Fanfics Brasil - Chantagem Audaciosa (Terminada)

Fanfic: Chantagem Audaciosa (Terminada)


Capítulo: 17? Capítulo

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— Não preciso saber ler árabe para reconhecer o símbolo para um aeroporto!
— Nesse caso, o símbolo indica um campo de pouso que foi desativado logo depois do final da Segunda Guerra Mundial.
— Isso não é possível. — Dulce estreitou os olhos, examinando o mapa novamente. — Aqui está a cidade...
— Temos mais de uma cidade em nosso país — Christopher informou secamente. — E essa, por acaso, não é a capital. Trata-se de Kabeer, na costa do Golfo. Alá seja louvado por permitir que eu a tenha encontrado antes da tempestade...
— Bem, pelo menos você salvou Omeir, o magnífico. — A tentativa de sarcasmo não foi bem-sucedida.
— É uma situação muito séria para que você faça piadas a respeito — o príncipe disparou raivoso, segurando-a pelo pulso. — Por toda a minha vida fui treinado para cumprir meu dever, e mesmo assim agi como um irresponsável hoje.
Soltando-a, como se o contato com a pele de Dulce o tornasse impuro, Christopher suspirou.
Dulce sentiu-se muito vulnerável e manteve-se calada.
— Estava no Palácio Haja quando fui informado sobre sua fuga. Teria até ficado admirado com suas acrobacias sobre os telhados do Muraaba se não soubesse da previsão meteorológica, que anunciou uma forte tempestade pela manhã. Agindo contra o bom senso, resisti aos apelos de meus companheiros e embarquei naquele helicóptero. Deve estar se perguntando por que fiz isso? Em condições tão perigosas, eu jamais pediria a um homem para arriscar a vida tentando salvá-la!
O rosto de Dulce estava totalmente pálido.
— Não era um risco que eu devia correr, logo eu, que não tenho outro herdeiro a não ser um irmão de quatro anos! —As feições másculas de Christopher estavam rígidas por causa da tensão. — E o pior, estou perdendo tempo com você enquanto meu país, que sempre devo servir em primeiro lugar, encontra-se em estado de emergência!


Compreendendo o que ele queria dizer, Dulce sentiu-se terrível. Para resgatá-la, o príncipe se arriscara a pagar um preço alto demais. Pela primeira vez ela entendeu que, diferentemente dela, Christopher tinha que viver duas vidas, uma pública e outra privada.
— Eu realmente sinto muito.
— Consegue entender o que causei? — Os dentes do príncipe estavam cerrados. — Nesse momento todos os esquadrões de defesa civil devem estar realizando uma busca completa por mim, em vez de ajudarem aqueles que realmente foram atingidos pela tormenta!
— E-eu.... eu nem sei o que dizer — Dulce balbuciou chocada. — Sinceramente, jamais imaginei que uma tempestade de areia pudesse ser tão séria. Achava que o vento só mudava as dunas de lugar um pouco e...
— Cale a boca antes que eu a estrangule — Christopher interrompeu-a.
— Para onde estavam levando Omeir?
— É época do encontro dos xeiques tribais dos territórios do leste. Omeir estava indo na frente, para chegar antes de mim. Agora nós dois vamos nos atrasar... — ele completou com um suspiro.
— Realmente não queria causar tanto transtorno para você...
Christopher ergueu a cabeça devagar encarando-a com uma expressão inescrutável.
— Por outro lado, talvez eu agora queira reivindicar meu prêmio por tê-la resgatado. Afinal de contas, mereço isso...
A respiração dela era entrecortada. Podia sentir o coração acelerando-se. Felizmente, como em um filme de suspense, naquele momento ouviram-se vozes na entrada exterior da caverna.
Com certeza eram os homens da equipe avançada de resgates, ela pensou, contendo um suspiro.


→ Caítulo V.




