Fanfics Brasil - Chantagem Audaciosa (Terminada)

Fanfic: Chantagem Audaciosa (Terminada)


Capítulo: 14? Capítulo

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— Com frio? — Ele abaixou um pouco a cabeça, sua voz grave atingiu uma nota que fez os corpos de ambos ressoarem. — A quem está tentando enganar?
Sentindo as pernas tremerem, Dulce murmurou:
— Por favor...
— Por favor o quê? — Os lábios sensuais de Christopher estavam a poucos milímetros dos dela, e avançavam lentamente. — Diga-me, por favor, o quê?
O aroma da colônia que o príncipe usava chegou às narinas de Dulce como um poderoso afrodisíaco. Era tão familiar e especial. Ela sentia os mamilos intumescidos roçando no peito másculo, o quadril percebendo toda a virilidade daquele homem. O sangue que corria em suas veias parecia queimar como fogo.
— O quê? — Christopher insistiu em um murmúrio rouco, uma voz que mais parecia o ronronar de um felino.
— Beije-me... — No instante em que ouviu tais palavras, o príncipe soltou-a, liberando-a de seu abraço forte.
Ela parecia flutuar, como se não houvesse chão sob seus pés. Piscou várias vezes, como alguém que acabara de acordar de um sonho.
— Meu povo está acostumado a reservar os momentos íntimos para ambientes mais discretos — Christopher murmurou em um tom sedoso. — Esse escritório fica em um prédio público... Poderemos desfrutar de toda a privacidade no harém do Palácio Muraaba.
Imediatamente Dulce mordiscou o lábio inferior.
— Você disse... harém?
— O comportamento de uma amante em Jumar deve ser cauteloso. Para ser minha amante, acima de tudo, ela deve ser quase invisível. — Ele agora parecia um tanto pesaroso. — Deverá viver atrás de altos muros e portas fechadas e centrar todos os pensamentos na minha satisfação, porque essa será sua única preocupação de agora em diante. Em outras palavras, vai ter que dizer adeus ao mundo exterior.


— Acha que vai me colocar em um harém? — Dulce sussurrou aturdida. — Só pode ter perdido a cabeça para sugerir algo assim!
Christopher caminhou até a mesa que ficava no centro do escritório, apoiando-se nela.
— Bem, seu irmão não será libertado da prisão até que você concorde em se mudar.
— Christopher...
Erguendo a mão direita em um gesto imperioso, o príncipe abaixou os olhos para o relógio de ouro que usava no pulso.
— Temo que nosso tempo tenha acabado. Infelizmente, tenho outras audiências agendadas. Um carro poderá levá-la para minha casa agora mesmo...
— Agora? — Arqueando as sobrancelhas, totalmente incrédula, Dulce deu um passo adiante.
— Sua bagagem foi apanhada no hotel assim que você saiu pela manhã, e a conta evidentemente já foi paga. Depois de ser informado que Alfonso seria solto, seu padrasto foi esperar a libertação na prisão. Você só voltará a ver seus parentes depois que nosso acordo for cumprido.
O absurdo da situação calou-a por alguns instantes. Foi preciso engolir em seco para recuperar a voz.
— Não pode estar falando sério. Você realmente não está falando sério...
O príncipe caminhou até a porta, abrindo-a com um gesto brusco.
— Quer apostar?
O rosto de Dulce já não possuía cor alguma.
— Espero que seja uma boa jogadora se quiser arriscar a sorte comigo — ele murmurou. — E nesse jogo, querida, não terá chance alguma de blefar.

Sentada em um banco de pedra perto da entrada lateral, Dulce olhou para a limusine que a aguardava. O carro a levaria ao Palácio Muraaba ou ao aeroporto, a escolha era dela, ainda era senhora da própria liberdade. Melhor respirar fundo e tentar acalmar-se...
Você não terá chance alguma de blefar nesse jogo, querida.
Embora lutasse bravamente para manter o autocontrole, ela não podia conter a fúria amarga que a dominava. Era culpada pelo fato de Franco ser um vigarista? Depois de todos os revezes do destino, a família Saviñon estava completamente falida. Nada sobrara, nem mesmo a casa que Dulce e Alfonso haviam herdado da mãe, que ele vendera para tentar a sorte em Jumar. E o que Franco fizera com aquele meio milhão de libras? Embolsara tudo depois de falsificar a assinatura dela? Ou será que Christopher facilitara as coisas, fazendo o cheque no nome de seu padrasto?
Christopher, que imaginava que todas as mulheres só estavam interessadas em dinheiro.
Será que era exatamente aquilo o que Christopher pretendera dizer? Dulce encolheu os ombros e abraçou com força o próprio corpo. Não suportava pensar naquele dia na embaixada, realmente acreditara que era o dia de seu casamento. Mas depois da cerimônia, Christopher a tratara como a mais baixa forma de vida do mundo, retirando-lhe todo o orgulho, as esperanças e devastando o amor que os unira um dia.


