Fanfics Brasil - Capítulo VII - Final Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo VII - Final

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Eu deveria ter seguido o conselho de Poncho, Anahí pensou, e ter contratado um advogado.


Estava na delegacia, sentada diante de três detetives de Homicídios. Embora fossem cordiais, eles mal disfarçavam a ânsia de apanhá-la. O detetive Yeats, especialmente, lembrou-a de um cão de guarda, pronto para o ataque, à espera apenas de que lhe tirasse a coleira.


Anahí olhou para Poncho, esperando encontrar algum apoio moral. Nada. Durante o interrogatório, ele nem sequer olhara para ela. Ficara parado junto à janela, olhando para fora. Levara Anahí até ali e, agora, a estava abandonando. O tira voltava a assumir o seu papel.


— Já lhe contei tudo o que sei — ela disse a Yeats. — Não tenho mais nada a dizer.


— Você era noiva dele. Se alguém pode saber, esse alguém é você.


— Não sei. Eu nem estava lá. Se perguntar a Daniella...


— Já perguntamos. Ela confirmou o seu álibi — Yeats admitiu.


— Então, por que continua me fazendo as mesmas perguntas?


— Porque um assassinato não tem de ser cometido em pessoa — disse um outro policial.


Yeats inclinou-se sobre a mesa, com ar de simpatia e voz suave.


— Deve ter sido muito humilhante ser deixada no altar, para que todos soubessem que ele não a queria.


Anahí não disse nada.


— Lá estava o homem em quem você confiava, quem você amava. Durante semanas, meses talvez, ele a traíra. Provavelmente, ria de você pelas costas. Um homem assim não merece uma mulher como você, mas você o amava assim mesmo. E tudo o que conseguiu foi dor e sofrimento.


Anahí abaixou a cabeça, mas continuou em silêncio.


— Ora, Anahí. Não queria vingar-se dele? Feri-lo?


— Não... Não daquele jeito — ela murmurou.


— Mesmo quando descobriu que ele tinha outra mulher? Mesmo quando soube que se tratava da sua própria madrasta?


Ela encarou Yeats.


— É verdade. Falamos com Daniella e ela admitiu. Estavam tendo um caso havia algum tempo. Encontravam-se enquanto você trabalhava. Não sabia?


Anahí engoliu seco. Sacudiu a cabeça em silêncio.


— Acho que, talvez, você soubesse, sim. É possível que tenha descoberto por si mesma. Ou que ele tenha lhe contado.


— Não.


— E como se sentiu? Magoada? Furiosa?


— Eu não sabia.


— Furiosa o bastante para vingar-se? Para encontrar alguém que se vingasse por você?


— Eu não sabia!


— Isso é simplesmente inacreditável, Anahí. Espera que acreditemos que você não sabia de nada?


— Eu não sabia!


— Sabia. Você...


— Chega — Poncho interrompeu-o. — O que pensa que está fazendo, Yeats?


— Meu trabalho — o outro respondeu.


— Está tentando confundi-la. Está interrogando Anahí sem o benefício de um advogado.


— Por que ela precisaria de um advogado, se alega ser inocente?


— Ela é inocente.


Yeats olhou para os outros dois detetives com um sorriso maroto.


— Acho que está claro, Navarro, que você não tem mais nada a ver com esta investigação.


— Você não tem autoridade para tanto.


— Abe Coopersmith deu-me a autoridade necessária.


— Yeats, eu não ligo a mínima...


A resposta de Poncho foi interrompida pelo toque do bip em seu bolso. Irritado, ele pressionou um botão.


— Ainda não terminei com você — falou, antes de sair. Yeats voltou a encarar Anahí. A simpatia desaparecera de sua expressão.


— Agora, Srta. Cormier, voltemos às perguntas.


* * *


O código anunciado pelo bip indicava que a chamada fora feita por Ernie Takeda, do laboratório criminal, e que se tratava de um assunto urgente. Poncho telefonou de sua própria mesa.


Precisou discar várias vezes, pois a linha encontrava-se ocupada. Quando finalmente atendeu, Takeda exibia uma excitação pouco característica na voz.


— Temos uma coisa para você, Poncho — Takeda anunciou. — Algo que vai deixar você feliz.


— Muito bem. Faça-me feliz.


— Uma impressão digital. Parte dela, em um dos fragmentos da bomba que explodiu o armazém, na semana passada. E suficiente para a identificação. Já mandei para o laboratório e teremos o resultado em poucos dias. Seja paciente e reze para o nosso homem constar de nossos arquivos.


— Tem razão, Ernie. Acaba de me fazer um homem feliz.


— Ah, mais uma coisa. Sobre a bomba na igreja.


— Sim?


— Baseado nos escombros, eu diria que a bomba estava embrulhada por papel de presente, ou algo assim. Como não havia nenhum dispositivo de tempo, imagino que tenha sido preparada para explodir quando o pacote fosse aberto. Mas detonou prematuramente. Provavelmente, o circuito sofreu algum tipo de choque.


— Mencionou papel de presente.


— Sim, prateado.


Poncho pensou no embrulho que fora entregue na igreja, na manhã do casamento. Se a bomba fora preparada para explodir quando aberta, então não restava dúvidas quanto aos alvos escolhidos.


