Fanfics Brasil - Capítulo V - Final Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo V - Final

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Jl: logo, logo!


Poncho levou Anahí de volta à casa na Ocean View Drive, ajudou-a a encher o porta-malas do Mercedes com roupas e livros e certificou-se de que ela seguiria em segurança para a casa do pai.


Então, voltou à delegacia.


As três horas, iniciaram a reunião. Poncho, Gillis, Tanaka, do laboratório criminal, e um terceiro detetive do esquadrão antibomba, Francis Cooley. Todos expuseram o que haviam conseguido até então.


Cooley foi o primeiro a falar:


— Verifiquei a ficha de Jimmy Brogan três vezes. Não há nenhum engano. Esse é o seu verdadeiro nome. Quarenta e cinco anos, nascido e criado em Portland, apanhado por pequenos furtos no passado. Casado há dez anos, sem filhos. Foi contratado pelo reverendo Sullivan há oito anos. Trabalhava como zelador e fazia todo tipo de consertos na igreja. Nunca criou problemas, exceto por duas ou três vezes, quando chegou atrasado e de ressaca, depois de eventuais noitadas com amigos. Não serviu o exército, abandonou a escola ainda criança. A esposa diz que ele era disléxico. Não consigo imaginar esse cara montando uma bomba.


— A sra. Brogan tem alguma idéia de por que o endereço de Anahí Cormier estava no carro dele? — Poncho perguntou.


— Não. Diz nunca ter ouvido o nome antes e afirma que aquela não é a caligrafia do marido.


— Estavam atravessando alguma crise conjugai?


— Pelo que ela diz, viviam felizes como dois pombinhos. Ela me pareceu arrasada de verdade.


— Então, temos um zelador feliz no casamento, fugido da escola, disléxico, como principal suspeito!


— Receio que sim, Navarro.


Poncho sacudiu a cabeça.


— Isto está ficando pior a cada minuto. — Olhou para Tanaka. — Eddie, dê-nos algumas resposta, pelo amor de Deus!


Nervoso como sempre, Tanaka limpou a garganta.


— Não vai gostar do que tenho.


— Diga assim mesmo.


— Certo. Primeiro, a arma no carro foi roubada há um ano, em Miami. Não sabemos como Brogan a conseguiu. A esposa diz que ele não sabia como usar uma arma. Segundo, o carro de Brogan foi o mesmo que jogou a srta. Cormier para fora da estrada. Amostras de tinta confirmam isso. Terceiro, os itens encontrado no porta-malas do carro foram os mesmos usados na bomba da igreja. Adesivo elétrico verde, cabo detonador idêntico.


— Essa é a assinatura de Derrick James —disse Gillis —, adesivo verde.


— O que significa que, provavelmente, estamos lidando com um de seus discípulos. Agora, tenho algo de que realmente não vão gostar. Acabamos de receber o relatório preliminar do legista. Não encontraram resíduos de pólvora na mão do morto. Embora o fato não seja conclusivo, uma vez que a pólvora pode dissolver-se, ele depõe contra a idéia de um ferimento auto-infligido. O que confirma a hipótese, porém, é a fratura no crânio.


— O quê? — Poncho e Gillis inquiriram ao mesmo tempo.


— Uma fratura depressiva no osso parietal direito. Por causa dos danos causados pela bala nos tecidos, foi impossível notar de imediato. Mas, nas radiografias, a fratura é clara. Jimmy Brogan foi atingido na cabeça. Antes do tiro.


O silêncio estendeu-se por um longo instante. Então, Gillis falou:


— E eu quase acreditei!


— O sujeito é bom — Poncho concluiu —, mas não é bom o bastante. Cooley, quero mais informações sobre Brogan. Ponha sua equipe a trabalho e descubram todos os amigos e conhecidos que Brogan tinha. Conversem com todos eles. Parece que o nosso zelador envolveu-se com o cara errado. Talvez alguém saiba de alguma coisa, tenha visto alguma coisa.


— Os rapazes da Homicídios não farão esse trabalho?


— Faremos o mesmo. Eles podem deixar passar alguma coisa. E não se metam em disputas infantis, está bem? Não queremos roubar-lhes a glória. Só queremos apanhar quem armou aquela bomba.


Cooley suspirou e pôs-se de pé.


— Acho que devemos voltar à viúva Brogan.


— Gillis — Poncho continuou —, quero que fale de novo com o padrinho e a dama de honra. Veja se eles têm alguma ligação com Brogan, se reconhecem sua foto. Voltarei ao hospital e conversarei com o reverendo Sullivan. E falarei com Christopher Bledsoe, também.