— Em minha cultura é muito simples se divorciar — ele declarara. — Eu digo em árabe “Renego essa mulher” três vezes, só isso. Quer ver como recupero minha liberdade? Quer que eu demonstre que palhaçada foi essa cerimônia?
A dor e a humilhação daquele dia nunca abandonaram Dulce, e o comportamento de Christopher fora espantoso. Ele agira como se Dulce nem existisse, preocupando-se apenas consigo... Aquilo não dava a ela motivo mais que suficiente para odiá-lo?
Sim, Dulce odiava o príncipe Christopher Von Uckermann. Mas ao mesmo tempo, continuava a sentir-se insegura e estranhamente atraída quando estava na presença do homem. Por quê? Melhor não pensar muito no assunto.
— Posso ajudá-la?
Ela ergueu a cabeça e, ao ver Latif, levantou-se. Gostaria de fazer um telefonema.
O ancião pareceu hesitar.
— Até mesmo um criminoso tem direito a isso. Mas talvez não seja assim aqui, no civilizado e humano país que é Jumar.
A ironia de Dulce foi óbvia. Latif corou, meneando a cabeça.
— Venha comigo, por favor.
O homem a conduziu a um escritório privativo que ficava no corredor. Ela ligou para o celular do padrasto.
— Dulce? — Franco atendeu animado. — Não sei que truque você usou, mas está funcionando! Ainda não tenho certeza, mas parece que nosso Alfonso vai ser solto hoje à tarde...
— Responda-me apenas uma pergunta — Dulce interrompeu-o secamente. — No dia do casamento eu lhe dei um envelope. O que você fez com o cheque que havia dentro?
O silêncio do outro lado da linha foi total.
Franco limpou a garganta.


— Você pegou o dinheiro, não é? — ela murmurou com desgosto. — Deixou Christopher se livrar de mim como se eu também fosse uma chantagista!
— Alfonso ficou com a maior parte do dinheiro sem perguntar de onde ele vinha. E pare de falar em chantagem, Dulce. Tudo o que fiz foi tentar proteger seus interesses e, se Christopher queria mesmo pagar para que ficássemos calados, por que não aceitar o dinheiro? — o padrasto protestou. — Tudo ficaria em família, afinal de contas...
— Você é um vigarista e ladrão. Roubou minha mãe e se aproveitou de mim. Não insulte minha inteligência falando sobre família! — Dulce desligou, batendo o fone no gancho com violência.
Voltou lentamente pelo corredor e caminhou direto até a limusine que a aguardava. O contato da pele com o sol quente foi agradável. Dulce estava disposta a jogar bem pesado. As apostas já haviam se encerrado, e ela não estava nem um pouco disposta a perder o jogo.
O Palácio Muraaba ficava mais distante do que Dulce imaginava. No meio do deserto, dezenas de milhas além dos limites da cidade. Todo aquele vazio deixou-a fascinada. Quanta areia!
Na verdade, era uma paisagem de certa forma desoladora. E pensar que um dia fora maluca o bastante por Christopher para imaginar que podia viver em Jumar...
Finalmente, uma construção surgiu no horizonte, uma construção totalmente cercada por muros fortificados que pareciam cada vez maiores à medida que se aproximavam. Quando a limusine parou, um grupo de soldados com trajes de gala apressou-se em abrir o portão. Dulce notou que os sólidos portões eram de aço. Não seria fácil escapar daquele lugar, mesmo que quisesse.


