Fanfic: Diario de Carter

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1 de Outubro de 1986

             Era uma
terça-feira ,eu havia ficado a noite inteira acordada ,depois da minha "festa de
15 anos" eu apanhei tanto dos meus tios mais tanto que tinha medo até de
respirar, meu pai voltou para Europa com a certeza de que eu estava em boas mãos
e eu não podia lhe contar a verdade. Quando me deitei na cama comecei a ouvir
vozes me chamando, ouvi a voz daquela mulher que eu havia visto a muito tempo
atrás sendo levada para uma clinica de reabilitação, eu vi coisas naquela noite,
depois que eu bebi comecei a ter alucinações eu estava assustada sem saber o que
fazer, eu estava ficando louca? Isso não poderia acontecer comigo depois de tudo
que eu passei.
             
Eu me levantei da cama meio tonta,tremendo e olhando para todo canto daquele
quarto era 6 da manhã e eu senti uma vontade louca de ir para longe,viajar
qualquer coisa, eu estava de pijama mas estava tão anciosa que sai da casa dos
meus tios assim mesmo, estava frio e chovendo lá fora mas eu não me importei,
sai correndo não fazia idéia de para onde estava indo, eu queria me sentir livre
e mesmo correndo e se destanciando cada vez mais da casa de George e Chelsea eu
ainda me sentia presa e trancada. Eu fui longe bem longe e quando a chuva parou
o sol começou a aparecer eu me ajoelhei na calçada e comecei a chorar sem se
quer algum motivo, logo me lembrei que eu precisava voltar para a casa e percebi
que aquele ataque de claustrofobia havia feito eu sair de mim por um momento,
derrepente era como se eu estivesse acordando de novo mas ali na calçada mesmo
eu me levantei perguntando onde eu estava, as pessoas acharam que eu era louca,
mas qualquer um acharia isso vendo uma menina na calçada de pijama. Eu estava
envergonhada e para onde eu iria? não fazia idéia. Dei voltas e voltas naquele
bairro desconhecido e quando eu percebi estava ficando tonta outra vez e sem
motivo algum, eu não aguentava nem ficar de pé então cai e desmaiei. Acordei no
hospital com a minha tia fazendo papel de alguém preocupada, me levantei da cama
e o medico mandou eu deitar de novo. Eu perguntei o que estava acontecendo e
onde eu estava, minha tia respondeu que me encontrou desmaiada na rua do
trabalho dela, o medico perguntou se alguém tinha me agredido ou tentado me
sequestrar eu respondi que não e disse que sai de casa por conta própria ,
quando eu estava terminando de falar isso minha tia começou a dizer que não
havia motivos para mim ter fugido tentando explicar para o medico que ela era
super responsavél. O medico pediu para ela sair do quarto, e ela saiu , depois
começou a perguntar porque eu havia saído de casa daquele jeito. E eu respondi
que passei a noite inteira acordada,e fiquei perturbada ouvindo vozes e contei
também sobre a vontade inesperada que eu tive ir embora, o medico perguntou se
eu passei por algum drama familiar ou qualquer coisa do genero eu respondi que
sim, quando a minha mãe morreu, não satisfeito ele perguntou se eu já havia sido
agredida por alguém, se eu tinha sofrido alguma ameaça, eu contei a ele que
nunca fui agredida e não sofri nenhuma ameça, ele olhou para mim com cara de
quem sabia que eu estava mentindo e olhou para os meus braços e perguntou porque
aquele monte de hematomas,eu respondi que a maioria foi eu que fiz caindo. Ele
falou que eu precisava ser sincera e que ele não contaria para ninguém, eu me
senti obrigada a contar toda a verdade a ele, eu esperei por esse momento o
momento em que alguém realmente quisesse me ouvir de coração, eu disse que
contaria mas se ele prometesse não contar a ninguém e ele prometeu. Então eu
comecei a falar e disse assim: Olha depois que minha mãe morreu, eu e meu pai
brigamos , ele se mudou para a Europa e eu fui obrigada a morar com os meus tios
que eu detestava só não sabia que eles me detestavam também, eu apanho todos os
dias por qualquer motivo, uma vez minha tia ficou com tanto odio de mim que me
jogou escada a baixo e era uma escada enorme, eu fiquei quase uma semana sem
andar, todos esse hematomas que você vê ,foi meu tio que fez de tanto apertar
meu braço , mas os outros hematomas que não estão no braço foi eu mesma que fiz,
tentei me matar varias vezes mas acho que não tive coragem o suficiente, eu era
de uma familia rica e bem sucedida eu tinha a vida perfeita,mas eu não dei valor
e acabei perdendo até meus pais. O medico estava de boca aberta ele não
imaginava isso, então sem dizer uma palavra ele saiu do quarto,segundos depois
voltou e me disse coisas que eu não esperava ouvir mas eram bem as coisas que eu
mais temia ele disse que eu poderia ter esquizofrenia e que se eu não tratasse
logo eu ia perder o controle. Eu comecei a tremer de novo e ficar tonta,eu
levantei da cama comecei a andar de um lado para o outro e tive falta de ar, o
doutor tentou me acalmar mas eu estava desesperada, no meu rosto não havia
expressão nenhuma mas dentro de mim era o fim.