Fanfics Brasil - Capítulo XII Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo XII

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— Acho que sabemos quem era o alvo — Poncho informou. — Nosso querido promotor, Liddell.


Coopersmith fitou Gillis e Poncho do outro lado da mesa.


— Têm certeza?


— Todas as evidências apontam para isso. Localizamos o centro da explosão como sendo a fileira três, entre as poltronas G e J. Os lugares para a noite de ontem foram reservados com semanas de antecedência. Examinamos a lista de espectadores naquela fila e descobrimos que Liddell e a esposa estavam sentados bem no centro. Teriam morrido na hora.


— Quem mais estava naquela fila?


— O juiz Dalton estava a seis poltronas dali — Gillis falou. — Poderia ter sido morto, também. Ou, ao menos, seriamente ferido.


— E os outros espectadores?


— Verificamos todos eles. Um professor de direito da Califórnia, alguns parentes do juiz Dalton, dois advogados. Duvidamos que algum deles despertaria o interesse de um assassino de aluguel. Ah, talvez o senhor se interesse pelo relatório que recebemos de Ernie Takeda esta tarde. Foi dinamite Dupont, detonador Prima e fita adesiva elétrica verde.


— James — disse Coopersmith com um suspiro cansado. Estavam todos exaustos. Haviam trabalhado a noite inteira, dormido poucas horas e voltado ao trabalho. Agora, eram cinco da tarde e mais uma noite se aproximava. — Meu Deus, o homem voltou com sede de vingança.


— Sim, mas ele não tem tido muita sorte — Gillis comentou. — Seus alvos continuam vivos: Liddell, o juiz Dalton, Nina Cormier. Eu diria que o legendário Derrick James deve estar se sentindo muito frustrado, no momento.


— E envergonhado — Poncho acrescentou. — Sua reputação está manchada. Com mais este fiasco, ele está acabado. Quem quer que tenha dinheiro para contratar um profissional, procurará outra pessoa.


— Sabemos quem o contratou?


Poncho e Gillis entreolharam-se.


— Podemos arriscar um palpite — Gillis respondeu.


— Billy Binford?


Poncho assentiu.


— O "Homem de Neve" irá a julgamento dentro de um mês. Liddell colocou-se inflexível com relação a qualquer pedido de acordo. Há rumores de que ele usaria a condenação como ponto de partida para uma campanha política. Acho que o "Homem de Neve" sabe que vai passar um longo tempo na prisão e quer Liddell fora da equipe da promotoria. Em caráter permanente.


— Se Poncho não houvesse esvaziado o teatro — Gillis falou —, metade de nossos promotores estaria morta. Os julgamentos seriam adiados por meses. Nessa situação, os advogados de Binford poderiam conseguir algum tipo de acordo.


— E temos alguma prova disso?


— Ainda não. O advogado de Binford, Albert Darien, nega qualquer conhecimento do assunto. Não conseguiremos arrancar uma só palavra dele. Estamos examinando os videoteipes gravados pelas câmaras de segurança da prisão, à procura dos visitantes de Binford. É possível que um contato seja identificado.


— Acha que pode não ser o advogado?


— É possível. Se conseguirmos identificar o contato, talvez encontremos uma ligação com James.


— Então, mãos à obra — disse Coopersmith. — Quero esse sujeito preso.


Às cinco e meia, a reunião foi encerrada e Poncho foi até a máquina de café, a fim de ingerir cafeína bastante para mantê-lo de pé pelas próximas oito horas. Quando bebia o primeiro gole, Norm Liddell entrou. Poncho não pôde evitar a satisfação de ver os hematomas e arranhões no rosto de Liddell. Embora os ferimentos fossem leves, na noite anterior, depois da explosão, Liddell fora dos que mais gritara por auxílio médico. A própria esposa, que fraturara um braço, perdera a paciência e o mandara calar a boca e agir como homem.


Agora, lá estava ele, exibindo horríveis arranhões no rosto, assim como um ar de... Seria possível? Estava arrependido?


— Boa tarde, Navarro — Liddell cumprimentou-o em voz baixa.


— Boa tarde.


— Eu... — Liddell limpou a garganta e olhou em volta, como se verificasse se alguém o ouvia. Não havia ninguém.


