Fanfics Brasil - Capítulo I - Final Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo I - Final

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A polícia havia isolado a área, quando Poncho e Gillis chegaram à igreja do Bom Pastor. A multidão reunida na rua espiava curiosa. Três carros de patrulha, dois de bombeiros e uma ambulância estavam estacionados desordenadamente na Forest Avenue. O caminhão do esquadrão antibombas encontrava-se diante do que antes fora a entrada da igreja. A porta fora arrancada das dobradiças e jazia sobre os degraus da escadaria. Havia cacos de vidro por toda a parte. O vento espalhava páginas rasgadas dos livretos de hinos pela calçada.


— Esta foi grande — Gillis murmurou.


Quando se aproximaram da cena, o policial encarregado suspirou aliviado.


— Navarro! Que bom vê-lo aqui.


— Alguma vítima? — Poncho perguntou.


— Nenhuma, até agora. A igreja estava vazia. Pura sorte. Um casamento estava marcado para as duas, mas foi cancelado de última hora.


— Quem ia se casar?


— Um médico. A noiva está ali, no carro-patrulha. Ela e o padre presenciaram a explosão. Estavam no estacionamento.


— Falarei com ela mais tarde — Poncho anunciou. — Não a deixe ir embora. Nem o padre. Vou revistar o edifício, à procura de uma segunda bomba.


— Antes você do que eu.


Poncho vestiu o colete protetor, feito de placas de aço revestidas de náilon, e levou a máscara, para o caso de encontrarem uma segunda bomba. Um especialista em explosivos, vestido com o mesmo equipamento, aguardava junto à porta da igreja. Gillis dirigiu-se para o caminhão. Sua tarefa seria fornecer as ferramentas e preparar tudo para o transporte de uma bomba.


—Muito bem — Poncho falou ao especialista —, vamos entrar.


Entraram pelo que fora a porta da igreja.


A primeira coisa que Poncho notou foi o cheiro forte e levemente adocicado. Dinamite, pensou. Reconhecia o odor residual. A força da explosão fizera com que os bancos dos fundos tombassem. Lá na frente, próximo ao altar, os bancos haviam sido reduzidos a pedaços. Todos os vitrais haviam se quebrado e, por onde antes existiam janelas voltadas para o sul, raios de sol entravam para iluminar a nave.


Sem trocar uma palavra, Poncho e o especialista separaram-se e caminharam para lados opostos da nave. O edifício seria revistado com maior cuidado depois. No momento, concentrariam os esforços na localização de outros explosivos. A morte de Marty Pickett ainda pesava na consciência de Poncho, e ele não permitiria quê ninguém mais entrasse ali, enquanto não tivesse certeza de que o local era seguro.


Movendo-se paralelamente, os dois homens avançaram pela nave, os olhos alertas na procura por explosivos. Os destroços tornavam o trabalho lento e difícil. À medida que avançavam, os danos tornavam-se visivelmente maiores, e o odor de dinamite, mais forte. Estamos chegando perto, Poncho pensou. A bomba fora plantada em algum lugar por ali...


Em frente ao altar, no ponto onde a primeira fila de bancos deveria estar, encontraram a cratera de quase dez metros de diâmetro e pouca profundidade. A explosão destruíra o carpete e a forração, mas mal arranhara o concreto abaixo. Crateras rasas eram características de explosões de baixa velocidade, compatíveis com dinamite. Cuidariam disso mais tarde. Continuaram na busca. Da nave, partiram para os corredores, vestiários, banheiros, escritórios e até a sala onde as aulas de catecismo eram ministradas aos domingos. Nada de bombas. Saíram pela porta dos fundos e examinaram a parte externa do edifício. Nada.


Finalmente satisfeito, Poncho voltou para onde Gillis o esperava.


— O edifício está limpo — informou-o. — Já determinou quem vai proceder com a revista?


Gillis apontou para os seis homens reunidos ao lado do caminhão. Eram dois patrulheiros e quatro técnicos do laboratório criminal, todos carregando sacos plásticos para o recolhimento de evidências.


— Estão apenas esperando a ordem para entrar.


— Mande o fotógrafo entrar primeiro. Então, diga-lhes para entrar. A cratera encontra-se diante do altar, à direita.


— Dinamite?


Poncho assentiu.


— Se posso confiar no meu nariz — falou. — Vou conversar com as testemunhas. Onde está o padre?


— Acaba de ser levado para o pronto-socorro, com dores no peito. Sabe como é, todo esse estresse...


Poncho suspirou irritado.


— Alguém falou com ele?


— Os patrulheiros tomaram seu depoimento.


— Certo. Acho que só me resta a noiva.


— Ela ainda está no carro-patrulha. Chama-se Anahí Cormier.


Poncho passou por baixo da fita amarela de isolamento, abriu caminho pela multidão de curiosos e avistou a silhueta num dos carros-patrulha. A mulher não se moveu quando ele se aproximou, parecendo mais um manequim de loja de noivas. Poncho abaixou-se e bateu no vidro.


Ela virou-se, fitando-o com seus grandes olhos azuis. Apesar do rímel borrado, o rosto de feições suaves era muito bonito. Poncho fez um sinal para que ela abaixasse o vidro. Ela obedeceu.


— Srta. Cormier? Sou o detetive Poncho Navarro, polícia de Portland.


— Quero ir para casa — ela disse. — Já falei com tantos policiais. Por favor, não posso ir embora?


— Primeiro, preciso fazer algumas perguntas.


— Algumas?


