Fanfic: Proposta Indecente [vondy]{finalizada}

Houve um momento de silêncio. - Onde?

- Longe da região nobre onde você mora. - Onde?

dulce não poderia sequer imaginar os lugares onde ele estivera.

Ela deu o endereço. - Estarei lá.

Trinta minutos antes do combinado ucker entrou no bar e se sentou, pediu um café e observou o modo como dulce li­dava com a clientela.

Ele desejava deixá-la nervosa, e conseguiu. Ficou irritado apenas quando um cliente que bebera demais passou a mão em seu traseiro.

ucker não ouviu o que ela disse, mas não era preciso. Suas pupilas faiscavam, seu rosto estava vermelho.

Será que se ressentia de ter de trabalhar em um segundo emprego, por seu pai tê-la deixado nessa situação?

Talvez não. dulce mostrara coragem e orgulho, qualidades que ucker admirava. Não era por isso que estava ali?

Às onze horas dulce levou uma pilha de pratos para a cozinha e murmurou uma desculpa rápida sobre não poder ficar mais. Desamarrou e pendurou o avental, retocou rapidamente a ma­quiagem e passou a mão pelos cabelos antes de entrar no res­taurante de novo.

 Christopher uckermann não era homem de se fazer esperar, pensou. Ele estava ao pé da porta. Ela passou por ele e parou na calçada.

Ucker  apontou para o outro lado da rua. Levou algum tempo até que houvesse uma brecha no fluxo de carros para que pu­dessem atravessar.

O automóvel era grande e luxuoso, e dulce sentiu a tex­tura fina do couro.

Ele deu a partida e pôs o veículo em movimento.

Ela não disse nada. ucker decidiu que parariam em um café. Em outra região da cidade, claro.

A quietude a punha com os nervos à flor da pele. Afinal, conseguira uma chance e não podia perdê-la.

Não demorou muito para que saíssem daquela parte insalu­bre de Sydney, onde a vida noturna não terminava antes do amanhecer, e entrassem na nobre Double Bay, onde pessoas bonitas tomavam café expresso e discutiam os eventos sociais passados, atuais e futuros. Ou criticavam conhecidos e supostos amigos.

Lógico que havia uma vaga no exato local onde ele queria, e dulce sentiu a tensão aumentar enquanto ucker estacio­nava com habilidade.

Será que iria demorar? Tinha de preparar alguns pontos pa­ra a aula do dia seguinte. Fora direto da escola para o hospital, e depois passara em casa para comer, se trocar e ir para o trabalho na lanchonete.

E, como se não bastasse, seus pés a estavam matando. Os saltos altos eram parte do uniforme; assim como a saia curta e o top reduzido. dulce odiava o traje quase tanto quanto o emprego.

Estava na calçada, agüentando a dor, e se forçou a andar com cuidado quando ucker apontou um dos bares. Escolheu uma mesa na calçada e logo um garçom veio tirar o pedido.

Dulce  pediu um descafeínado, ou não dormiria mais tarde, e sentiu a fome se manifestar quando ele pediu sanduíches também.

- Coma - ucker ordenou minutos depois, quando a comida chegou.

Ele conhecia a cena. Ela devia ter engolido algo às pressas, ou talvez nada.

ucker recostou-se no espaldar, observando-lhe os movimen­tos controlados, os dentes muito brancos abocanhando pequenos pedaços. dulce tentava não ser rápida demais para não pa­recer faminta.

ucker esperou-a comer dois sanduíches e terminar o terceiro café, e foi ao ponto:

- Sugiro que comece a falar.

Ela juntou as mãos no colo, odiando ucker quase tanto quanto as palavras que estava prestes a dizer. Ergueu o queixo, os olhos assumindo um tom verde-esme­ralda. - Trabalho em dois empregos, um deles sete noites por semana. Não paro nem nos finais de semana. Subtraia o aluguel e a comida, e demoraria a vida inteira para eu pagar o que meu pai lhe deve.

Oh! Deus, como poderia sugerir?! Como seria capaz?! Droga, não tinha escolha!

- Só posso oferecer a mim mesma. - Essa era a pior coisa que tivera de fazer. Apressou-se em continuar: - Como sua amante. Sexualmente, socialmente, por um ano.

continua

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plix*-*