendo o que...
— Por que você apenas não me pergunta o que poderia fazer para me persuadir a pagar os débitos de Alfonso?
— Você pagar a dívida? — Dulce encarou-o confusa. — Essa idéia nunca me ocorreu...
A expressão de Christopher tornou-se ainda mais sarcástica.
— Estamos perdendo tempo. Por isso, deixe-me usar palavras mais diretas. Se você se entregar para mim, concordo em livrar seu irmão de toda essa confusão. Isso é muito simples... não acha?
Os lábios dela estavam entreabertos. Entregar-se a ele? Não podia acreditar no que acabara de ouvir.
O príncipe comentou a reação dela friamente.
— Sexo por dinheiro. Já tentou usar o sexo para me enganar no passado... o conceito não deve ser novo para você.
Aquela situação era humilhante demais. Christopher não podia estar falando sério. Com certeza apenas queria puni-la por tudo o que acontecera no passado... De qualquer forma, Dulce lutou para manter a compostura e enfrentou o olhar do príncipe com altivez.
— Obviamente foi um erro marcar esse encontro. — Mantendo a voz controlada, ela ergueu o queixo decidida. — E, seja lá o que pensa a meu respeito, não mereço ouvir esse tipo de insinuação.

Um sorriso cáustico tornou as feições de Christopher ainda mais sisudas.
— Que perda para os produtores de cinema! Sua expressão ofendida seria capaz de impressionar qualquer atriz de renome...
— E você devia ter vergonha de si mesmo! — Incapaz de enfrentar por mais um segundo o olhar intenso daquele homem Dulce girou sobre os calcanhares e saiu da sala sem dizer mais nenhuma palavra. Caso contrário, podia fazer ou dizer algo de que se arrependesse depois.









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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 480



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  • stellabarcelos Postado em 22/11/2015 - 20:02:55

    Muito lindo! Amei

  • anjodoce Postado em 02/08/2009 - 00:39:21

    Linda,linda,linda história! Chego a ficar emocionada de tão linda que foi,muito obrigada por postar essa história maravilhosa, obrigada pela dedicação do post, pelo carinho, e, quero dizer também que estarei acompanhando sua nova web "A lenda do Anel",eu a achei bem interessante e divertida, foi realmente a que eu queria que você postasse, embora não tenha tido tempo para votar, estou ansiosa e espero para ler, Mil Beijos, tchau!

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:08:15

    Ah... outra coisa!!! Onde será que eu arrumo um sapo desses pra mim!!! shuahsuahush

    besitos

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:14

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:06

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:58

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:54

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:44

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:35

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:29

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