Fanfic: Diario de Carter

HTML clipboard

1 de Agosto de 1986


              Havia se passado 4 meses, foram 4 meses de
desaforos,sofrimento,depressão e drama. Eu nem tinha percebido que já havia
passado 4 meses, depois do acidente com a escada minha vida mudou radicalmente
não só a minha vida, eu tinha mudado radicalmente,depois de tanto tempo sendo
agredida ,humilhada e de tanto tempo que eu tinha ficado presa naquele quarto eu
não era mais aquela Carter. Eu andava olhando para baixo com medo do que as
pessoas iam pensar de mim, eu tinha medo dos meus tios, eu não conseguia me
olhar no espelho por causa do desastre que eu imaginava que eu estaria, eu não
falava mais com as pessoas, e quando falava na minha voz havia panico e medo. Eu
estava destruida por dentro e por fora,eu sabia que aquilo iria acontecer quando
eu vivesse com meus tios. Depois que eu fiquei assim, até que eles pararam de me
bater.
               Estavamos jantando, eu nem tocava na comida com medo de quebrar o
prato ou o copo e um dos meus tios me baterem, todos os dias eram daquele jeito,
eu sentava na cadeira e ficava olhando para baixo enquanto minha tia me
provocava, eu ainda tinha muitos machucados pelo meu corpo. No meu rosto não
havia expressão alguma,eu suspirava e olhava para o chão era a única coisa que
eu sabia fazer.
                No dia seguinte era sabádo, e eu fui sair um pouco, isso minha
tia deixava contanto que eu ficasse longe de qualquer pessoa conhecida. Eu
caminhei por aquele bairro e me lembrei de quando eu estava com os meus
pais,como tudo era mais facil, eu fui até um parquinho abandonado me sentei na
balançava e fiquei lá praticamente o dia inteiro, até que uma garotinha de 8
anos sentou no balanço que estava do meu lado e perguntou se eu estava bem,
depois de 4 meses alguém me perguntou isso, eu olhei para ela e balancei a
cabeça dizendo não. Ela parou de balançar e me perguntou se eu queria que ela me
empurrasse, eu disse que tabom. Uma criança me empurrado no balanço não ia mudar
nada na minha vida então eu deixei, a menina me fez varias perguntas e em todas
eu não respondia depois eu perguntei a ela, o que ela fazia naquele parquinho
velho , e ela me respondeu que morava numa casinha ali perto e que nunca tinha
me visto ali, eu disse que é eu nunca tinha ido aquele lugar antes. Eu sai do
balanço e me sentei no banco, ela sentou do meu lado e me perguntou porque eu
estava cheia de machucados e eu disse a ela que era complicado e que ela não
entenderia, ela insistiu. Então eu contei toda a minha historia até aquele
momento ela me perguntou porque derrepente eu comecei a andar sozinha assim. E
eu disse que não sabia só tinha medo. Ela levantou e perguntou se eu podia
empurrar ela no balanço e eu disse que sim. Eu fiquei balançando ela por uns 10
minutos e nesse tempo ela não perguntou nada. Depois nós duas ouvimos um homem
gritando: NATHALIA , NATHALIA. E ela me falou que era o pai dela, ela se
despediu e foi embora. Eu voltei para a casa e quando cheguei lá, minha tia veio
resmungar: nossa, ficou o dia inteiro fora achei que não ia voltar mais. Eu a
ignorei e fui para o quarto.
                No outro dia eu não tinha duvidas de para onde eu iria, voltaria
naquele parquinho e descobriria um pouco mais daquela menininha. Quando eu
cheguei não havia ninguém lá, me sentei no balanço e a Nathalia apareceu de
novo, me disse oi e disse que tinha esquecido de perguntar o meu nome. E eu
disse que me chamava Carter, ela disse que era um nome muito bonito, eu sorri e
disse que o dela também era bonito. Apesar da grande diferença de idade eu e
Nathalia tinhamos uma vida parecida, ela também era maltratada e ia ao parquinho
porque era o único lugar que fazia ela sorrir, esse começou a ser o meu motivo
também.
                Chegou um tempo que sempre que eu podia eu ia lá,eu já era meio
velha para ficar indo ao parquinho mas lá eu tinha alguém com quem conversar e
por mais triste que fosse aquele lugar eu me sentia bem.