Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]
Horas depois, despertou em meio à noite fria.
O fogo se apagara. Apesar de toda encolhida debaixo da colcha, Anahí estava gelada.
E sozinha.
Embrulhando-se na colcha, foi até a cozinha e espiou pela janela. O carro de Poncho não estava mais lá. Ele voltara para a cidade.
Deu-se conta de que já sentia a falta dele. A ausência era como um imenso vazio em sua vida.
Foi para o quarto e meteu-se debaixo das cobertas. Tentou parar de tremer, mas não pôde. Ao partir, Poncho levara consigo todo o calor, bem como o prazer e a alegria.
Anahí assustou-se com a intensidade de seus sentimentos. Não podia apaixonar-se por Poncho. O que haviam partilhado naquela noite fora puro prazer. Como amante, ele era maravilhoso.
Mas, como um homem para amar, ele não servia para ela.
Não era de admirar que ele houvesse fugido como um ladrão, no meio da noite. Poncho sabia que haviam cometido um grande erro. Assim como Anahí sabia. Àquela altura, ele deveria estar se arrependendo do que haviam feito.
Anahí afundou-se nos travesseiros e esperou pelo sono, ou pelo amanhecer, o que chegasse antes. Qualquer coisa que diminuísse a dor provocada pela ausência de Poncho.
Mas a noite, fria e solitária, estendeu-se por uma eternidade.
Fora um erro. Um erro louco e estúpido.
Ao longo de todo o trajeto de volta a Portland, na estrada deserta e escura, Poncho perguntou-se como podia ter deixado que aquilo acontecesse.
Na verdade, ele sabia como acontecera. A atração entre os dois era, simplesmente, forte demais. E os estivera pressionando desde o primeiro dia. Poncho lutara contra aquela força, lembrando-se a todo momento que era um policial e que Anahí representava uma peça importante em sua investigação. Um bom policial não se deixaria cair naquele tipo de armadilha.
Costumava considerar-se um bom policial. Agora, descobrira que era humano demais, que Anahí era uma tentação à qual ele não podia resistir. E que toda a investigação provavelmente sofreria, porque ele perdera seu senso de objetividade.
Tudo porque ela passara a significar demais para ele.
E não era só a investigação que sofreria, mas ele também. E só teria a si mesmo para culpar. Anahí estava assustada e vulnerável; era natural que se voltasse para o seu protetor, em busca de conforto. Cabia a ele manter a distância, manter os próprios sentimentos sob controle. No entanto, ele sucumbira, e, agora, ela era a única pessoa em que Poncho conseguia pensar.
Segurou o volante com firmeza e forçou-se a concentrar a atenção na estrada.
Chegou à cidade por volta da uma hora. A uma e meia, encontrava-se sentado à sua mesa, examinando os relatórios preliminares de Ernie Takeda. Como esperava, a bomba no apartamento de Anahí era similar às utilizadas no armazém e na igreja. A diferença entre as três estava no método de detonação. A bomba do armazém tinha um timer simples. A da igreja fora preparada para explodir quando o embrulho fosse aberto. A do apartamento de Anahí deveria explodir após a abertura da porta. Estavam lidando com um sujeito versátil. Era capaz de provocar explosões de diversas maneiras. Ele variava o tipo de bomba de acordo com a situação, o que o tornava muito espero e perigoso.
Poncho voltou para casa às cinco da manhã, dormiu umas poucas horas e voltou para a delegacia, a fim de comparecer a uma reunião, às oito.
Com três explosões em duas semanas, a pressão tornara-se insuportável. A tensão era visível no rosto de cada um em torno da mesa. Gillis mostrava-se exausto, Coopersmith estava de péssimo humor, e até o usualmente neutro Takeda exibia sinais de irritação. Parte daquela irritação devia-se à presença de dois agentes federais do departamento de Álcool, Fumo e Armas de Fogo. Os dois exibiam ares de especialistas em visita a um vilarejo do interior.
Porém, a maior fonte de irritação era a presença do estimado promotor, a perpétua dor de cabeça chamada Norm Liddell.
Liddell agitava a edição matinal do New York Times.
— Vejam a manchete: "Portland, Maine, a Nova Capital das Bombas?" É isso o que o pessoal de Nova York está dizendo a nosso respeito. Nós! — Atirou o jornal sobre a mesa. — Que diabos está acontecendo nesta cidade? Quem está armando estas bombas?
— Podemos lhe dar um perfil psicológico provável — disse um dos agentes federais. — Trata-se de um homem branco, inteligente...
— Já sei que é inteligente! — Liddell interrompeu-o. — Muito mais inteligente que nós. Não quero perfil psicológico. Quero saber quem ele é. Alguém tem alguma idéia da identidade do nosso homem?
Após um momento de silêncio, Poncho falou:
— Sabemos quem ele está tentando matar.
— Está falando da Srta. Cormier? Até agora, ninguém conseguiu sequer pensar numa boa razão para ela ser o alvo.
— Mas sabemos que é o alvo. Ela é nossa única ligação com o especialista.
— E quanto à explosão do armazém? — Coopersmith inquiriu. — Qual seria a ligação com Anahí Cormier?