Do outro lado da muralha existia uma propriedade enorme, com jardins imensos e de beleza indescritível, que se espalhavam em todas as direções. Por toda parte viam-se grupos de soldados, como se estivessem preparados para defender o palácio de uma invasão iminente. O coração de Dulce disparou. Definitivamente, o plano de uma fuga espetacular estava descartado.
Com a cabeça erguida, indiferente aos olhares e sussurros que acompanhavam sua passagem, ela entrou no palácio. No caminho, os guardas ficavam em posição de sentido e a saudavam ao vê-la. Dulce desconsiderou aquilo, era melhor não se iludir com a acolhida amistosa.
O Muraaba era realmente uma construção muito antiga. E era impossível ignorar o luxo dos mosaicos do salão verde e dourado, onde seus passos agora ecoavam.
Um grito de dor seguido pelo choro de uma criança quebraram a tranqüilidade, e um arrepio percorreu a espinha de Dulce.
Se tinham coragem de ferir uma criança...
Ela parou e olhou para um corredor que saía da parte direita do salão. A princípio não acreditou no que estava vendo. Três servos estavam encostados a uma parede gritando e, uma mulher, certamente outra serva, ajoelhava-se no chão e era ameaçada por um garotinho que segurava um açoite. Por um instante Dulce esperou que alguém interviesse, mas quando notou que aquilo não iria acontecer, decidiu resolver a situação sozinha.
— Pare com isso! — ela gritou.
O garotinho, vestido em um robe minúsculo, parou por um segundo, encarando Dulce com espanto, depois continuou.
— Pare agora mesmo! — ela ordenou gelidamente. Em seguida avançou com passos rápidos até o menino e, livrando-se do açoite, segurou-o no colo. Sem dúvida o garoto era muito jovem e parecia dominado por uma raiva incontrolável.


— Solte-me! Deixe-me em paz! — ele gritava. — Ou vou bater em você também!
— Só vou colocá-lo no chão se você parar de gritar.
— Eu sou um príncipe, possuo o sangue real da casa de Jumar!
— Você é um garotinho. — Dulce sentiu-se insegura, notando o silêncio sepulcral de todos que observavam a cena. Examinou o rico trabalho de bordado na seda do tecido das roupas que o menino usava. Lindo, pensou. — Nenhum príncipe de sangue real deve se comportar desse jeito — disse sem hesitar. Os lábios do menino curvaram-se em um muxoxo. Os enormes olhos castanhos encheram-se de lágrimas.
— Sou um von Uckermann. Eu sou um príncipe. Tem que fazer o que eu mando. Por que não faz o que eu mando?
Naquele momento ele deixou de ser um monstrinho e transformou-se em uma criança. Não devia ter mais do que cinco anos.
— E esse príncipe tem um nome?
— Rafi...
Consciente de que um parente ultrajado poderia aparecer a qualquer momento, de que estava em um país estrangeiro com uma cultura diferente, Dulce tentou colocar o garoto no chão. Mas, para sua surpresa, Rafi estava quase adormecido.
— Sono... — ele balbuciou, aninhando a cabeça no colo dela.
— Será que alguém pode levar Rafi... quero dizer, Sua Alteza Real, para a cama? — Dulce perguntou, esperando que alguém naquele lugar entendesse inglês.
— Babá... eu sou babá — Quem falava era a mulher que instantes atrás estava sendo agredida.

— É feio e nada gentil ferir as pessoas, Rafi — Dulce suspirou.
— Ele não tinha intenção de me machucar — a babá murmurou temerosa.
— Rafi com sono... — O menino ajeitou o corpo nos braços dela. — Você leva Rafi para a cama?
Bem, como ninguém parecia disposto a fazer aquilo, provavelmente a tarefa seria cumprida por ela.
— Meu cavalo voa mais rápido que o vento — Rafi disse com voz sonolenta enquanto saíam do corredor.
Dulce se conteve, e não perguntou se o menino batia no cavalo também.
— Eu adoro cavalos.
— Vou lhe mostrar o meu.
Foi um caminho longo e tortuoso entre corredores que mais pareciam um labirinto. Era estranho, mas quando ela passava com o menino nos braços os serviçais inclinavam a cabeça com reverência, como se estivessem na presença de uma autoridade. Será que Christopher também tinha o costume de agredir os criados?
Chegaram finalmente ao quarto de Rafi, no qual podia-se ver todo tipo de brinquedo imaginável. Uma criança mimada, Dulce concluiu, recusando-se a se deixar enganar pela aparência doce e inocente da criança. De qualquer maneira, Rafi não devia ter aprendido sozinho a usar tamanha violência. Devia ter seguido o exemplo de alguém.
Um parente, talvez? Christopher? Não era à toa que o homem acreditava que podia mantê-la em seu harém como uma escrava...
O pensamento a fez decidir que não iria passar muito tempo no Palácio Muraaba. De jeito nenhum concordaria em ficar em um lugar como aquele!


