Fanfics Brasil - Chantagem Audaciosa (Terminada)

Fanfic: Chantagem Audaciosa (Terminada)


Capítulo: 13? Capítulo

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Dulce cruzou o saguão de entrada correndo, esbarrando em alguém no caminho e pedindo desculpas atabalhoadamente por sobre o ombro. Antes de sair para a rua, porém, teve que se apoiar em um pilar por causa das pernas trêmulas.
Estava chocada e também furiosa, principalmente porque as lágrimas impediam-na de enxergar com clareza. Não precisava reagir à provocação de Christopher como se fosse uma colegial ingênua, precisava?
— Permita-me auxiliá-la, cara dama... — uma ansiosa voz masculina proferiu logo ao lado.
Surpresa, ela ergueu a cabeça devagar e reconheceu o pequenino homem que lhe oferecia ajuda. Era Latif, o mais antigo criado da casa de Christopher. Já o vira muitas vezes antes, em Londres, sempre em encontros casuais. Dulce precisou de um segundo para se recompor. O que o ancião estaria fazendo ali? Será que Christopher o mandara?
— Latif...
— Venha por aqui...
Ele conduziu-a por uma porta lateral até um ambiente reservado e charmoso, totalmente decorado à moda européia. Felizmente havia um ar-condicionado lá. Dulce deixou-se cair no assento do sofá e respirou fundo algumas vezes.


Latif acionou um botão e, instantes depois, surgiu um garçom com uma bandeja de chá. O costume de servir chá para os visitantes era quase sagrado em Jumar, ela lembrou. Mas naquele momento a cerimônia a fez se sentir desconfortável.
— Não acredito que esteja passando mal por causa do calor.
Quando Dulce terminou de sorver o último gole da bebida, Latif quebrou o silêncio com polidez.
— Espero que esteja sentindo-se melhor agora.
— Sim, muito obrigada... — Dulce mordiscou o lábio inferior. Não tinha a menor dúvida de que o ancião sabia tudo sobre o caso de Alfonso. — Tem alguma idéia do que posso fazer para ajudar meu irmão?
— Sugiro que faça uma segunda tentativa para convencer o príncipe Christopher amanhã.
Mas que conselho! Dulce teve que conter o riso. Com certeza Latif nem imaginava o que acabara de acontecer entre ela e Christopher. Entregue-se a mim... Fora muito simples entender o que o príncipe queria, não havia como se enganar. Ela ainda estava chocada com o fato de Christopher ter se atrevido a fazer aquela proposta. Era um comportamento bárbaro...
Ansiosa por deixar o Palácio Haja, Dulce colocou-se em pé.
— Obrigada pelo chá, Latif.
— Mandarei um carro apanhá-la no hotel amanhã, se quiser.
— Seria perda de tempo vir aqui outra vez.
— De qualquer forma, o carro ficará à sua disposição o dia todo.
Evidentemente, o velho criado queria ver Alfonso fora da prisão, Dulce concluiu. Caso contrário, por que se envolveria tanto com o assunto? Ela voltou ao hotel pela mesma rota usada na ida. Ao cruzar o hall, com os ombros encurvados por causa da exaustão, foi interceptada por Franco, que obviamente a esperara no bar.
— E então? — ele perguntou de forma abrupta.

— Tudo o que consegui foi... uma proposta indecente. —Dulce preferiu não encarar o padrasto ao admitir aquilo, mas esperava que a sinceridade a salvasse de um interrogatório desagradável. Franco era intrometido, sempre havia sido, aliás. Mas naquele momento não queria enfrentá-lo.
— E daí? — Franco disparou sem hesitar. — Você tem que fazer o que for preciso para levar Alfonso para casa!
Mais uma vez, Dulce sentiu-se chocada. Mas enquanto caminhava apressada para o elevador, concluiu que fora ingênua ao imaginar uma reação diferente do padrasto. Para Franco, tudo o que importava era o bem de Alfonso. E, afinal de contas, será que ela não deveria pensar da mesma forma?
Já no quarto, Dulce ligou para o serviço de quarto e pediu um lanche. Em seguida, tentou reorganizar os pensamentos. Era preciso encarar os fatos. Se não fosse por ela, Alfonso jamais teria conhecido Christopher, e certamente não teria tentado estabelecer sua empresa em Jumar. Também era culpa dela o fato de Christopher agora julgar Alfonso sob a mesma ótica com que julgava Franco.


