Fanfics Brasil - Capítulo VII Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo VII

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Anahí sabia que deveria estar chorando, mas não conseguia. Deitada no sofá, na sala escura, pensou nos meses em que vivera com Christopher, o período que imaginara ser o alicerce de seu casamento. Quando tudo tinha dado errado? Quando ele deixara de contar-lhe a verdade? Deveria ter percebido.


Lembrou-se de que, duas semanas antes, ele sugerira adiarem o casamento. Anahí acreditara tratar-se do nervosismo usual de um noivo e, como a cerimônia e todos os outros detalhes estivessem preparados, não dera atenção ao assunto.


Ele devia ter se sentido preso numa armadilha.


Ah, Christopher, pensou, por que não falou comigo honestamente?


Anahí teria sido capaz de enfrentar a verdade, a dor, a rejeição. Afinal, era uma mulher forte e madura. O que não conseguia superar era a dor de saber que, durante tanto tempo, vivera ao lado de um homem que mal conhecia.


Agora, jamais saberia o que ele realmente sentira por ela. A morte de Christopher tornara impossível qualquer chance que ela tivesse de compreendê-lo e perdoá-lo.


Finalmente, pegou no sono, mas o sofá era muito desconfortável e os sonhos não a deixavam em paz.


Não eram sonhos sobre Christopher, mas sobre Poncho Navarro.


Ele estava parado diante dela, os olhos desprovidos de emoção, como quem olha para um estranho. Estendeu as mãos, como se a chamasse para um abraço. Mas, quando ela abaixou os olhos, viu as algemas se fechando em torno de seus punhos.


— Você é culpada — ele dizia. — Culpada. Culpada.


Anahí acordou com lágrimas nos olhos. Jamais em sua vida sentira-se tão sozinha. E estava mesmo só, reduzida à triste condição de ter de buscar refúgio na casa de um policial que não se importava a mínima com ela, que a considerava meramente como mais uma responsabilidade, mais uma dor de cabeça.


O movimento de uma sombra na janela chamou-lhe a atenção. Seu coração disparou. Anahí fixou os olhos no vidro, à procura de outros sinais de movimento.


De novo. Uma sombra movendo-se lá fora.


No instante seguinte, Anahí estava fora do sofá, correndo às cegas pelo corredor, na direção do quarto de Poncho. Não bateu na porta, mas entrou apressada.


— Poncho? — chamou baixinho. Ele não respondeu. Na urgência de acordá-lo, aproximou-se para sacudi-lo e suas mãos pousaram sobre a pele nua. — Poncho!


Ele acordou sobressaltado.


— O que foi? — perguntou.


— Acho que tem alguém lá fora!


Poncho despertou completamente, saltou da cama e vestiu a calça.


— Fique aqui — sussurrou. — Não saia do quarto.


— O que vai fazer?


A resposta foi um clique metálico. Uma arma. Ora, ele tinha de ter uma arma. Afinal, era um tira.


— Fique aqui — ele repetiu, antes de sair do quarto.


É claro que ela não seria louca o bastante para andar por uma casa escura, com um tira armado dentro dela. Apavorada, Anahí permaneceu junto à porta, apurando os ouvidos. O silêncio era total. Teria Poncho saído?


O som de passos aproximando-se puseram-na em pânico. Ela se afastou da porta e foi para o outro lado do quarto. Ao ver a silhueta na porta, escondeu-se atrás da cama. Só ergueu a cabeça quando ouviu a voz de Poncho:


— Anahí?


— Estou aqui — ela respondeu, sentindo-se ridícula ao sair de seu esconderijo.


— Não há ninguém lá fora.


— Mas eu vi alguém. Ou... alguma coisa.


— Pode ter sido um veado, uma coruja.


Poncho deixou a arma sobre a mesa de cabeceira. Anahí detestava armas, mas, nas circunstâncias atuais, não tinha escolha.


— Anahí, sei que está assustada. Tem motivos de sobra para isso. Mas verifiquei a área e não há ninguém lá fora. — Poncho estendeu os braços e tocou os dela. — Você está gelada!


— Estou com medo. Ah, Poncho, estou tão apavorada...