— E quanto à noiva? — Gillis perguntou.


— Já a interroguei mais de uma vez. Ela diz não saber de nada sobre o homem.


— Ela parece ser o centro de tudo.


— Eu sei. E não faz a menor idéia do porquê. Mas, talvez, o ex-noivo saiba.


A reunião terminou e cada um tratou de cuidar de mais tarefas. Seria preciso um bom trabalho de equipe para encontrarem o responsável pela bomba e, embora contasse com bons homens trabalhando, Poncho sabia que o número deles não era suficiente. Desde a morte daquele novato na explosão do armazém, uma semana antes, o pessoal de Homicídios assumira o caso, e estavam utilizando todos os homens e recursos que podiam. Para Homicídios, o esquadrão antibombas não passava de um bando de "técnicos", os caras que eram chamados quando eles não queriam arriscar a própria cabeça a ir pelos ares.


Os rapazes de Homicídios eram muito espertos.


Mas os rapazes do antibombas eram ainda mais espertos.


Foi por isso que Poncho foi em pessoa ao Centro Médico Maine, para interrogar o reverendo Sullivan. As últimas informações sobre a morte de Jimmy Brogan haviam aberto um novo leque de possibilidades. Talvez Brogan fosse apenas uma vítima inocente. Poderia ter testemunhando algo estranho e contado ao padre.


No hospital, Poncho foi informado de que o reverendo Sullivan fora transferido da UTI para um quarto, uma vez que o risco de ataque cardíaco estivesse definitivamente fora de questão.


Ao entrar no quarto, Poncho encontrou o padre recostado nos travesseiros, com expressão sombria. Outro visitante chegara antes: Dick Yeats, de Homicídios. O detetive não constava da lista de pessoas favoritas de Poncho.


— Olá, Navarro! — Yeats cumprimentou-o em seu tom cínico. — Não há a menor necessidade de estar aqui. Estamos no controle do caso Brogan.


— Gostaria de conversar com o reverendo Sullivan.


— Ele não sabe de nada que possa nos ajudar.


— Mesmo assim, gostaria de fazer minhas próprias perguntas.


— Como quiser — Yeats falou, ao dirigir-se para a porta. — Só acho que o pessoal de antibombas poderia usar melhor o seu tempo, se deixassem o pessoal de Homicídios fazer o seu trabalho.


Poncho virou-se para o padre, que parecia mais do que infeliz diante da perspectiva de conversar ainda com outro policial.


— Sinto muito, reverendo, mas tenho de lhe fazer mais algumas perguntas.


O padre suspirou, evidentemente cansado.


— Não tenho mais nada a dizer, além do que já disse ao seu colega.


— Foi informado sobre a morte de Brogan?


— Sim, aquele detetive... o sujeito de Homicídios...


— Detetive Yeats.


— Ele foi mais exato do que o necessário. Eu não precisava de todos aqueles... detalhes.


Poncho sentou-se. O padre apresentava-se menos pálido, mas ainda parecia muito frágil. Os acontecimentos das últimas vinte e quatro horas haviam sido devastadores para ele. Primeiro, a destruição de sua igreja e, então, a morte violenta de seu zelador. Poncho detestava pressionar ainda mais o pobre homem, mas não tinha escolha.


Infelizmente, não obteve nenhuma novidade. O reverendo Sullivan não sabia nada sobre a vida pessoal de Brogan. Nem podia pensar numa razão para Brogan, ou qualquer outra pessoa, bombardear a igreja do Bom Pastor. Ele relatou apenas pequenos incidentes sem importância, como alguns atos de vandalismo e o roubo da caixinha. Fora por isso que passara a fechar as portas durante a noite, o que lamentava profundamente, uma vez que acreditava que as igrejas deveriam permanecer abertas para os necessitados dia e noite. No entanto, a companhia de seguros insistira e o reverendo Sullivan instruíra seus funcionários para fecharem as portas às seis da tarde e reabri-las às sete da manhã.


— E não houve mais atos de vandalismo, depois disso? — Poncho perguntou.


— Nenhum... até a explosão da bomba.


Estava num beco sem saída, Poncho pensou. Yeats tinha razão. Não conseguiria nada de novo por ali.


Quando se levantava para sair, ouviu uma batida na porta. Em seguida, uma mulher corpulenta apareceu na fresta.


