Fanfics Brasil - Chantagem Audaciosa (Terminada)

Fanfic: Chantagem Audaciosa (Terminada)


Capítulo: 15? Capítulo

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— Sim, mas essa lei não foi criada para que uma criança pudesse agir como bem entender. Rafi precisa aprender urgentemente como se comportar.
— Qual a idade dele?
— Quatro anos, e garanto que é esperto o bastante para saber que está errado. Vou me entender com ele. — Christopher encaminhou-se para a porta com passos firmes, como um homem com um objetivo bem definido em mente.
Dulce apressou-se em segui-lo.
— O que vai fazer?
— Posso saber pouca coisa sobre crianças, mas sei que não se deve retribuir violência com mais violência. Vou conversar com ele e restringir alguns privilégios para puni-lo.
— Sinto muito pelo que disse momentos atrás. Acho que ainda estava um pouco nervosa. Rafi é jovem demais e, tendo perdido ambos os pais, provavelmente sente-se infeliz.
— Sei disso tudo, mas também temo que ele tenha herdado a crueldade da mãe.
Deixada sozinha, Dulce mordiscou o lábio inferior, imaginando por que estava preocupada, e por que se envolvera tanto. O assunto não lhe dizia respeito, especialmente porque não era nenhuma autoridade quando se tratava de psicologia infantil. De qualquer forma, estava aliviada pelo fato de Christopher ter ficado furioso com o episódio. Aquilo significava que ela não estava totalmente enganada sobre o caráter dele. Para ser franca, um ano antes ela acreditava até mesmo que Christopher pudesse caminhar sobre as águas.
Catorze meses antes, Alfonso compareceu à cerimônia de casamento de seu comandante, na qual Christopher era o convidado de honra. Como Annie estava nos últimos dias de gravidez, Alfonso preferiu que a mulher ficasse em casa, e pediu para Dulce acompanhá-lo.

— Vamos lá, mana — ele insistiu quando a irmã tentou recusar o convite. — Desde que mamãe morreu, você vive trancada em casa. Sei que é tímida, mas você precisa sair de vez em quando.
No dia do casamento, o carro de Alfonso recusou-se a funcionar e por isso, a contragosto, os dois tiveram que usar o velho sedã. Mas o pior ainda estava por vir. Depois de ser importunada durante todo o trajeto pelos gritos do irmão, Dulce acabou causando um acidente ao tentar estacionar na frente da igreja. O pequeno sedã arruinou a lataria da caríssima limusine de Christopher.
Agastado como se ela houvesse matado alguém, Alfonso recomeçou a gritar:
— O que quer dizer com “não vi”? Aquela coisa é maior do que o maldito Titanic! Como pôde fazer algo tão estúpido?
Entretanto, a atenção de Dulce já havia sido capturada pelo homem alto, moreno e incrivelmente lindo, que no momento lhe sorria. Um sorriso simpático, preocupado e charmoso. O coração dela acelerou-se, principalmente quando percebeu que os olhos espetaculares do homem, dourados como os de um leão, examinavam-na atentamente. Segundos depois de conhecer Christopher
Von Uckermann, Dulce já estava enfeitiçada. Ignorando Alfonso, Christopher dirigiu-se diretamente a ela.
— Você parece em estado de choque. Precisa se acalmar. Venha comigo.
— M-mas... mas seu carro...
— Não foi nada. Por favor, esqueça isso.

Ele a conduziu até a limusine, onde um guarda já segurava a porta aberta. Acomodando-a no assento de couro, Christopher murmurou:
— Fique calma, não precisa se preocupar com nada.
— Sua Alteza Real... hã... — Alfonso começou em um tom de voz consternado. — Príncipe Christopher... minha irmã... Bem, eu cuidarei dela, Sua Alteza não precisa se incomodar... —disse Alfonso, assim que se aproximou.
— Obrigado, mas não me sinto nem um pouco incomodado. — Christopher abriu o frigobar da limusine e entregou uma garrafa de água mineral para Dulce, depois de encará-la novamente com um sorriso nos lábios.
— Nunca havia pensado nisso antes, mas acho que você é muito bonita. — O irmão dela comentou quando já estavam acomodados no interior da igreja. — Sorte sua, mana! Você conseguiu bater naquele carro gigantesco que até mesmo um cego teria visto. E mesmo assim, Sua Alteza Real preferiu insistir que a limusine dele estava estacionada no lugar errado... E o homem ainda ofereceu-se para pagar o conserto do seu carro!
— Oh... Ele é realmente um príncipe? — Dulce murmurou.
— Na mais pura acepção da palavra — Alfonso confirmou. — É o comandante-em-chefe desceu próprio exército e governante interino de Jumar. Victor, seu pai, aparentemente está muito doente, e logo o príncipe Christopher será coroado, tornando-se rei e governante supremo de seu país.
Dulce sentiu um aperto no peito. O bom senso lhe dizia que um homem daquele status não estava a seu alcance. Mesmo assim, continuava sentindo-se extremamente curiosa.
— Casado?
— Não. Mas por que pergunta isso?
— Eu o achei muito gentil.
— Gentil? — A expressão de Alfonso foi de desdém. — Veja bem, posso não estar muito atualizado mas, pelo que ouvi, o homem é rápido como um foguete com as mulheres! Felizmente, você é jovem demais para ele.
— Jovem demais? Faço dezenove anos no mês que vem!


