Fanfics Brasil - Capítulo VI - Final Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo VI - Final

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Jl: Paciência logo logo o beijo vai acontecer... uahauhahauahauhuahauhaha


— Eu me sentiria melhor se você não ficasse diante da janela — falou.


Ela virou, com olhar assustado.


— Acha que alguém pode ter nos seguido até aqui?


— Não. Mas gostaria que ficasse longe da janela, assim mesmo.


Anahí foi sentar-se no sofá. Ela já transformara o sofá em cama e, só agora, Poncho dava-se conta de como o cobertor estava surrado. Assim como os lençóis e a mobília. Aqueles eram detalhes que jamais o haviam incomodado antes. Havia tantos aspectos de sua vida de solteiro que não o incomodavam, simplesmente porque ele nunca parará para pensar sobre quanto sua vida poderia ser melhor, mais doce. Agora, com Anahí sentada em sua sala, ele percebia a feiúra do ambiente. Era apenas a presença daquela mulher que dava vida ao aposento. E calor.


Logo, ela iria embora.


Quanto antes, melhor, disse a si mesmo. Antes que aquela presença criasse raízes mais profundas.


Andou de um lado para outro, procurando por algo para dizer.


— Deve estar com fome — falou afinal.


Ela sacudiu a cabeça.


— Nem posso pensar em comida. Não posso pensar em nada, senão...


— Christopher?


Anahí abaixou a cabeça e não respondeu. Estaria chorando de novo? Tinha esse direito. Mas ela se limitou a permanecer imóvel, em silêncio, como se lutasse para dominar as emoções.


Poncho sentou-se na poltrona em frente a ela.


— Conte-me sobre Christopher — falou. — Diga-me tudo o que sabe sobre ele.


Ela respirou fundo, antes de falar:


— Não sei o que dizer. Vivemos juntos por um ano. E, agora, sinto como se nunca o tivesse conhecido de verdade.


— Conheceram-se no trabalho?


— Sim, no pronto-socorro, turno da noite. Eu trabalhava lá havia três anos, quando Christopher entrou para a equipe. Era um bom médico. Um dos melhores que já conheci. E era divertido conversar com ele. Já viajara para todos os lugares, feito de tudo. Lembro-me de que fiquei surpresa ao saber que não havia se casado.


— Nunca?


— Nunca. Disse que estava procurando pela mulher certa. Que ainda não havia encontrado a mulher com quem queria passar o resto de sua vida.


— Aos quarenta e um anos, ele devia ser mais do que um pouco exigente.


Anahí fitou-o com um brilho divertido no olhar.


— Você não é casado, detetive. Quer dizer que é mais do que um pouco exigente?


— Está bem. Eu me declaro culpado da acusação. Mas, também, não tenho procurado de verdade.


— Não está interessado?


— Não tenho tempo para romances. É a natureza do meu trabalho.


Anahí suspirou.


— Não, é a natureza da besta. Os homens simplesmente não desejam se casar.


— Eu disse isso?


— Trata-se de uma conclusão que eu mesma tirei, depois de passar tantos anos solteira.


— Que somos todos iguais, uns ratos, e por aí afora? Vamos voltar a um rato específico. Christopher. Disse que se conheceram no pronto-socorro. Foi amor à primeira vista?


Ela recostou no sofá, e Poncho percebeu com clareza a dor provocada pelas lembranças.


— Não, não foi. Ao menos, não para mim. É claro que o achei atraente, na primeira vez em que o vi.


É claro, pensou Poncho, com uma pontada de cinismo.


— Mas, quando ele me convidou para sair, não pensei que nosso relacionamento fosse continuar. Só me dei conta de que ele era um bom partido quando o apresentei à minha mãe. Mamãe ficou entusiasmadíssima com Christopher. Todos esses anos, só namorei rapazes que ela considerava perdedores. E, então, eu apareço com um médico. Era mais do que ela jamais havia esperado de mim, e já começou a ouvir a Marcha Nupcial.


— E quanto a seu pai?


— Acho que ficou simplesmente aliviado pelo fato de eu estar namorando alguém que não se casaria comigo só por causa do dinheiro dele. Esta sempre foi a maior preocupação de papai. Seu dinheiro. E suas esposas. Ou melhor, seja quem for a esposa com quem ele esteja casado no momento.


Poncho sacudiu a cabeça.


— Depois do que presenciou com os casamentos de seus pais, estou surpreso por você ainda querer se casar.


— Mas era justamente por isso que eu queria me casar! Para fazer dar certo. Nunca tive esse tipo de estabilidade em minha família. Meus pais se divorciaram quando eu tinha oito anos e, depois disso, foi um desfile interminável de madrastas e namorados de mamãe. Eu não queria viver a minha vida do mesmo jeito. Agora, eu me pergunto se não se trata de mais um mito urbano. Um casamento estável.


— Meus pais conseguiram. Tinham um bom casamento.


— Tinham?


— Antes de papai morrer. Era policial em Boston. Não completou seu vigésimo ano na polícia.


Poncho falava sem olhar para Anahí. Fixara um ponto distante, evitando qualquer demonstração de simpatia. Não queria a simpatia dela. As pessoas morriam, mas a vida continuava. Não havia escolha.