— Reverendo Sullivan? — ela chamou. — Está disposto a receber visitas?


O ar sombrio do padre logo se transformou em alívio. Gratidão.


— Helen! Que bom que voltou! Já soube do que aconteceu?


— Vi na televisão, hoje de manhã. Assim que soube, fiz as malas e voltei para casa. — Aproximou-se da cama e abraçou o padre com lágrimas nos olhos. — Acabei de passar em frente à igreja. Quanta destruição!


— Ainda não sabe o pior — disse o reverendo Sullivan, engolindo seco. — Jimmy está morto.


— Ah, meu Deus! — Helen recuou horrorizada. — Foi... na explosão?


— Não. Estão dizendo que se matou com um tiro. Eu nem sabia que ele tinha uma arma.


Helen pareceu oscilar e Poncho correu para ampará-la e levá-la à poltrona que ele mesmo ocupara até momentos antes. Ela se sentou trêmula e pálida, atordoada pelas notícias.


— Com licença, madame — Poncho falou com gentileza. — Sou o detetive Navarro, polícia de Portland. Posso perguntar-lhe seu nome completo?


— Helen Whipple.


— Trabalha como secretária na igreja?


— Sim, sim.


— Estávamos tentando localizá-la, srta. Whipple.


— Eu estava na casa de minha irmã, em Amherst. Não consigo acreditar... Vi Jimmy ainda ontem... Não dá para acreditar que esteja morto.


— Viu Brogan? A que horas?


— De manhã, antes de deixar a cidade. Parei para pagar algumas contas, antes de viajar.


— Conversou com ele?


— Naturalmente. Jimmy é tão... — ela conteve um soluço —, era tão amigável. Sempre ia ao escritório para conversar. Como eu estava saindo de férias e o reverendo Sullivan ainda não havia chegado, pedi a ele para fazer algumas coisinhas para mim.


— Que coisas?


— Ah, aquilo estava uma confusão, por causa do casamento. O florista não parava de entrar no escritório para usar o telefone. A pia do banheiro masculino estava vazando e precisávamos consertá-la logo. Tive de dar a Jimmy algumas instruções de última hora. Desde onde colocar os presentes até que encanador chamar. Fiquei tão aliviada quando o reverendo Sullivan chegou e eu pude ir embora.


— Desculpe, senhorita — Poncho interrompeu-a —, mas falou algo sobre presentes de casamento?


— Sim. Ah, é uma chateação, sabia? Algumas pessoas insistem em mandar seus presentes para a igreja, em vez de para a casa da noiva, como seria correto.


— Quantos presentes foram entregues na igreja?


— Só um. Jimmy... Ah, pobre Jimmy! Não é justo! E sua esposa...


Poncho lutou para não perder a paciência.


— E quanto ao presente?


— Ah, sim. Jimmy disse que um homem o entregara. Mostrou-me o embrulho. Era muito bonito, com aquele papel prateado e laçarotes coloridos.


— Srta. Whipple, o que fizeram com o presente?


— Ah, eu não sei. Pedi a Jimmy que entregasse à mãe da noiva. Imagino que ele tenha feito isso.


— Mas a mãe da noiva ainda não havia chegado. O que Jimmy poderia ter feito com o embrulho?


Helen deu de ombros.


— Imagino que ele o deixaria onde ela não pudesse deixar de vê-lo, no primeiro banco da igreja.


O primeiro banco. O centro da explosão.


— A quem estava endereçado o presente?


— À noiva e ao noivo, claro.


— Dr. Bledsoe e sua noiva?


— Sim. Foi o que li no cartão, Dr. e sra. Christopher Bledsoe.


As peças começavam a se juntar, Poncho pensou ao entrar no carro. O método de entrega. O momento da explosão. Mas o alvo ainda não estava claro. Quem deveria morrer? Anahí Cormier ou Christopher Bledsoe? Ou ambos?


Como ele já sabia, Anahí não tinha nenhuma resposta, ou conhecimento de qualquer inimigo. Ela não poderia ajudá-lo.


Assim, Poncho dirigiu-se à Ocean View Drive, para a casa de Christopher Bledsoe. Desta vez, Bledsoe teria de lhe responder algumas perguntas, a começar por quem era a outra mulher com quem vinha mantendo um relacionamento e se ela seria ciumenta o bastante para chegar ao ponto de sabotar o casamento do amante. E matar uma dúzia de pessoas para isso.


Dois quarteirões antes, Poncho deu-se conta de que havia algo errado. Viu as luzes dos carros de polícia e a multidão reunida na calçada.