Durante a recepção, Alfonso a abandonou, juntando-se a seus colegas do Exército, e Christopher logo se aproximou para falar com ela.
— Aceita uma taça de champanhe?
Mesmo depois de um ano, Dulce admitia que nunca mentira tanto como naquele dia, e com a maior naturalidade. Pela primeira vez na vida queria impressionar um homem, coisa que não conseguiria de forma alguma se ele a considerasse uma criança.
— É engraçado, mas as poucas pessoas que a conhecem nessa festa referem-se a você como uma adolescente. — Christopher fez o comentário depois de sorver um gole de bebida, examinando atentamente as reações de Dulce.
— As pessoas perdem a noção da passagem do tempo quando não nos vêem com freqüência. —Ela fingiu casualidade e tentou parecer madura. — Posso não ser muito alta, mas na verdade tenho vinte e três anos.
— Não parece ter essa idade — ele replicou com franqueza.
— É por causa do ar puro do campo... — Dulce replicou, sorrindo.
E foi assim, tão facilmente, que tudo aconteceu. Seu único objetivo era não ser ignorada apenas por ser jovem demais. Não tinha nem sequer imaginado as conseqüências que aquela mentira inocente poderia trazer.
— Gostaria de vê-la outra vez — Christopher informou.
— Quando?
— Espere e verá.
E as rosas começaram a chegar no dia seguinte. Rosas brancas todos os dias, cujo perfume dominava o ar de sua casa.
Nunca havia um cartão, mas Dulce obviamente sabia quem as mandava. E então passou a esperar ansiosa pelo telefonema.
Cada minuto parecia durar um século. E Christopher demorou uma semana para ligar!
— Diga a ele que sua agenda está lotada! — Annie aconselhou-a antes de entregar-lhe o fone.
Mas que idéia! A cunhada não fazia a menor idéia de que Dulce correria descalça até Londres só para ver Christopher, bastava que ele pedisse...


— Sinto muito, não posso fazer isso.
Annie revirou os olhos.
— Ainda tem muito o que aprender, garota. — A cunhada murmurou ao vê-la chorando logo depois, quando Christopher desligou sem fazer um convite formal. — Se quiser realmente impressionar um sujeito, deve mostrar que é mais esperta do que ele!
Apenas quatro anos mais velha do que Dulce, Annie achava graça em toda a situação. E quando Christopher ligou para Alfonso convidando toda a família para jantar, foi ela quem se aproximou do marido antes que saíssem na noite seguinte, pedindo para que ele não fizesse nenhum comentário sobre a idade da irmã.
— Não devia ter mentido. — Alfonso comentou com desaprovação, encarando uma Dulce muito corada.
— Deixe a menina em paz, Alfonso. — Franco interveio, surpreendendo a todos. — Afinal de contas, esse flerte não levará lugar algum, certo? O homem é um príncipe herdeiro, esqueceu? Deixe sua irmã se divertir. Além disso, todos nós vamos aproveitar muito a noite.
Nas semanas que se seguiram, Dulce esforçou-se para dizer a si mesma que não havia nenhum futuro em seu relacionamento com Christopher. O que, claro, não a impediu de se apaixonar loucamente. Tal sentimento, porém, logo a tornou ansiosa e vulnerável.
Era irônico, Dulce refletiu mortificada, retornando lentamente ao presente cercada pela beleza do Palácio Muraaba. Um ano antes Christopher até parecera chocado ao ser convidado para passar a noite na casa dela, sendo informado de que os dois estariam sozinhos. Mas na verdade fora culpa dele o fato de o convite idiota de Dulce não tê-los levado a nenhuma intimidade.


Extremamente nervosa, ela tentara criar um ambiente especial para uma noite romântica com o homem que amava. A última coisa que esperava ouvir era uma desculpa tão esfarrapada:
— Não vou passar a noite, nunca faço isso no primeiro encontro... — ele dissera, com uma expressão fria no rosto.
E a noite continuou como se os dois fossem estranhos, até o desastre final.
Naqueles que deveriam ser seus últimos momentos como virgem, Dulce acabou entornando a taça de vinho sobre o próprio vestido. Ansiosa e meio embriagada, correra para o banheiro a fim de se lavar. Ao voltar para o quarto, enrolada em uma toalha, encontrou Christopher esperando-a. Minutos depois, Franco irrompera no quarto, desencadeando uma situação embaraçosa que a própria Dulce não tinha presenciado, já que correra envergonhada de volta para o banheiro. Que idiota havia sido ao atirar-se daquele jeito nos braços de Christopher! Ela fechou os olhos, consternada com as lembranças desagradáveis. Mas, pensando bem, o fato era que em todos os momentos que passara junto ao príncipe, mesmo os mais românticos, jamais o ouvira dizer que a amara...
Dulce acordou confusa, ciente da sensação quente e confortável de segurança causada pelos braços que a seguravam. Braços?
— Fique quieta... — A voz grave de Christopher era imperiosa, mesmo em um volume tão baixo.