— Está acordada, senhora? — Shiran abriu a cortina que cercava a cama gentilmente. — Sidi Latif espera para lhe falar...
— Mas estou na cama...
— Por favor, desculpe-me incomodá-la. — Era possível reconhecer a voz de Latif, embora ele mesmo se mantivesse fora de vista. — Estou fora de seu quarto, e com seu consentimento posso falar daqui mesmo.
Dulce piscou confusa. O homem dissera estar fora do quarto, mas aquela era uma tenda!
Podia ser incrivelmente opulenta e bem decorada, gigantesca na verdade, mas ainda era uma tenda.
Evidentemente Christopher decidira levá-la consigo para a reunião de xeiques por não querer arriscar-se a uma segunda tentativa de fuga do Palácio Muraaba.
— Sim... — ela balbuciou.
Shiran despediu-se com uma reverência, e, só alguns momentos depois, Latif voltou a falar.
— O príncipe Christopher já não dorme há muitas horas. Durante a noite ele visitou as pessoas atingidas pela tempestade...
— Houve muitos feridos? — A ansiedade de Dulce era sincera.
— Muita consideração de sua parte desejar saber. — Latif comentou em tom de aprovação. — A tormenta foi mais violenta no deserto, mas várias pessoas feriram-se na cidade por causa de desabamentos. Também aconteceram muitos acidentes de tráfego. Apenas três mortes, felizmente menos do que esperávamos. De qualquer forma, o príncipe agora deve repousar, para seu próprio bem. Eu ficaria grato se fizesse essa sugestão a ele.
— Farei o melhor possível — ela prometeu.
— Muito agradecido, senhora — Latif murmurou em tom de despedida.
Então ela devia aconselhar Christopher? Dulce sentiu-se desconcertada. Era como se seu relacionamento com o príncipe de Jumar fosse íntimo.
Um instante depois, antes mesmo que ela começasse a se vestir, o próprio Christopher apareceu.


— Suas criadas realmente fizeram um bom trabalho, mantendo-a longe dos olhos de qualquer homem... inclusive dos meus!
— Os seus? — A mera presença daquele homem era suficiente para fazer a pulsação dela acelerar-se.
— Demorei dez minutos para encontrá-la. — Embora parecesse exausto, Christopher ainda emanava uma energia magnética.
— Ora, mas estamos em uma tenda... — Dulce murmurou, sem conseguir pensar em algo mais inteligente para dizer.
— Uma tenda que possui a área de alguns acres. — Com elegância felina de sempre, o príncipe aproximou-se da cama. — Um palácio desmontável... Somos um povo do deserto, e a necessidade de escapar ao confinamento de paredes de pedra é muito grande. Meu pai costumava passar meses fora do palácio sem desfrutar de quase nenhum conforto. Só mandava buscar uma mulher quando tinha vontade...
— Mandava buscar? — Ela estava estupefata.
Os dedos de Christopher brincaram casualmente com o tecido da que a cobria.
— Você parece chocada... Antes de se casar com minha mãe, meu pai tinha pela menos uma centena de concubinas. Sexo era tratado de forma politicamente correta naqueles dias, apenas um fato da vida que não merecia maior interesse.
— E como isso funciona hoje? — Nervosa, Dulce segurava colcha sobre o corpo sem se preocupar em ocultar a própria ansiedade.
— Não preciso mandar buscá-la. Você está aqui, esperando por mim. — Um sorriso malévolo curvou os lábios dele. — As coisas não mudam... Mas devo admitir que sua presença aqui é um fato notório entre todo o povo, o que não nos permitirá muita privacidade.
A afirmação desconcertou-a.
— Por que diz isso?


Veja o que fez ontem... Você não pode escalar os telhados do Muraaba como uma trapezista, roubar o garanhão mais caro do Oriente e me forçar a persegui-la sem provocar comentários do povo. — A calma fria das palavras dele só serviu para fazê-la corar. — Eu estava zangado, mas já me acalmei. Hoje à noite você se entregará a mim como devia ter feito há um ano, e não terei que ser nem um pouco discreto.
— Eu me... entregarei a você?
— Exatamente. E dessa vez não haverá nenhuma toalha tola, nem seremos interrompidos por um padrasto vulgar. Acredite em mim, esta noite não haverá nenhum tipo de interrupção. — Christopher pronunciou a frase com satisfação.
— Mas eu...
— Por que discutiria comigo, Dulce? Não parecia nem um pouco envergonhada há um ano, quando praticamente se atirou em meu colo. O que mudou?
— Fiquei mais velha e mais sábia. Eu pensei que o amava... mas você mesmo me curou desse mal.
A expressão do príncipe agora era de sarcasmo.
— Eu também estou imune a esse sentimento. Depois que percebi sua armadilha nunca mais alimentei ilusões tolas. —Sentando-se na beira da cama, Christopher desviou a cabeça. Seu olhar fitava o nada. — Sabe em que momento você matou o que eu sentia? Foi quando eu propus o casamento no dia seguinte àquela confusão e você concordou sem hesitar. Foi o que me convenceu de que você realmente tinha conspirado com seu padrasto para me chantagear.
Sem conseguir articular uma palavra, Dulce limitou-se a encará-lo. De qualquer forma, o príncipe ainda não acabara.
— Quando a pedi em casamento, na verdade estava testando sua sinceridade.
— Christopher, por favor...