Gostasse ou não, fora ela quem colocara Christopher em uma situação comprometedora, dando assim ao padrasto a chance de tentar chantageá-lo. Seu comportamento imaturo, suas mentiras, tinham levado a situação àquele desenlace. Alfonso agora estava sofrendo porque o príncipe o desprezava e não confiava nem um pouco em nenhum membro da família Saviñon. Quem poderia imaginar que uma pequena mentira tivesse o poder de causar tanta dor?
Dulce engoliu em seco. Quando conhecera Christopher tinha mentido, dizendo que estava com vinte e três anos em vez de confessar que acabara de completar dezenove... Remoer aquelas recordações era uma tortura, tantos eram os detalhes que lhe voltavam à mente. Mas agora não adiantava se lamentar, precisava pensar em uma forma de ajudar o irmão...
Naquela noite, o padrasto voltou a procurá-la, mas Dulce manteve a porta fechada com a corrente, alegando que não se sentia bem. Aquilo não era mentira, pois estava exausta...
Já deitada na cama, ouviu um muezzin entoando uma prece no minarete da mesquita que ficava no fim da rua. Com a consciência atormentada, passou uma noite muito ruim.
Às oito e meia da manhã seguinte, usando um confortável vestido de algodão, na cor lilás, Dulce entrou na limusine que Latif prometera lhe mandar na tarde anterior. Ela sabia que cometera um erro ao agir sem nenhuma humildade diante de Christopher. Na hora achara que bastava falar sobre a situação de Alfonso, mas agora, pensando melhor, decidira rever as próprias posições.


Christopher tinha todos os motivos para acreditar que ela realmente participara da tentativa de chantagem. Talvez fosse melhor explicar com muita calma todos os detalhes da história, e assim aplacar um pouco a animosidade do príncipe. Com sorte, até conseguiria que Christopher lhe emprestasse o dinheiro para Alfonso se livrar dos problemas.
Daquela vez o motorista conduziu o carro por uma entrada lateral do Palácio Haja, onde Latif a esperava em pessoa. A expressão do ancião era de serenidade.
Conduzida imediatamente para um grande escritório decorado com móveis modernos, Dulce respirou fundo. Vestido com um terno sofisticado, de caimento impecável, Christopher estava parado diante de uma janela, segurando as mãos atrás do corpo.
Um rápido movimento com a cabeça foi a única indicação de que ele já percebera sua presença.
Latif acomodou-a em uma cadeira, depois aproximou-se do príncipe e cerrou as persianas antes de sair.
Uma sensação estranha acometeu Dulce, enquanto olhava fixamente para Christopher, que continuava imóvel. O encontro humilhante da tarde anterior não a impedira de sentir o magnetismo animal da presença daquele homem. Ela umedeceu os lábios. O sentimento ao mesmo tempo a enervava e embaraçava.

 





Mas, felizmente, conseguiu se recompor, respirando fundo outra vez, um segundo depois.
Sim. Já não era mais uma adolescente, precisava controlar os próprios impulsos, pensou.
Christopher realmente era um homem lindo, mas também possuía um cérebro agudo e perigoso. Por isso, Dulce não podia se dar ao luxo de ceder a um impulso naquele momento, caso contrário, iria acabar cometendo um erro fatal.
— Por que está aqui?
Sendo arrancada abruptamente do refúgio dos próprios pensamentos, ela piscou. Em seguida ergueu a cabeça em um gesto resoluto.
— Acredito que lhe devo uma explicação sobre a forma como me comportei no ano passado.
— Não preciso de nenhuma explicação. — O príncipe virou-se lentamente para encará-la. Sua expressão era terrivelmente gélida. — Se pensa que sou tolo o bastante para lhe dar uma oportunidade de dizer mais mentiras, você realmente está me subestimando.
Em uma única sentença ele acabava com as esperanças de Dulce.
— Mas...
— É muito rude, interrompendo-me enquanto estou falando.
O rosto dela corou, mas ao mesmo tempo as palavras duras incendiaram-lhe o temperamento.