— Depois que meu pai morreu, mamãe e eu nos mudamos para Portland — ele continuou. — Ela queria viver numa cidade mais segura. Uma cidade onde ela não tivesse de viver preocupada com a possibilidade de seu filho levar um tiro na rua. — Poncho riu. — Não ficou muito satisfeita, quando decidi me tornar um tira.


— E por que tomou essa decisão?


— Acho que foi genético. Por que você decidiu ser enfermeira?


— Definitivamente, não foi genética. Acho que eu queria ter aquela sensação de estar ajudando alguém, de uma maneira direta. Gosto do contato próximo. Isso era importante para mim. — Anahí sorriu. — Disse que sua mãe não queria que se tornasse tira. Pois minha mãe não gostou nem um pouco da minha escolha de carreira.


— O que ela tem contra ser enfermeira?


— Nada. Apenas, não é a profissão adequada para a filha dela. Ela acha que é trabalho braçal, que outras mulheres deveriam fazer. Eu deveria fazer um bom casamento, me tornar uma excelente anfitriã e ajudar a humanidade organizando jantares beneficentes. Foi por isso que ela ficou tão feliz com meu noivado. Achou que, finalmente, eu tomara o caminho certo. Ela ficou... orgulhosa de mim, pela primeira vez na vida.


— Não foi por isso que decidiu casar-se com Christopher, foi? Só para agradar sua mãe?


— Não sei. Já não sei dizer.


— E quanto ao amor? Devia amá-lo.


— Como posso ter certeza de alguma coisa? Acabo de descobrir que ele tinha outra mulher. E tenho a sensação de que estava vivendo uma simples fantasia. Apaixonada por um homem que eu inventei. — Anahí fechou os olhos. — Não quero mais falar sobre isso.


— É importante que me conte tudo o que sabe. Que considere todas as razões possíveis para que alguém desejasse matá-lo. Um homem não se aproxima de outro e, simplesmente, dá-lhe um tiro na cabeça. O assassino tinha um motivo.


— Talvez não. Talvez fosse um louco. Ou drogado. Christopher pode apenas ter estado no lugar errado, na hora errada.


— Não acredita nisso, acredita?


— Não. Acho que não.


Poncho observou-a por um momento, pensando no quanto ela lhe parecia vulnerável. Se fosse outro homem, já a estaria tomando nos braços e oferecendo-lhe o conforto de que ela precisava.


Então, sentiu-se revoltado consigo mesmo. Aquele era o pior momento para estar fazendo perguntas, para encenar o papel do tira. Porém, agir como tira era a única maneira de manter a distância necessária, de proteger-se... contra Anahí.


Levantou-se.


— Acho que nós dois precisamos dormir um pouco.


Ela assentiu em silêncio.


— Se precisar de alguma coisa, meu quarto fica no final do corredor. Tem certeza de que não prefere dormir na minha cama e me deixar no sofá?


— Ficarei bem, aqui. Boa noite.


Aquela era a deixa para que ele se retirasse. E foi o que fez.


No quarto, Poncho andou de um lado para o outro, enquanto desabotoava a camisa. Sentia-se mais inquieto do que cansado, a mente girando rápida. Nos últimos dois dias, uma igreja explodira, dois homens haviam sido mortos e uma mulher jogada para fora da estrada, numa aparente tentativa de assassinato. Estava certo de que tudo se conectava, talvez até a bomba do armazém, uma semana antes, mas não conseguia estabelecer a ligação. Talvez não estivesse conseguindo pensar com clareza, pois sua mente encontrava-se embriagada de hormônios.


Era tudo culpa dela. Ele não precisava nem queria aquela complicação. Por outro lado, não conseguia pensar naquele caso sem perder-se em pensamentos sobre ela.


E, agora, ela estava em sua casa.


Fazia muito, muito tempo que uma mulher não dormia sob seu teto. Seu último envolvimento fora um caso de poucas semanas com uma mulher que conhecera numa festa. Então, por acordo mútuo, terminara. Sem complicações nem corações partidos.


Sem muita satisfação, também.


Ultimamente, toda a satisfação que desfrutava vinha do desafio de seu trabalho. Ali estava algo com que podia contar: o mundo nunca deixaria de ter seus criminosos e psicopatas.


Apagou a luz e deitou-se, embora ainda não estivesse pronto para dormir. Pensou em Anahí a poucos metros. Pensou no casal estranho que formariam. E em como a mãe dela ficaria horrorizada, se um tira começasse a andar com sua filha. Se um tira tivesse a chance.


Fora um erro levar Anahí para lá. E parecia que ele andava cometendo muitos erros, ultimamente. E não estava disposto a cometer mais um, apaixonando-se por ela. Amanhã, pensou, ela estará longe daqui. E eu voltarei a estar sob controle.


 



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Autor(a): letiportilla

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Girls, mil perdões pela demora!!!!! Mas é que minhas aulas começaram a 1000 por hora e eu estou tendo provas e trabalhos então está muito puxado. Mas hoje arrumei um tempinho e já vou postar já já. Bjos e não me abandonem!


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

    Hainnnnnn
    Acabou com o casamento *--*
    Que lindo...serio amei essa adaptação...muito boa.
    Obrigado por naum abandonar e sempre postar...amei a web de verdade.
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    beijoooo

  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:57

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:45

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:19

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:13

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08

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