— Não, você vai me ouvir. Podia ter apenas dezenove anos, mas já era madura o bastante para saber que não era normal um homem pedi-la em casamento sem nunca ter conversado antes sobre amor ou compromisso! — Christopher lançou um olhar de desdém. — E mesmo assim ontem você me acusou de ter destruído o dia mais importante de sua vida, o dia do seu casamento. Como eu disse há um ano, e volto a dizer... em um casamento ao qual um homem é forçado pelas circunstâncias não se estabelece qualquer laço que mereça respeito.
As mãos de Dulce tremiam. Lágrimas escorriam-lhe pelo rosto.
— Eu olhei para minha linda noiva... e você parecia mesmo muito, muito adorável... mas tudo o que pude ver foi uma mulher desprezível que participara de uma trama para me trapacear! Então não me venha com essa história de dizer que estraguei sua vida. Eu, entre todos, fui o mais sincero quanto ao que senti naquele dia. Estava furioso, amargurado e desapontado com tudo o que acabara de descobrir. Você não merecia meu amor...
Dulce lutava desesperadamente para manter o autocontrole. Não queria desabar
completamente na frente do príncipe. Não naquele momento.
— E foi isso que eu disse em árabe quando a cerimônia acabou. A fúria me fez esquecer de falar em sua língua —Christopher completou por entre os dentes cerrados. Em seguida levantou-se, saindo com a altivez de um verdadeiro guerreiro do deserto.
Poucos segundos depois, Dulce deixou escapar um soluço, e então rendeu-se a uma inacreditável crise de choro.
Shiran entrou correndo no aposento.
— Minha senhora?


— Existe algum banheiro nesse lugar? — Dulce cobriu o rosto com uma das mãos e desviou a cabeça.
Felizmente, em menos de um minuto a criada conduziu-a por uma passagem que levava ao banheiro. Dulce ficou admirada ao constatar que, mesmo no meio do deserto, dispunha de todas as facilidades do mundo moderno. Aproveitou aquele momento de privacidade para reorganizar os pensamentos.
Dez minutos depois, refrescada e recomposta, voltou ao quarto na tenda, imaginando que poderia repousar. Mas era uma esperança vã...
— Posso trazer as crianças? — Shiran perguntou instantes depois, entrando com uma reverência.
Que crianças? Rafi era uma delas? De qualquer maneira, depois da tentativa frustrada de fuga no dia anterior, talvez fosse melhor fazer um pouco de relações públicas. Dulce assentiu, suspirando desanimada.
O príncipe Rafi veio primeiro. Vestido como um pequeno adulto, ele aproximou-se com passos miúdos, e só então Dulce notou quanto o menino se parecia com Christopher.
— Sinto muito por deixá-la zangada ontem.
— Tudo bem... contanto que não faça nada parecido outra vez.
Os olhos do garoto encheram-se de lágrimas.
— Eu não posso... todos foram embora. O príncipe Christopher mandou.
Aquilo significava que Christopher tinha cumprido a promessa de retirar “certos privilégios” do irmão. Ela percebeu que o garoto se referia ao príncipe Christopher com formalidade. Era assim que irmãos se tratavam naquele lugar?
Aparentemente, aquele tratamento era uma norma entre os membros da família von Uckermann.
A autodisciplina do próprio Christopher era uma clara indicação disso.
Sem pensar no que fazia, Dulce pegou o menino nos braços e colocou-o sobre o joelho.
— Não sou mais um bebê. Só bebês ficam no colo — Rafi protestou com veemência.


— Não sou mais um bebê. Só bebês ficam no colo — Rafi protestou com veemência.
— Devo colocá-lo no chão? — Ela não estava brincando. Tinha medo de criar qualquer embaraço para si mesma ou para o garoto.
Subitamente, porém, Rafi encostou a cabeça no ombro dela e começou a soluçar de maneira incontrolável. Dulce o embalou até que as lágrimas cessassem. A reação inesperada a chocou... talvez o garoto, afinal de contas, precisasse de um pouco de atenção e carinho. Coisas que o irmão mais velho dificilmente poderia lhe dar.
— Você gosta de crianças! — Shiran, claramente aliviada, sorriu e foi até o corredor falar com as demais criadas.
Dulce piscou surpresa quando duas mulheres de meia-idade entraram com duas meninas idênticas nos braços.
— Basma e Hayat — Shiran anunciou.
— Gêmeas? Meu Deus, que idade elas têm? — Dulce estava encantada.
— Nove meses. Gostaria de vê-las mais de perto?
— São apenas meninas! — Rafi exclamou com firmeza.
Colocando o garoto no assento ao lado, Dulce sorriu para os bebês. As pobres meninas usavam vestidinhos de cetim e fraldas apertadas... deviam estar muito desconfortáveis. — Basma e Hayat... lindos nomes.
— Eu não gosto! — Rafi ergueu o volume de voz.
— E eu não gosto de gritos, por isso comporte-se.
— Eu não gosto de você também! — O garoto saltou do divã e saiu correndo.
Ignorando-o, Dulce continuou prestando atenção nas meninas. Era fácil identificá-las, pois tinham comportamentos muito diferentes. Basma era confiante e cheia de sorrisos, enquanto a irmã, Hayat, parecia ser mais ansiosa e tímida.


