Fanfics Brasil - Capítulo II - Continuação Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo II - Continuação

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Leitoras fantasmas... quero comentários!!!


Anahí aproximou-se do Taurus. Olhou com desgosto pela janela. Teria de ir naquele carro? Naquela bagunça? Abriu a porta. Um copo de papel caiu no asfalto. No chão do carro, diante do banco do passageiro, havia um saquinho do McDonald`s amassado e mais copos de papel, além de uma edição de dois dias atrás do Portland Press Herald. O banco de trás encontrava-se coberto por outros jornais, pastas de arquivo, uma maleta, um paletó e... uma luva de beisebol.


Retirou a bagunça do banco do passageiro, jogou-a no banco de trás e sentou-se, perguntando-se se o banco estaria limpo.


O detetive "pedra de gelo" dirigia-se para o carro. Parecia sentir calor. As mangas da camisa estavam arregaçadas, a gravata, frouxa. Enquanto ele tentava abandonar a cena da explosão, policiais seguravam-no pelo braço, fazendo perguntas.


Finalmente, entrou no carro e fechou a porta.


— Onde mora a sua mãe? — perguntou.


— Cape Elizabeth. Escute, sei que está muito ocupado e...


— Meu parceiro cuidará de tudo por aqui. Deixarei você na casa de sua mãe, conversarei com ela e, então, irei ao hospital para falar com o reverendo Sullivan.


— Ótimo. Assim, você poderá matar três coelhos com um só tiro.


— Acredito na eficiência.


Ficaram em silêncio. Anahí nem sequer tentou conversar amistosamente, pois ali estava algo que nem passaria pela cabeça daquele homem. Limitou-se a olhar pela janela, deixando que seus pensamentos morosos se ocupassem da recepção e de todos aqueles canapês e sanduíches à espera de convidados que jamais chegariam. Teria de ligar para o bufê e pedir que entregassem toda a comida a algum albergue noturno, antes que tudo se estragasse. E, ainda, tinha de pensar nos presentes, dúzias deles, empilhados em casa. Correção: na casa de Christopher. Aquela jamais fora realmente a sua casa. Apenas vivera lá, como uma inquilina. Fora dela a idéia de pagar metade da prestação da hipoteca. Christopher costumava apontar o quanto respeitava a sua independência, sua insistência na preservação da própria identidade. Em qualquer boa relação, ele dizia, privilégios e responsabilidades deveriam ser partilhados igualmente. E fora assim que eles haviam se relacionado desde o início. Ele pagara a conta, no primeiro encontro. Ela, no segundo. Na verdade, Anahí insistira nisso, a fim de mostrar a ele que era mesmo uma mulher independente, dona de si.


Agora, tudo parecia uma grande tolice.


Jamais fora dona de si, pensou. Estivera sempre pensando, esperando ansiosa pelo dia em que se tornaria a sra. Christopher Bledsoe. Era o que a família esperava dela, o que sua mãe sonhara para ela: um bom casamento. Eles jamais haviam compreendido sua escolha pela carreira de enfermagem, senão como um meio de encontrar um bom marido. Um médico. E, sim, ela o encontrara.


E tudo o que consegui foi um amontoado de presentes para devolver, um vestido de noiva que não poderei devolver, e um dia que nunca conseguirei esquecer... ou superar.


Era a humilhação que mais a perturbava. Não era o fato de Christopher ter fugido. Nem mesmo o fato de ela quase ter morrido na explosão da igreja. Na verdade, a explosão parecia tão remota quanto um melodrama de televisão. Tão remota quanto o homem sentado a seu lado.


— Está lidando com tudo isto muito bem — ele disse.


Surpresa ao ouvir a voz do detetive "pedra de gelo", ela o encarou.


— O que disse?


— Está enfrentando a situação com muita calma. Mais do que seria de esperar.


— Não sei de que outra maneira eu poderia me comportar.


— Depois de uma explosão a bomba, uma crise histérica não seria de surpreender.