Ele a segurou pelos ombros. A essa altura, Anahí tremia tanto que já não conseguia falar. Desajeitado, ele a puxou para si, e ela aconchegou-se contra o peito largo. Se ao menos ele a abraçasse, se a envolvesse nos braços fortes e seguros... Quando Poncho finalmente a abraçou, foi como se ela estivesse recebendo as boas vindas em sua própria casa. Sentiu-se envolvida em calor e segurança. Aquele não era o personagem de seu sonho, o tira frio e taciturno. Aquele era um homem que a abraçava e murmurava palavras de conforto em seu ouvido, que acariciava seus cabelos, que aproximava os lábios dos seus.


Foi um beijo terno e suave, muito diferente do que ela havia esperado de Poncho Navarro. Na verdade, ela jamais se imaginara sendo abraçada e confortada por ele. Mas era o que estava acontecendo, e Anahí descobriu-se mais protegida do que nunca.


Devagar, ele a levou para a cama e puxou as cobertas sobre seus corpos. Beijou-a mais uma vez, com gentileza e ternura. O calor da cama e da proximidade de seus corpos fez Anahí parar de tremer. E ela começou a tomar consciência de outras coisas: o perfume da pele nua de Poncho, peito largo e forte e, acima de tudo, o toque suave dos lábios dele nos seus.


Estavam muito próximos, os braços em torno um do outro, as pernas enroscando-se lentamente. O beijo ultrapassara os limites da ternura e do conforto e se transformara em desejo. Ao sentir a reação do corpo de Poncho, Anahí respondeu com a mesma intensidade.


Não havia esperado por isso, mas, à medida que o beijo tornava-se mais ardente, que a mão de Poncho deslizava faminta pelas curvas de seu corpo, Anahí dava-se conta de que aquele encontro era inevitável. Apesar da aparente frieza e dos olhares inescrutáveis, Poncho possuía mais paixão que qualquer outro homem que ela conhecesse.


Ele foi o primeiro a recuperar o controle. De súbito, interrompeu o beijo, lutando para acalmar a respiração rápida.


— Poncho?


Ele se afastou e sentou-se na beirada da cama. Anahí observou-o passar as mãos pelos cabelos.


—Meu Deus — Poncho murmurou. — O que estou fazendo?


Anahí estendeu a mão e acariciou-lhe as costas. Sentiu sua reação de prazer e teve a certeza de que ele a desejava. Porém, Poncho tinha razão. Aquilo era um grande erro. Ambos sabiam disso. Ela estava com medo, precisando de alguém que a protegesse. Ele era um homem sozinho, que não precisava de ninguém, mas, ainda assim, era um homem com suas necessidades. Era mais que natural que buscassem conforto nos braços um do outro, mesmo sabendo que a situação era temporária.


— Foi tão ruim? — ela murmurou. — O que houve entre nós há pouco?


— Não vou cometer o mesmo erro de novo. Não posso.


— Não precisamos assumir coisa alguma, Poncho.


— É assim que você vê as coisas? Algo rápido e sem nenhum significado?


— Não. Não foi isso o que eu quis dizer.


— Mas é sempre assim que acaba. A armadilha clássica. Eu quero proteger você. Você precisa de um cavaleiro salvador. Será bom enquanto durar e, então, não restará nada. — Poncho levantou-se. — Vou dormir no sofá.


Saiu do quarto.



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Autor(a): letiportilla

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Anahí ficou sozinha da cama, tentando desfazer a confusão de emoções. Nada mais fazia sentido. Nada se encontrava sob controle. Tentou lembrar-se de quando sua vida era simples e tranqüila. Fora antes de Christopher, antes de ela se deixar envolver pelas fantasias de um casamento perfeito. Fora aí que errara: ao acreditar em fantasias. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

    Hainnnnnn
    Acabou com o casamento *--*
    Que lindo...serio amei essa adaptação...muito boa.
    Obrigado por naum abandonar e sempre postar...amei a web de verdade.
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    E quero ler a nova *-*
    beijoooo

  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:57

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:51

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:45

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:19

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:13

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08

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