Poncho fez uma pausa.
— Não sei — admitiu.
— Aposto dez contra um que foi o pessoal de Billy Binford quem encomendou aquela bomba — Liddell anunciou. — Trata-se de um movimento lógico. Ele queria assustar uma testemunha da promotoria. A Srta. Cormier tem alguma ligação com Binford?
— Tudo o que ela sabe sobre ele foi o que leu nos jornais — Poncho respondeu. — Não há nenhuma ligação.
— E quanto à família dela? Estão envolvidos com Binford?
— Também não — Gillis entrou na conversa. — Investigamos as finanças da família inteira de Anahí Cormier: pai, mãe, padrasto, madrasta. Nenhuma conexão com Binford. O ex-noivo também estava limpo.
Liddell recostou-se na cadeira.
— Algo está para acontecer. Sinto no ar. Binford está planejando um golpe dos grandes.
— Como sabe? — perguntou Coopersmith.
— Tenho minhas fontes — Liddell respondeu e sacudiu a cabeça desanimado. — Quando, finalmente, consigo pôr o "Homem de Neve" atrás das grades, ele continua controlando suas operações e dando as cartas, fazendo piada do sistema judiciário. Estou convencido de que a bomba no armazém foi uma tática de intimidação. Está tentando assustar minhas testemunhas. Se eu não conseguir a sua condenação, ele será um homem livre em poucos meses. E, então, estará apto a assustá-las em pessoa.
— Mas as chances de condená-lo são boas — Coopersmith confortou-o. — Você conta com testemunhas de credibilidade, relatórios por escrito e um juiz acima de qualquer suspeita.
— Mesmo assim, Binford continua com suas manobras. Ele tem algum trunfo na manga. Eu só gostaria de descobrir qual é. — Liddell olhou para Poncho. — Onde escondeu Anahí Cormier?
— Num lugar seguro.
— Está mantendo o local em segredo?
— Devido às circunstâncias, prefiro que só eu e Gillis saibamos onde ela está. Se tiver perguntas a fazer a ela, posso perguntar por você.
— Só quero saber qual é a ligação dela com as bombas e porque Billy Binford a quer morta.
— Talvez nada disso tenha a ver com Binford — Poncho sugeriu. — Ele está na cadeia e temos outro homem envolvido: um especialista em bombas.
— Certo. Então, encontre-o para mim — Liddell concluiu. — Antes que Portland comece a ser chamada de Beirute americana. — Levantou-se, indicando que a reunião estava encerrada. — Binford irá a julgamento dentro de um mês. Não quero minhas testemunhas intimidadas por outras explosões. Portanto, encontrem o cara, antes que ele destrua o meu caso.
Com isso, Liddell deixou a sala.
— Não há nada pior que ano eleitoral — Gillis resmungou.
Enquanto os outros também deixavam a sala, Coopersmith dirigiu-se a Poncho.
— Navarro, gostaria de trocar uma palavrinha com você.
Poncho esperou, sabendo muito bem o que viria. Coopersmith fechou a porta.
— O que está acontecendo entre você e Anahí Cormier?
— Ela precisa de proteção e eu estou cuidando disso.
— É só isso?
Poncho suspirou, cansado.
— Eu... Talvez esteja um pouco mais envolvido do que deveria.
— Foi o que imaginei É experiente demais para isso, Poncho. Esse é o tipo de erro que os novatos cometem. Você, não!
— Eu sei.
— Essa situação poderia colocar vocês dois em perigo. Eu deveria tirá-lo do caso.
— Preciso ficar.
— Por causa dela?
— Porque quero apanhar esse cara. Vou apanhá-lo!
— Ótimo. Trate de ficar longe de Anahí Cormier. Eu não deveria ter de dizer isto. Sempre que algo assim acontece, alguém se machuca. No momento, ela pensa que você é John Wayne. Mas, quando tudo terminar, ela vai descobrir que você é humano, como todos nós. Não se deixe cair nessa armadilha, Poncho. Ela é bonita e tem um pai cheio do dinheiro. Não vai querer um tira em sua vida.
Ele está certo, pensou Poncho. Sei disso por experiência própria. Alguém sempre sai machucado. E esse alguém serei eu.
A porta se abriu de repente e um excitado Ernie Takeda entrou.
— Não vão acreditar nisto — anunciou, agitando uma folha de papel no ar.
— O que é? — perguntou Coopersmith.
— Identificaram a impressão digital do fragmento de bomba.
— E?
— Derrick James.
— Impossível! — Poncho exclamou.
Arrancou o papel da mão de Takeda e leu cada palavra do relatório enviado por fax. Não havia dúvida quando à identificação da impressão digital.
— Tem de ser um engano — Coopersmith protestou. — Encontraram o corpo dele. James está morto e enterrado há meses.
Poncho fitou-o.
— É claro que não.
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Autor(a): letiportilla
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 374
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03
Hainnnnnn
Acabou com o casamento *--*
Que lindo...serio amei essa adaptação...muito boa.
Obrigado por naum abandonar e sempre postar...amei a web de verdade.
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:57
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:51
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:45
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:24
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:19
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:13
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jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08
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