Fanfic: Proposta Indecente [vondy]{finalizada}

- Estou vendo, papai.

Em silêncio, dulce enviava a ucker uma nítida mensa­gem: "Se você disse qualquer coisa para aborrecê-lo..."

Era como uma leoa defendendo o filhote, ucker concluiu. As garras à mostra, prontas para contra-atacar.

- Tenho certeza de que preferem ficar sozinhos. - ucker fez um aceno com a cabeça para fernando e depois para dulce, e se despediu: - Boa noite.

dulce ficou imaginando a razão da visita.

Permaneceu no hospital por uma hora, grata por fernando es­tar lúcido. A hora da visita quase terminara quando saiu da enfermaria.

Dulce  imaginou que veria a figura de ucker  no corredor ou perto do elevador. Mas não havia sinal dele.

Em casa, fez dois ovos mexidos com queijo, tomate e torra­das, e comeu enquanto verificava as lições do dia seguinte.

A segunda-feira frustrou as expectativas de dulce. ucker não a esperava ao término das aulas.

dulce foi direto ao hospital, onde ele também não apare­ceu. Não recebeu nenhuma ligação à tarde, passou outra noite desassossegada e chegou atrasada à escola.

Às dez horas, a secretária lhe deu um recado de  ucker com um número de telefone.

Os estudantes correram para a saída assim que o sinal anun­ciou o intervalo. Dulce  apanhou os livros e os papéis, guar­dou-os na sacola e foi até o telefone público.

Era o número de um celular, que engolia moedas sem parar. ucker, decerto, estava em uma reunião, pois foi breve e direto: - Pode vir ao escritório de meu advogado às quatro?

- Hoje? - Sim.

- Posso tentar. - Suas moedas acabaram, e ela pôs o fone no gancho.

Tomou o ônibus para a cidade. Era mais barato que pagar estacionamento, mas a fez atrasar-se quinze minutos.

ucker já estava esperando. Dulce  entrou, se sentou e acei­tou um copo de soda gelada.

O advogado a observou com atenção.

- Ficou satisfeita com o aconselhamento do outro advogado? "Satisfeita" não era o termo adequado.

- Ele conseguiu esclarecer minhas dúvidas.

- Os resultados dos exames médicos chegaram - o advo­gado continuou. - Não há nenhum problema em relação a eles.

Não poderia haver, e dulce se viu tentada a dar uma res­posta insolente. Mas não era hora para fazer cenas. Assim, se limitou a assentir.

- Está pronta para assinar os papéis?

O cerco se fechava. Ela se sentiu como uma das esposas de Henrique VIII, pronta para enfrentar a guilhotina.

Dulce  se concentrou apenas em seu pai e confirmou: - Sim.

Tudo foi feito em poucos minutos. dulce e ucker assina­ram, tendo o causídico como testemunha.

Tinha de sair dali. Ficar para trocar palavras de agradeci­mento não fazia o menor sentido.

- Se me dão licença... - dulce se levantou. - Preciso ir ao hospital.

- Eu também já vou. - ucker se ergueu, apertou a mão do advogado e a seguiu pela recepção. - Onde está seu carro? As portas do elevador se fecharam atrás deles.

- Na escola. Peguei um ônibus para cá. Alcançaram o térreo.

- Sendo assim, eu a levo ao hospital e depois passamos para pegar seu automóvel - ucker afirmou com delicadeza.

- Não precisa ir comigo. - dulce necessitava de tempo sozinha para absorver o que acabara de fazer.

- Meu carro está do outro lado da rua. - Não.

ucker estava tão calmo que ela sentiu vontade de agredi-lo. Passaram pela porta circular e chegaram à calçada.

- A tinta nem secou e você já quer brigar comigo.

continua

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plix*-*