Poncho estacionou depressa e abriu caminho por entre os espectadores. A entrada da garagem de Bledsoe fora bloqueada por uma fita amarela da polícia. Poncho exibiu suas credenciais e entrou apressado.


O detetive de Homicídios, Dick Yeats, cumprimentou-o com o seu familiar ar de superioridade.


— Olá de novo, Navarro. Já temos a situação sob controle.


— O que está sob controle? O que aconteceu?


Yeats apontou para o BMW estacionado na garagem. Devagar, Poncho deu a volta pela traseira do carro. Só então viu o sangue. Estava espalhado sobre o volante e o banco do motorista, além de ter escorrido para o chão.


— Christopher Bledsoe — Yeats esclareceu. — Levou um tiro na têmpora. A ambulância acabou de sair. Ele ainda está vivo, mas não acho que tenha a menor chance. Tinha acabado de chegar e ia sair do carro. Encontramos um saco com compras de supermercado no porta-malas. A vizinha viu um jipe verde afastar-se pouco antes de avistar o corpo de Bledsoe. Ela acha que um homem o dirigia, mas não conseguiu ver-lhe o rosto.


— Um homem? — Poncho repetiu sobressaltado. — De cabelos escuros?


— Sim.


— Ah, meu Deus!


Poncho virou-se e encaminhou-se para seu carro. Anahí, pensou, e, de repente, estava correndo. Um homem de cabelos escuros a jogara para fora da estrada. Agora, Bledsoe estava morto. Seria Anahí o próximo alvo?


Poncho ouviu Yeats gritar seu nome, mas a essa altura já estava dando a partida no motor e saindo em disparada.


Dirigiu com a sirene ligada até a casa de George Cormier.


Pareceu-lhe estar tocando a campainha havia uma eternidade, sem que ninguém atendesse, quando a porta se abriu e o rosto perfeito de Daniella abriu-se num sorriso.


— Ora, como vai, detetive?


— Onde está Anahí? — ele inquiriu, passando por ela e entrando na casa.


— Está lá em cima. Por quê?


— Preciso falar com ela. Agora.


Já ia subir a escada quando ouviu passos. Olhou para cima e a viu no patamar, os cabelos negros soltos numa cascata sedosa.


Ela está bem, pensou aliviado. Ela ainda está bem.


Anahí vestia calça jeans e camiseta e levava uma bolsa ao ombro, como se estivesse prestes a sair.


A medida que ela descia a escada, o ar enchia-se do aroma de sabonete e xampu. O perfume de Anahí, Poncho pensou, com um delicioso senso de reconhecimento. Desde quando guardara o perfume dela na memória?


Quando chegou ao último degrau, Anahí o fitava de cenho franzido.


— Aconteceu alguma coisa? — perguntou.


— Ninguém telefonou para você?


— Por quê?


— Christopher.


Ela ficou imóvel, fitando-o com olhar intenso. Poncho percebeu todas as perguntas que atormentavam aqueles grandes olhos azuis. Mas ela não conseguia encontrar coragem para formulá-las.


Ele tomou-lhe a mão. Estava fria.


— É melhor vir comigo.


— Para onde?


— Para o hospital. Foi para onde o levaram.


Com delicadeza, Poncho levou-a para a porta.


— Espere! — Daniella gritou.


Poncho olhou para trás. Daniella parecia petrificada, fitando-os com ar de pânico.


— O que houve com Christopher? O que aconteceu?


— Ele levou um tiro. Aconteceu há pouco, do lado de fora da garagem da casa dele. Receio que seu estado não seja nada bom.


Daniella recuou um passo, como se houvesse recebido um golpe físico. Foi sua reação, aquela expressão de horror em seus olhos, que disse a Poncho tudo o que ele precisava saber. Então, era ela a outra mulher, ele pensou. Aquela loira, com seu corpo escultural e rosto perfeito.


Sentiu o braço de Anahí tremer em sua mão. Levou-a para fora.


— É melhor irmos embora. Talvez não tenhamos muito tempo.


 


 



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Autor(a): letiportilla

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Passaram as quatro horas seguintes na sala de espera do hospital. Embora Anahí não fizesse parte da equipe que naquele momento lutava para salvar a vida de Christopher, ela podia imaginar claramente o que se passava na sala de cirurgia. A corrida contra o tempo, a luta para controlar a hemorragia do paciente, para manter sua pressão sangüíne ...


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Comentários da Fanfic 374



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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

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