— Talvez você prefira que eu me atire no chão como um tapete, para poder pisar em cima de mim!
— Um tapete é uma coisa inanimada. Prefiro energia e movimento em minhas mulheres.
O coração de Dulce batia como um tambor. Sua respiração estava entrecortada.
— Christopher... eu preciso explicar e me desculpar. Você não me deu essa chance há um ano.
— Se esse é o único motivo que a trouxe até aqui, sugiro que vá embora. E nem pense em chorar.., já vi crocodilos chorando de prazer enquanto engoliam suas presas. A simples idéia de vê-la mentindo outra vez me deixa furioso.
Dulce engoliu em seco.
— Certo... Você tem o direito de estar zangado.
— Cinismo também me enerva — Christopher interveio secamente. — Vá direto ao ponto, por favor. Eu lhe fiz uma oferta ontem e é por isso que está aqui. Somente uma vadia aceitaria uma proposta daquela natureza, por isso pare de fingir inocência, por favor!
Ela, que costumava se orgulhar de sempre manter um comportamento sereno, sentiu o sangue ferver nas próprias veias.
Levantou-se da cadeira em um movimento abrupto.

— Não vou tolerar ser chamada de vadia! O que me diz de um homem capaz de fazer uma proposta suja como aquela?
— Alguém que já não tem ilusões... um homem cansado de hipocrisias.
O corpo de Dulce estava trêmulo.
— Meu Deus... Você me insulta com uma insinuação que nenhuma mulher decente toleraria e ainda se gaba, como se fosse um pináculo de perfeição...
— Você não é uma mulher decente. É uma mentirosa, uma oportunista que faria qualquer coisa por dinheiro.
— Isso não é verdade. Tudo começou porque eu disse algumas mentiras estúpidas, e sei que isso foi errado, mas estava louca por você...
— Louca por mim? — Christopher ergueu a cabeça com arrogância e gargalhou. A voz grave fez o ambiente tremer. — Trocou-me por meio milhão de libras, isso sim. Estava tão cega pela cobiça que seria capaz de aceitar qualquer coisa.
A frase a pegou de surpresa.
— Eu o troquei por meio milhão de libras? De que está me acusando agora?


 
hristopher fixou os brilhantes olhos dourados nos dela, suas feições permaneciam duras como granito.
— Você foi uma noiva bem cara, mas mesmo assim ainda estou disposto a pagar um pouco mais para tê-la outra vez.
Os joelhos dela falsearam. Não era humilhação que sentia agora e nem mesmo fúria.
Evidentemente, Christopher dera dinheiro a alguém, e Dulce não ficara sabendo de nada. Mas não foi preciso muito esforço para que ela chegasse ao nome do principal suspeito.
— Você deu dinheiro para Franco? — Contendo a respiração, ficou à espera da confirmação terrível.
— Eu dei para você.
E como se um relâmpago brilhasse na escuridão, Dulce lembrou-se finalmente do envelope que Christopher lhe entregara depois do casamento fracassado dos dois naquele dia tenebroso. Será que ele se lembrava que havia falado em árabe? Lembrou-se também do momento em que, com o coração despedaçado, abandonara a embaixada de Jumar e entregara o envelope a Franco, acusando-o:
— Está satisfeito agora que arruinou minha vida? Queime isso... não quero me lembrar desse dia pelo resto de minha vida. — Ingenuamente, Dulce imaginava que se tratava da certidão de casamento.
— Christopher... eu não sabia que aquele envelope continha um cheque. — As têmporas dela pulsavam loucamente, indicando claramente que estava estressada. — E nem imaginaria um motivo para que você me desse dinheiro.
O príncipe permaneceu em silêncio.
Dominada por uma sensação de impotência, Dulce parecia olhar para o vazio. Não era de se admirar que Christopher a considerasse uma vadia, não era à toa que ele acreditava que Dulce conspirara junto com o padrasto para chantageá-lo. E o que Franco fizera com meio milhão de libras? Com certeza já esbanjara toda a quantia havia muito tempo.