Depois de acomodar o garoto na cama, Dulce realizou uma pequena exploração do palácio.
Tudo naquele lugar era sofisticado, e obviamente caríssimo. Em todos os ambientes o chão de mármore era recoberto por tapetes persas. O divã em que se sentou, na última sala que visitou, era revestido de seda pintada à mão. Christopher crescera naquele lugar, um ambiente muito diferente de tudo o que ela conhecia...
O som de passos no salão principal retirou-a daqueles devaneios. Segundos depois, Christopher entrou pela porta e parou para encará-la.
O rosto forte e másculo parecia transtornado.
— Latif me informou que houve um incidente entre você e Rafi...
Lembrando-se do episódio chocante que testemunhara, Dulce fixou no príncipe os olhos cheios de fúria.
— Quer dizer que alguém já se queixou do meu comportamento... Bem, vou lhe dizer uma coisa: é melhor me colocar logo em um avião para casa, porque não tenho a menor intenção de ficar aqui presenciando criados sendo agredidos por crianças ou adultos!
A mandíbula de Christopher contraiu-se.
— Repita o que acabou de dizer...


— Uma vez só não basta? Que tipo de país é este? Que tipo de sociedade permite a uma criança pequena um comportamento como aquele?
Christopher respirou fundo. Apesar de bronzeada, sua pele parecia pálida.
— Está me dizendo que Rafi agrediu um dos criados da casa?
Depois de também respirar fundo, Dulce descreveu rapidamente a cena que presenciara.
— Vou me entender com Rafi — o príncipe murmurou, ainda ostentando uma expressão ultrajada. — Mas devo lhe dizer que não somos um povo primitivo. Uma agressão é apenas uma agressão em Jumar, não importa quem foi a vítima ou o agressor. Fico grato por você ter resolvido a situação, mas não deve julgar todo o povo desse país pelo comportamento do meu irmão caçula!
— Irmão caçula?
O rosto de Dulce corou e sua pele queimava como fogo. — Rafi é seu irmão? Mas se está me dizendo a verdade, por que ninguém se encarrega de controlar o menino?
— Quem? Meu pai morreu quando Rafi tinha três anos. A mãe do garoto morreu seis meses depois... era uma mulher com um temperamento bem difícil. — A expressão do príncipe era bem séria. — Ensinou Rafi a comportar-se como quisesse. Alem disso, nenhum dos criados jamais ousaria advertir Rafi. É considerado uma ofensa colocar as mãos em uma pessoa de sangue nobre.
— É mesmo?










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Autor(a): lovedyc

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— Sim, mas essa lei não foi criada para que uma criança pudesse agir como bem entender. Rafi precisa aprender urgentemente como se comportar.— Qual a idade dele?— Quatro anos, e garanto que é esperto o bastante para saber que está errado. Vou me entender com ele. — Christopher encaminhou-se para a porta com passos firmes, c ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 480



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  • stellabarcelos Postado em 22/11/2015 - 20:02:55

    Muito lindo! Amei

  • anjodoce Postado em 02/08/2009 - 00:39:21

    Linda,linda,linda história! Chego a ficar emocionada de tão linda que foi,muito obrigada por postar essa história maravilhosa, obrigada pela dedicação do post, pelo carinho, e, quero dizer também que estarei acompanhando sua nova web "A lenda do Anel",eu a achei bem interessante e divertida, foi realmente a que eu queria que você postasse, embora não tenha tido tempo para votar, estou ansiosa e espero para ler, Mil Beijos, tchau!

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:08:15

    Ah... outra coisa!!! Onde será que eu arrumo um sapo desses pra mim!!! shuahsuahush

    besitos

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:14

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:06

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:58

    POSTA MAIS !!!! ++++++++++++++

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:54

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:44

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:35

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:29

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