— Não — ele admitiu. — Farei muitas.


Ela suspirou e, só então, Poncho notou a fadiga em seu semblante.


— Se eu responder às suas pergunta, detetive, vai me deixar ir para casa?


— Prometo que sim.


— Costuma cumprir suas promessas?


— Sempre.


Ela baixou os olhos para as mãos cruzadas.


— Claro — murmurou. — Os homens e suas promessas.


— O que disse?


— Ah, esqueça.


Poncho deu a volta no carro, abriu a porta e sentou-se ao volante. A mulher a seu lado não disse nada. Limitou-se a olhar para baixo, em silêncio resignado. Parecia prestes a ser engolida por todas aquelas camadas de cetim branco. O penteado começava a se desfazer e madeixas de cabelo negro caíam-lhe sobre os ombros. Não lembrava em nada a imagem de uma noiva feliz. Parecia chocada e profundamente sozinha.


Onde se metera o noivo?


Reprimindo a onda instintiva de simpatia, Poncho apanhou o bloco de anotações e abriu-o numa página em branco.


— Pode me dar seu nome e endereço completos?


A resposta foi um sussurro.


— Anahí Margaret Cormier, Ocean View Drive, trezentos e dezoito.


Poncho anotou e voltou a fitá-la. Ela continuava a olhar para as mãos.


— Muito bem, srta. Cormier, por que não me conta exatamente o que aconteceu?


Ela só queria ir para casa. Estava sentada naquela carro-patrulha havia uma hora e meia, conversara com três policiais diferentes e respondera a todas as suas perguntas. Seu casamento terminara em fiasco, ela mal escapara com vida, e a multidão reunida na rua continuava a observá-la, como se ela fosse um espetáculo de circo.


E aquele homem, aquele policial com a sensibilidade de uma pedra, esperava que ela contasse tudo de novo!


— Srta. Cormier — ele suspirou. — Quanto antes terminarmos, mais cedo poderá ir embora. O que exatamente aconteceu?


— A igreja explodiu. Posso ir embora?


— O que quer dizer com "explodiu"?


— Ouvimos um estrondo. Vimos muita fumaça e estilhaços de vidro. Eu diria que foi uma explosão típica.


— Mencionou fumaça. Que cor tinha?


— O quê?


— A fumaça era negra, branca?


— Faz diferença?


— Responda, por favor.


Ela suspirou exasperada.


— Era branca, eu acho.


— Acha?


— Está bem, tenho certeza.


Any virou-se e, pela primeira vez, olhou com atenção aquele rosto. Se ele estivesse sorrindo, se demonstrasse algum traço de simpatia e sensibilidade, aquele seria um rosto mais do que agradável de se olhar. Parecia estar chegando perto dos quarenta anos, com cabelos castanho-escuros que deveriam ter sido cortados umas duas semanas antes. Os traços eram bem delineados, os dentes perfeitos, e os olhos verdes de brilho profundo exibiam aquele toque penetrante dos galãs de filmes policiais. Infelizmente, aquilo não era um filme. Aquele era um policial honesto e fiel ao seu distintivo, e não era nem um pouco charmoso. Parecia estudá-la com distância e objetividade, tentando determinar se era mesmo confiável como testemunha.


Ela sustentou-lhe o olhar, pensando: "Aqui estou eu, a noiva rejeitada. Provavelmente, ele está se perguntando o que há de errado comigo, que defeitos terríveis eu possuo, para ter sido abandonada no altar".


— Tenho certeza de que a fumaça era branca, se é que isso faz alguma diferença — declarou tensa.


— Faz muita diferença. A cor branca indica a relativa ausência de carbono.


— Compreendo — ela mentiu.


— Houve chamas?


— Não.


— Sentiu algum odor específico?


— Está falando de gás?


— Qualquer coisa.


— Não me lembro, mas estava fora do edifício.


— Onde, exatamente?


— O reverendo Sullivan e eu estávamos sentados no carro dele, no estacionamento ao lado da igreja. Portanto, eu não poderia ter sentido cheiro de gás. Mesmo porque, gás natural é inodoro, não é?


— Pode ser difícil de se detectar.


— Então, o fato de eu não ter sentido cheiro algum não quer dizer nada.


— Viu alguém perto da igreja, antes da explosão?


— Apenas o reverendo Sullivan e alguns dos meus familiares. Mas todos foram embora bem antes.


— E quanto a estranhos? Alguém que você não conhecesse?


— Não havia ninguém lá dentro, quando tudo aconteceu.


— Estou falando de antes da explosão, srta. Cormier.


— Antes?


— Viu alguém que não deveria estar lá?


Ela o fitou por um momento. Poncho devolveu-lhe o olhar com firmeza.


— Está dizendo... Está pensando...


Ele não disse nada, continuou fitando-a com seus olhos verdes e profundos.


— Não foi um vazamento de gás? — ela perguntou num sussurro.


— Não. Foi uma bomba.


Ela afundou no banco, chocada. Não fora um acidente.


— Srta. Cormier?


Sem dizer palavra, voltou a olhar para o detetive. Algo no modo como ele a observava, no olhar desprovido de qualquer emoção, assustou-a.


— Lamento ter de fazer a próxima pergunta — ele falou —, mas deve compreender que sou obrigado a seguir esta linha.


— Que... que pergunta?


— Conhece alguém que possa ter qualquer motivo para matá-la?



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Autor(a): letiportilla

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Comentários da Fanfic 374



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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

    Hainnnnnn
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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:57

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08

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