— Não posso acreditar que você ainda deseje uma mulher de moral tão duvidosa... — ela finalmente murmurou.
— Você vai ser uma novidade.
— Uma mulher que não o quer? — Dulce já não se importava em medir as palavras. Lá estava, diante do homem que amara loucamente um dia, incapaz de provar que não era culpada.
Tinha realmente agido como uma completa idiota, não era verdade? Graças às artimanhas de Franco e às próprias mentiras, fizera Christopher acreditar que era uma mulher desonesta!
— Isso é um desafio?
Os olhos dela voltaram a fixar-se nos dele. Christopher a encarava com a expressão de um tigre prestes a atacar.
— Não!
— Você será minha amante pelo tempo que eu desejar. —O príncipe a examinava com a satisfação de alguém que acabara de comprar uma raridade muito, muito cara.
A atmosfera tensa já estava deixando os nervos de Dulce em frangalhos. Ela voltou a sentar-se na cadeira, cruzando as mãos nervosamente sobre o colo.
— Você não pode me querer... nunca me desejou, desde o começo! Está apenas querendo satisfazer o próprio ego. É uma vingança inconseqüente.
— Inconseqüente não. Eu nunca faço nada sem pensar. —Christopher estendeu a mão direita imperiosamente. — Venha cá...
Um arrepio gelado percorreu a espinha de Dulce.
— Eu não disse que concordava.
— Então é melhor pensar rápido.
Ela cruzou os braços diante do corpo em um gesto defensivo.
— E quanto a Alfonso?
— Ele será colocado em segurança no primeiro vôo para a Inglaterra.
Tentando ocultar o nervosismo, Dulce meneou a cabeça lentamente.


— Eu não sou o tipo de mulher que você pensa. Não posso me imaginar sendo a amante de qualquer homem, não me encaixo nesse papel.
— Está se subestimando, querida.
Christopher mantinha o braço estendido, fixando os olhos brilhantes nos dela de forma intimidadora.
— Se pensa que eu vou aparecer correndo toda vez que estalar seus dedos imperiais...
— Mais cedo ou mais tarde você fará isso. Possuo uma paciência imensa.
A confiança da frase do príncipe a perturbou imensamente.
— Você está louco!
Um sorriso cínico curvou os lábios dele.
— E você, com medo.
— Acontece que acho tudo isso uma insanidade.
O sorriso acentuou-se, os olhos dourados possuíam uma intensidade magnética quase insuportável.
— Não pude dormir ontem à noite, pelo menos até que tomasse duas duchas frias. Já sabia que você seria minha...
— Mas você me odeia! — Dulce protestou com veemência.
— Mas você me odeia! — Dulce protestou com veemência.
— Ódio? Uma palavra muito forte... — Christopher aproximou-se devagar, como um predador pronto para matar sua presa, mas sem nenhuma pressa. — É por isso que você parece tão amedrontada? Será que sua imaginação fértil me vê colocando-a acorrentada em uma masmorra? Realmente acredita que eu causaria um simples arranhão em sua pele perfeita? Você vai gemer, sim, mas de prazer, e não de dor... na minha cama.
A confiança da afirmação deixou-a mortificada. Aquilo era um erro. Christopher tomou-a nos braços, puxando-a para junto de si. Com uma das mãos começou a desabotoar o colarinho do vestido, mantendo-a hipnotizada com a intensidade de seu olhar.
— Christopher...
— Você me deseja.
A outra mão do príncipe deteve-se no meio das costas de Dulce, pressionando o corpo dela contra os músculos de aço de suas coxas.
Subitamente falar, e até mesmo respirar, tornou-se um desafio para ela. Era difícil resistir ao poder de sedução daquele homem...
— Não...
— Você está tremendo...






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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 480



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  • stellabarcelos Postado em 22/11/2015 - 20:02:55

    Muito lindo! Amei

  • anjodoce Postado em 02/08/2009 - 00:39:21

    Linda,linda,linda história! Chego a ficar emocionada de tão linda que foi,muito obrigada por postar essa história maravilhosa, obrigada pela dedicação do post, pelo carinho, e, quero dizer também que estarei acompanhando sua nova web "A lenda do Anel",eu a achei bem interessante e divertida, foi realmente a que eu queria que você postasse, embora não tenha tido tempo para votar, estou ansiosa e espero para ler, Mil Beijos, tchau!

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:08:15

    Ah... outra coisa!!! Onde será que eu arrumo um sapo desses pra mim!!! shuahsuahush

    besitos

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:14

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:06

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:58

    POSTA MAIS !!!! ++++++++++++++

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:54

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:44

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:35

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:29

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