Eventualmente, Rafi voltou.
— Gosta mais delas do que de mim.
— Claro que não — ela replicou com gentileza. — Gosto de todos vocês.
— Ninguém gosta de mim — Rafi resmungou, chutando a base do divã.
A tristeza naquele rosto infantil a enterneceu. Dulce estendeu o braço e enlaçou o corpo rígido do garoto.
— Eu gosto.
O tempo passou de forma surpreendentemente rápida enquanto as crianças estavam na tenda. Dulce quase não acreditou quando Shiran lhe informou que o almoço seria servido. Os pequenos foram mandados de volta para as próprias acomodações. No último minuto, Rafi virou-se, encarando-a com olhos ansiosos.
— Vejo-a mais tarde?
— Se você quiser.
Logo que terminou a refeição, Shiran aproximou-se e disse que era hora do banho. Dulce arqueou as sobrancelhas.
— Não é um pouco cedo?
— Levará muitas horas para que a preparemos para a recepção das damas de hoje à noite, minha senhora.
— Oh... — Dulce não sabia ao certo como se sentiria aparecendo publicamente. Ainda não podia encarar a perspectiva ver Christopher de novo. A noite que ele lhe prometera provocar emoções conflitantes, impedindo-a de ter paz.
Ela mal acabara de entrar na banheira de água morna quando uma legião de criadas carregando loções e toalhas surgiu no banheiro. Era óbvio que não iria dispor de nenhuma privacidade. Pétalas de rosas foram espalhadas sobre a superfície da água aromatizada, e Shiran insistiu em lavar-lhe os cabelos.
O banho pareceu durar uma eternidade, mas ao menos serviu para relaxar Dulce. Mais tarde, enrolada em uma toalha, ela foi levada até outro aposento e persuadida a deitar-se em um sofá especial para receber uma massagem.


O rico perfume do óleo que se espalhou sobre sua pele era delicioso, e, àquela altura dos acontecimentos, sentia-se tão relaxada que por pouco não adormeceu.
Logo depois serviram-lhe um chá, enquanto todas as criadas riam e conversavam com uma informalidade que a agradou muito.
Seus cabelos foram então secos e polidos com um lenço de seda. Uma manicure e uma pedicure apareceram, discutindo longamente sobre a tonalidade de esmalte que aplicariam nas unhas dela. Enquanto isso acontecia, Dulce continuou deitada no sofá, sentindo-se a própria rainha.
Foi então que surgiu um mensageiro para entregar uma pequena caixa de couro, e todas as mulheres ficaram muito excitadas. A caixa foi entregue com grande cerimônia para Dulce, que a abriu. Dentro havia um bilhete.
“Coloque essa tornozeleira para mim”, a nota estava assinada por Christopher.
Tornozeleira? Dulce segurou o objeto entre os dedos, percebendo que se tratava de uma jóia ricamente ornamentada por safiras.
— Que honra Sua Alteza Real lhe proporcionou! — Shiran proclamou. — Isso pertenceu à finada mãe do príncipe Christopher.
Dulce perguntou-se se a corrente serviria. Era um item bem exótico, principalmente para ela, que raramente usava jóias, mas concluiu que teria que usá-lo, caso contrário pareceria rude aos olhos de todos. Um buquê de rosas brancas chegou uma hora depois. Mais uma vez as mulheres presentes soltaram gritos de alegria, mas o coração de Dulce ficou frio como gelo. Aquelas flores
perfeitas lhe traziam recordações muito dolorosas...
Quando chegou a hora de se vestir, ela ficou aturdida com o luxo do traje colocado sobre sua cama. Indiferente quanto à própria aparência, foi auxiliada pelas criadas, que lhe colocaram uma espetacular lingerie de seda dourada. O tecido era tão fino que seu contato mal podia ser sentido sobre a pele. Então, com toda reverência, foi coberta pelo extraordinário vestido de chiffon azulvioleta, bordado artesanalmente com fios de ouro e aplicações de pedras preciosas.