— Como vai a sua esposa? — Poncho perguntou.


— Bem. Terá de usar gesso por uns dias. Felizmente, foi uma fratura simples.


— Ela se portou muito bem, ontem à noite, considerando-se o ferimento que sofreu — Poncho comentou e pensou: "Diferente de você".


— Sim, bem, minha esposa tem uma vontade de aço. Na verdade, é por isso que eu gostaria de falar com você.


— Pois não?


— Escute, Navarro, ontem à noite... Acho que fui injusto com você. Eu não sabia que você tinha informações sobre a bomba.


Poncho não disse uma palavra, pois não queria interromper aquele momento tão prazeroso.


— Assim, quando você esvaziou o teatro... Eu deveria saber que você tinha suas razões. Mas, tudo o que vi, foram aquelas pessoas feridas na confusão. Achei que você os colocara em pânico por nada. — Liddell fez uma pausa, evidentemente lutando para pronunciar as palavras. — Bem, eu gostaria de lhe pedir desculpas.


— Desculpas aceitas.


Liddell respirou aliviado.


— Agora, pode dizer à sua esposa que já agiu como devia.


A expressão de Liddell confirmou as suspeitas de Poncho.


O pedido de desculpa fora idéia da Sra. Liddell, com sua vontade de aço. Poncho não pôde evitar um sorriso, quando o outro virou-se e caminhou tenso na direção da sala de Coopersmith. O bom promotor, ao que parecia, não era quem usava calças em casa.


— Ei, Poncho! — Gillis aproximou-se e puxou-o pelo paletó. — Vamos.


— Para onde?


— O pessoal da penitenciária quer nos mostrar um videoteipe do "Homem de Neve" com um visitante desconhecido.


Poncho sentiu a descarga de adrenalina.


— Era James?


— Não. Era uma mulher.


— Aquela. A loira — apontou o detetive Cooley.


Poncho e Gillis inclinaram-se na direção da tela, os olhos fixos na imagem em preto e branco da mulher. A visão do rosto era bloqueada a todo instante por outros visitantes que passavam diante da câmara, mas era evidente que se tratava de uma loira, perto dos trinta anos, com jeito de artista de segunda categoria.


— Congele a imagem — Cooley pediu ao técnico. — Assim temos uma boa visão dela.


A imagem da mulher imobilizou-se, com o rosto virado para a câmara, sua figura era inteiramente visível. Vestia um conjunto de saia e blazer e carregava uma maleta. A julgar pelos trajes, poderia ser uma advogada. Porém, dois detalhes não combinavam.


Um eram os sapatos. A câmara capturara o pé direito, metido numa sexy sandália de salto altíssimo, presa ao tornozelo por uma fina corrente metálica.


— Não se vê esse tipo de sapato no tribunal — Poncho comentou.


— A menos que esteja determinada a seduzir o juiz — Gillis acrescentou. — E veja a maquilagem.


Esse era o segundo detalhe que não combinava. Poncho nunca vira advogada alguma maquilada daquela maneira. Os cílios eram postiços, e os olhos estavam carregados de sombra verde-água. Além disso, o batom vermelho ampliava os lábios já generosos.


— Cara, é óbvio que não se trata de uma de nossas vizinhas — Gillis concluiu.


— Que nome foi registrado na entrada? — Poncho perguntou. Cooley examinou a lista de visitantes.


— Ela assinou como Marilyn Dukoff e alegou que sua visita ao "Homem de Neve" era uma consulta entre advogado e cliente.


Gillis riu.


— Se ela é advogada, vou prestar vestibular para Direito.


— Ela disse em que escritório trabalha? — Poncho inquiriu.


— Frick e Darien.


— Checou a informação?


Cooley assentiu.


— Ela não consta da lista de pagamentos dos advogados mencionados, mas descobrimos onde ela trabalhou antes.


— Onde?


— No Stop Light.


Gillis olhou para Poncho com uma expressão de "Eu não disse?".


Ninguém precisaria de explicações. Todos ali conheciam o Stop Light e seus shows.


— Deixe-me adivinhar — Poncho falou. — Dançarina exótica?


— Acertou — Cooley confirmou.


— Tem certeza de que é a mesma Marilyn Dukoff?