Mas, por que matar Anahí? Poncho repensou o mistério, enquanto voltava para a sala de interrogatório. Seria possível atribuir toda aquela confusão a uma mulher ciumenta? Daniella Cormier tinha um motivo, mas teria ido tão longe, a ponto de contratar um especialista em bombas?


Faltava uma peça no quebra-cabeça.


Abriu a porta e parou. Os três detetives continuavam lá, mas Anahí se fora.


— Onde está ela? — Poncho perguntou. Yeats deu de ombros.


— Foi embora.


— O quê?


— Irritou-se com nosso interrogatório e foi embora.


— Você a deixou ir embora sozinha?


— Não registramos acusação alguma contra ela. Está sugerindo que deveríamos ter feito isso, Navarro?


Poncho respondeu com um palavrão e, invadido por extrema ansiedade, correu para a porta da frente dá delegacia. Na calçada, olhou para um lado e para outro.


Não encontrou o menor sinal de Anahí.


Alguém está tentando matá-la, pensou, tenho de encontrá-la. Correu até seu carro.


Do telefone do carro, telefonou para a casa do pai de Anahí, da mãe, para a casa de Bledsoe. Anahí não estava em lugar algum.


Decidiu ir até a casa de Lydia Warrenton, refletindo que Anahí poderia aparecer por lá. Encontrou Lydia.


— Não falei com ela, depois de ontem — Lydia contou. — Não sei se ela viria para cá.


— Tem idéia de onde ela poderia estar? Alguém que ela procuraria num momento como este?


— Minha filha e eu nunca fomos muito próximas. A verdade é que ela sempre foi uma criança difícil.


— O que quer dizer, sra. Warrenton?


Lydia sentou-se.


— Sei que pode soar terrível, mas devo admitir que Anahí foi uma grande decepção para mim. Nós lhe oferecemos tantas oportunidades, como a de estudar num internato na Suíça. A irmã, Wendy, foi e obteve grandes benefícios com isso. Mas Anahí recusou-se a ir, preferindo ficar em casa. E, também, trazia aqueles namoradinhos horríveis para casa e vestia aquelas roupas ridículas. Ela poderia ter uma vida muito melhor, mas nunca conseguiu atingir os objetivos.


— Ela tem um diploma de enfermeira.


Lydia deu de ombros.


— Assim como milhares de outras moças.


— Ela não é uma moça qualquer Sra. Warrenton. É sua filha.


— É por isso que eu esperava mais dela. Wendy fala três idiomas e toca piano e violoncelo. Casou-se com um advogado, que está a um passo da magistratura. Enquanto isso Anahí... Não entendo como duas irmãs podem ser tão diferentes.


— Talvez a verdadeira diferença — disse Poncho, levantando-se —, está no amor que a senhora dedicou a cada uma.


Virou-se e caminhou para a porta. Ali, parou e olhou para trás. Lydia estava parada no corredor, impecável e elegante como sempre. Não parecia real ou, muito menos, atingível.


Tão diferente de Anahí.


— O senhor faz uma idéia totalmente errada de mim e de minha filha — ela disse.


— Faz alguma diferença o que penso?


— Só quero que compreenda que fiz o melhor que podia, dadas as circunstâncias.


— Dadas as circunstâncias, ela também fez o melhor — Poncho concluiu e saiu da casa.


De volta a seu carro, Poncho não sabia para onde ir. Após mais uma série de telefonemas, continuava sem a menor pista. Onde Anahí se metera?


O único lugar que não tentara era o novo apartamento alugado por Anahí. Ela lhe dissera que ficava na Taylor Street. Provavelmente, ainda não haviam instalado o telefone. Teria de ir até lá.


Durante o trajeto, Poncho ficou pensando no que Lydia lhe dissera. Pensou em como deveria ter sido difícil para Anahí crescer como a ovelha negra da família, a criança-problema, sempre fazendo às coisas erradas, sem jamais conseguir a aprovação da mãe. Poncho tivera sorte, pois sua mãe lhe dera todo o seu amor e o fizera consciente de sua própria competência e capacidade.


Agora, Poncho compreendia por que Anahí decidira casar-se com Christopher. Aquele seria o caminho certo para obter aprovação da mãe. E, até aquela tentativa, terminara em fracasso.


Quando estacionou diante do novo apartamento de Anahí, Poncho estava furioso com Lydia, George Cormier e seu desfile de esposas, com toda a família Cormier, por maltratarem uma garotinha e acabarem com sua auto-estima.


Bateu na porta com mais força que a necessária.


Ninguém respondeu. Ela também não estava ali.


Onde estava Anahí?


Estava prestes a ir embora quando seguiu um impulso e girou o trinco. A porta estava destrancada. Abriu-a.


— Anahí? — chamou.


Então, seus olhos pousaram no fio. Era quase invisível. Tratava-se de uma linha prateada que seguia a linha da porta e subia para o teto.


Ah, meu Deus...


Num único movimento, Poncho atirou-se para o lado e mergulhou no chão, para longe da porta.


A força da explosão arrancou a porta e destruiu a parede, provocando uma nuvem de madeira e gesso.


Ensurdecido e atordoado pela explosão, Poncho ficou deitado, com o rosto contra o carpete, enquanto uma chuva de escombros caía sobre ele.



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Autor(a): letiportilla

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Comentários da Fanfic 374



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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08

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