O vestido pesava uma tonelada. Sapatos dourados, de saltos incrivelmente altos, foram colocados em seus pés.
E Dulce se perguntou como conseguiria andar com tanto peso sobre os ombros.
Outra caixa de couro foi entregue. Dessa vez as criadas chegaram ao delírio. A excitação era geral. Dulce abriu logo o embrulho, descobrindo que continha um conjunto de tiara, brincos e um bracelete... todos de diamantes. Por que Christopher se importava em lhe mandar aquelas coisas? A resposta parecia estar no rosto contente das mulheres que a cercavam. O príncipe realmente era muito hábil quando se tratava de fazer o próprio marketing pessoal, ela concluiu. Sem dúvida, todas as pessoas presentes na recepção ficariam altamente impressionadas com sua generosidade.
Uma criada ajeitou a tiara nos cabelos de Dulce, e logo em seguida lhe entregou os brincos, que ela colocou sem nenhuma palavra. Finalmente, Shiran colocou-lhe o bracelete no pulso, e um espelho de corpo inteiro materializou-se do nada.
— Está tão bonita, minha senhora. — Shiran deixou escapar com um suspiro de satisfação.
Os saltos altos aumentavam-lhe a altura em cerca de quinze centímetros. Dulce quase não se reconheceu. Parte de seus cabelos tinha sido presa no alto da cabeça para sustentar a tiara, o resto caía-lhe sobre os ombros como uma cascata Ela mais parecia uma vitrine de joalheria. Se a luz muito forte, poderia até cegar alguém.
Ao ser conduzida para o salão principal, onde a recepção se realizaria, ela teve que caminhar com cuidado. Entretanto, assim que chegou lá reavaliou o julgamento que fizera das próprias roupas. Todas as mulheres presentes trajavam-se com o nível de glamour.


“Pelo menos não estou destoando do cenário”, Dulce pensou consigo. Guiada até o lugar de honra sob o escrutínio de todos os olhares, foi apresentada a uma mulher depois da outra. Frases em árabe foram murmuradas, ninguém ali falava inglês. A profusão de cumprimentos entusiasmados com que era saudada foi fazendo com que ficasse cada vez mais tensa, a ponto de desejar que todo aquele estranho evento não passasse de um sonho.
Uma morena de cabelos negros, com cerca de vinte e poucos anos, aproximou-se. Ela vestia um modelo verde-esmeralda, e seus lábios rosados estavam bastante retesados. A tensão no ambiente era elétrica.
— Sou a prima do príncipe Christopher, Majida. Não lhe ofereço meus cumprimentos. — Os olhos negros faiscantes fixaram-se nos de Dulce. — E digo a todas aqui que você não é virgem!
O silêncio foi quebrado por um rumor generalizado. A maioria das mulheres logo abaixou e cobriu o rosto, todas com expressões chocadas. Uma mulher de meia-idade jogou-se aos pés de uma Dulce extremamente ruborizada e gritou como uma alma atormentada. Como ela podia adivinhar que ouviria uma acusação daquele tipo em público? E por que a tal morena se achava no direito de questionar a virgindade de Dulce? Como um assunto tão íntimo poderia interessar a qualquer pessoa?
A seu lado, Shiran inclinou-se e murmurou:
— Esse foi um insulto terrível, minha senhora. A mulher chorando é a mãe de Majida. Essa é a forma que ela encontrou para expressar a vergonha que sente pelo comportamento da filha.













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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 480



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  • stellabarcelos Postado em 22/11/2015 - 20:02:55

    Muito lindo! Amei

  • anjodoce Postado em 02/08/2009 - 00:39:21

    Linda,linda,linda história! Chego a ficar emocionada de tão linda que foi,muito obrigada por postar essa história maravilhosa, obrigada pela dedicação do post, pelo carinho, e, quero dizer também que estarei acompanhando sua nova web "A lenda do Anel",eu a achei bem interessante e divertida, foi realmente a que eu queria que você postasse, embora não tenha tido tempo para votar, estou ansiosa e espero para ler, Mil Beijos, tchau!

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:08:15

    Ah... outra coisa!!! Onde será que eu arrumo um sapo desses pra mim!!! shuahsuahush

    besitos

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:14

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 18:07:06

    Amore!!! amei essa web!!!! muito boa mesmo!!! besitos e até A lenda do anel!!!!

    Bye

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:58

    POSTA MAIS !!!! ++++++++++++++

  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:54

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:44

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:35

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  • nynadyu Postado em 01/08/2009 - 17:46:29

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