— Acho que sim. Todos os visitantes têm de apresentar um documento na entrada da penitenciária. Ela mostrou a carteira de motorista. Verificamos o número e encontramos a foto. Veja. — Cooley estendeu a Poncho a fotografia.


— É ela — Gillis declarou.


— Estamos falando da mesma Marilyn Dukoff — Cooley concluiu. — Parece que ela não se preocupou com documentos falsos. A única mentira foi a profissão.


— Que, evidentemente, não se encontra no âmbito legal — Gillis apontou.


Poncho sorriu para Cooley.


— Bom trabalho — elogiou.


— Infelizmente — Cooley acrescentou —, não consegui localizá-la. Sabemos onde trabalhou, mas ela saiu de lá há duas semanas. Mandei um homem ao endereço constante da carteira de motorista, mas ninguém atendeu à campainha. E o telefone acaba de ser desligado. Acho que está na hora de obtermos um mandado de busca.


— Deixe comigo. — Poncho levantou-se e olhou para Gillis. — Encontro você no carro em dez minutos.


— Vamos para o apartamento da loira?


— Sim, a menos que você tenha lugar melhor para ir.


Gillis virou-se para a tela, que ainda exibia o sapato sexy e o tornozelo bem torneado.


— Melhor que isso? — Riu. — Acho que não.


A polícia estava chegando perto demais, para que ele pudesse se sentir tranqüilo.


James escondeu-se na porta de um edifício a um quarteirão e observou os policiais saírem do antigo apartamento de Marilyn. Minutos antes, ele estivera dentro daquele mesmo apartamento, verificando se Marilyn não deixara para trás qualquer pista de se atual paradeiro. Felizmente, saíra pouco antes da chegada de Navarro.


Eles haviam passado mais de uma hora lá dentro. Eram bons, mas James era mais esperto. Horas depois da explosão, ele levara Marilyn para outro apartamento, do outro lado da cidade. Sabia que seu alvo poderia ser descoberto, assim que determinassem o centro da explosão no teatro. E também sabia que Marilyn não tardaria a ser identificada. Felizmente, ela cooperara.


Infelizmente, a utilidade dela se acabara, e estava na hora de pôr um fim àquela relação. Mas, antes, ele ainda precisaria de mais um favor.


As feições de James tornaram-se tensas ao ver uma figura conhecida sair do edifício. Navarro de novo. O detetive passara a representar todas as falhas que James cometera na última semana. Navarro era o cérebro por trás da investigação. O único responsável por Liddell continuar vivo.


Navarro lhe custara muito dinheiro.


James observou os policiais reunidos na calçada. Eram cinco: três vestiam roupas civis, dois usavam uniformes. Mas foi em Navarro que ele concentrou toda a sua raiva. Aquilo se transformara numa batalha entre os dois, um teste de determinação. Em todos aqueles anos, atuando como assassino de aluguel, James jamais deparara com um oponente tão capaz.


A atitude mais sensata seria sair da cidade e procurar contratos em outro lugar. Miami ou Nova Orleans. Porém, sua reputação sofrerá um forte golpe em Portland e ele já não tinha certeza de que conseguiria novos contratos em qualquer outro lugar. Além disso, tinha o palpite de que Navarro não desistiria da perseguição. Onde quer que James fosse, Navarro farejaria seu rastro e o seguiria.


E, também, havia a questão de honra. James não iria embora sem antes acertar suas contas.


Os policiais entraram em seus carros e foram embora. Não havia encontrado nenhuma pista no apartamento de Marilyn. James cuidara disso.


Pegue-me se puder, Navarro, ele pensou. Ou será que vou apanhá-lo primeiro?


Deixou o esconderijo e virou a esquina, para entrar em seu carro.


Navarro. Tinha de cuidar de Navarro de uma vez por todas. E tinha um plano perfeito. Precisaria da ajuda de Marilyn. Apenas um telefone, só pediria isso. Então, não pediria mais nada a ela.


Nunca mais.



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Autor(a): letiportilla

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Desculpem!!!! Eu troquei os nomes, mas na hora de copiar e colar eu copiei do lugar errado. Falta de atenção. Foi mal!!!!


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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:57

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08

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