— Sou enfermeira no setor de emergência de um pronto-socorro, detetive. Não costumo ter crises histéricas.


— Ainda assim, sofreu um choque muito grande, hoje. É possível que uma explosão emocional ainda esteja por vir.


— Está dizendo que esta é a calmaria que antecede, uma tempestade?


— Talvez. — Poncho olhou para ela, fitando-a nos olhos. Com a mesma rapidez, voltou a concentrar-se na estrada e o contato se desfez. — Por que sua família não estava com você, na igreja?


— Mandei-os embora.


— Seria de esperar que você os quisesse por perto, para lhe dar apoio.


Anahí voltou a olhar pela janela.


— Minha família não é exatamente o tipo que dá grande apoio. Além do mais, eu... precisava ficar sozinha. Quando um animal se fere, detetive, procura a solidão para lamber as feridas. Era o que eu precisava fazer... — parou de falar, lutando contra as lágrimas repentinas que embaçaram seus olhos.


— Sei que não se sente disposta a falar nisso agora, mas talvez possa responder uma pergunta. Consegue pensar em outra pessoa que pudesse ser o alvo? O reverendo Sullivan, por exemplo?


Ela sacudiu a cabeça.


— Ele seria a última pessoa que alguém desejaria ferir.


— Foi a igreja dele que explodiu. E ele estaria muito próximo ao centro da explosão.


— Reverendo Sullivan é o homem mais doce do mundo! No inverno, sai pelas ruas distribuindo cobertores. E está sempre conseguindo mais camas para o abrigo. Na emergência, quando deparamos um paciente que não tem para onde ir, é para ele que ligamos.


— Não estou questionando o caráter dele, mas sim a possibilidade de inimigos.


— Ele não tem inimigos — Anahí afirmou convicta.


— E quanto ao resto dos convidados? Algum deles poderia ser o alvo?


— Não posso imaginar...


— O padrinho, Jeremy Wall. Fale-me sobre ele.


— Jeremy? Não há muito a dizer. Estudou medicina com Christopher. Também trabalha no Maine. É radiologista.


— Casado?


— Não. É um solteirão convicto.


— E sua irmã, Wendy? Era a dama de honra?


— Sim. Ela é uma feliz dona de casa.


— Algum inimigo?


— Não, a menos que alguém se ressinta da perfeição.


— O que quer dizer?


— Digamos que ela seja a filha perfeita, o sonho de qualquer pai ou mãe.


— Ao contrário de você?


Anahí deu de ombros.


— Como foi que adivinhou?


— Muito bem. Isso nos deixa um único personagem principal. Aquele que, por coincidência, decidiu não aparecer.


Anahí fixou os olhos no pára-brisa. O que poderia dizer sobre Christopher, quando ela mesma encontrava-se na mais completa escuridão?


Para seu alívio, Poncho não insistiu no interrogatório. Talvez, ele houvesse se dado conta do quanto já a havia pressionado, do quanto ela estava perto de seu limite de controle. No trajeto pela estrada sinuosa que levava a Cape Elizabeth, Anahí sentiu a fachada calma e controlada finalmente começar a ruir. O detetive não a avisara da possível explosão emocional? A dor começava a anular os efeitos da anestesia inicial. Ela havia se controlado bem, havia enfrentado dois choques devastadores com pouco mais que algumas lágrimas. Agora, suas mãos tremiam e, cada vez que respirava, Anahí tinha de lutar contra os soluços.


 



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Autor(a): letiportilla

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Obrigada pelos comentários! Quando, finalmente, estacionaram diante da casa de sua mãe, Anahí encontrava-se a um passo do descontrole total. Não esperou que Poncho desse a volta no carro e abrisse sua porta. Saiu do carro por si mesma, desenroscando-se do vestido com gestos desajeitados. Quando Poncho alcançou os degraus da entrada, Anah ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

    Hainnnnnn
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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:57

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:13

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08

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