— O q-quê... o-onde? — Só depois de piscar algumas vezes ela reconheceu o príncipe, que apoiava o corpo imenso na beira do divã onde ela adormecera. Em um gesto abrupto, Dulce saltou para o lado, desvencilhando-se do abraço de Christopher e postando-se em pé a pouca distância do divã.
As aristocráticas sobrancelhas de Christopher uniram-se.
— Uau... Como fez isso?
— Você me assustou — ela acusou-o, nem um pouco disposta a discutir os próprios talentos acrobáticos.
— Por que a assustei? — Ele parecia ressentido. — Nunca, em nenhuma circunstância, eu feri uma mulher.
Era extraordinário, mas aquelas palavras fizeram Dulce sentir-se culpada. Ela meneou a cabeça com força, como se quisesse afastar tal sensação.
— Eu não queria estar aqui, e você sabe disso...
A expressão de Christopher endureceu imediatamente.
— Você fez sua escolha.
— Não tive outra alternativa.
— Nesse caso, agora já sabe como me senti no dia de nosso casamento. Encurralado e impotente! — O tom de voz dele agora era raivoso. — Não tive escolha, a não ser aceitar aquela farsa. Meu pai estava morrendo. Você sabia disso. Seria bem desagradável para ele descobrir em sua última semana de vida que o filho colocara o nome da família nas manchetes de tablóides sensacionalistas por seduzir uma adolescente inglesa!

Ela ficou pálida. Um suspiro escapou-lhe dos lábios.
— Mas você não fez isso...
— Não precisa me lembrar do fato.
Uma risada amarga e sinistra ressoou no salão, O príncipe aproximou-se, segurando-a pelos braços com tanta facilidade como se estivesse lidando com uma boneca.
— Quais são as chances de que eu a deixe intocada por uma segunda vez? Uma em um bilhão?
A atmosfera era tensa, quase enervante.
— Christopher...
As mãos dele moldaram-se às curvas femininas do quadril de Dulce, puxando-a para perto de si. Naquele instante, os mamilos dela roçaram contra o peito musculoso, duro como aço. Mesmo sem nenhuma intenção, ela sentia-se excitada. Entretanto, com um gemido estranho, Christopher afastou-se um segundo depois.
— Eu não posso...
Contendo um suspiro, Dulce encarou-o com olhos flamejantes.
— O que você não pode?
— Ficar aqui. Encontrei-a dormindo e pretendia carregá-la para a cama... Mas só passei em casa para trocar de roupa. Tenho que atender os Majilis hoje à tarde. — Com um gesto mecânico, o príncipe penteou os cabelos em desalinho com os próprios dedos.
Dulce respirou fundo, encarando-o com descrença.


— Você... tem que atender Majilis... Vai sair?
O olhar de Christopher era de sarcasmo. Ele encolheu os ombros largos com elegância, sorrindo como se zombasse dela.
— Minutos atrás você disse que não queria estar aqui. Parece mudar de idéia como o vento muda de direção. E eu não tive nem sequer que beijá-la para ganhar essa batalha...
Mortificada, Dulce fechou os olhos. Como aquele homem ousava falar daquela forma?
— Por acaso acha que é irresistível?
— Você faz com que eu me sinta irresistível. Existe uma pequena diferença. — Com poucos passos, Christopher venceu a distância que o separava da porta. Chegando lá virou-se, voltando a encara-la.
— É uma mulher muito quente. Tenho certeza de que outros homens já experimentaram essa sensação, mas, no momento, você me pertence exclusivamente.
— Consegue imaginar quanto eu o odeio? — Dulce disparou.
— Por que eu deveria? Isso não significa nada para mim. — O príncipe ergueu a cabeça em um gesto arrogante, fixando nela um olhar ferino. — Eu apenas quero possuí-la. Quero me deitar com você à noite e fazer sexo sempre que desejar. Mas isso é tudo o que quero de você.







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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 480



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  • stellabarcelos Postado em 22/11/2015 - 20:02:55

    Muito lindo! Amei

  • anjodoce Postado em 02/08/2009 - 00:39:21

    Linda,linda,linda história! Chego a ficar emocionada de tão linda que foi,muito obrigada por postar essa história maravilhosa, obrigada pela dedicação do post, pelo carinho, e, quero dizer também que estarei acompanhando sua nova web "A lenda do Anel",eu a achei bem interessante e divertida, foi realmente a que eu queria que você postasse, embora não tenha tido tempo para votar, estou ansiosa e espero para ler, Mil Beijos, tchau!

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:08:15

    Ah... outra coisa!!! Onde será que eu arrumo um sapo desses pra mim!!! shuahsuahush

    besitos

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:14

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:06

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    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:58

    POSTA MAIS !!!! ++++++++++++++

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:54

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:44

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:35

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:29

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