Fanfics Brasil - Capítulo III - Continuação Sabor de Perigo [TERMINADA]

Fanfic: Sabor de Perigo [TERMINADA]


Capítulo: Capítulo III - Continuação

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Suas costelas doíam, bem como seu ombro. Além disso, seu rosto exibia cortes provocados pelos estilhaços de vidro. Sua mente, porém, apresentava-se clara o bastante para Anahí reconhecer o homem que saía do familiar Taurus azul que acabara de chegar ao local do acidente. Era Poncho Navarro. Ele nem sequer olhou para ela.


No lusco-fusco do anoitecer, Anahí observou-o conversar com um policial. Após alguns instantes, os dois desceram pelo barranco, até o que restara do carro dela. Enquanto Poncho dava a volta no Honda amassado, Anahí pensou num gato pronto para o ataque. Ele se movia com facilidade e graça felinas, os olhos focalizados em absoluta concentração. A certa altura, ele abaixou e examinou algo no chão. Então, voltou a erguer-se e inspecionou a janela do motorista. Ou melhor, o que restara dela. Pressionou o vidro estilhaçado, abriu a porta e entrou no carro. O que estaria procurando? Por um longo momento, ele ficou lá dentro, parecendo verificar cada centímetro do interior do automóvel. Era bom que não houvesse nada ali dentro que ela desejasse esconder de alguém, Anahí pensou. Não tinha dúvidas de que o cuidadoso detetive Navarro seria capaz de detectar contrabando a quilômetros de distância.


Finalmente, ele saiu do carro, os cabelos despenteados e a calça amarrotada. Voltou a falar com o policial e, então, virou-se na direção dela.


E começou a aproximar-se.


No mesmo instante, o pulso de Anahí acelerou. Alguma coisa naquele homem a fascinava e assustava. Era mais que sua presença física, que não deixava de ser bastante impressionante. Havia, também, o modo como ele olhava para ela, com aquele olhar completamente neutro. Aquela inescrutabilidade a irritava. A maioria dos homens a considerava atraente e sempre tentavam ser amigáveis.


Aquele homem parecia considerá-la ninguém mais que uma potencial vítima de homicídio. Merecia seu interesse intelectual e... nada mais.


Anahí endireitou as costas e sustentou-lhe o olhar com firmeza, à medida que ele se aproximava.


— Você está bem? — ele perguntou.


— Sofri algumas escoriações, alguns cortes, mas foi só isso.


— Tem certeza de que não quer ir até o pronto-socorro? Posso levá-la.


— Estou bem. Sou enfermeira e acho que saberia se tivesse um problema mais sério.


— Dizem que médicos e enfermeiras são os piores pacientes. Vou levá-la ao hospital, por via das dúvidas.


Ela soltou uma risada incrédula.


— Isso soou como uma ordem!


— Para falar a verdade, foi mesmo.


— Detetive, eu realmente acho que saberia se...


Anahí deu-se conta de que conversava com as costas dele. Ele tivera o desplante de dar-lhe as costas! Já se encaminhava para o carro.


— Detetive! — Anahí chamou.


— Pois não? — ele respondeu por cima do ombro.


— Eu não... Isto não... — ela suspirou. — Ah, esqueça! — resmungou e seguiu-o.


De nada adiantaria discutir com aquele homem. Ele simplesmente lhe daria as costas de novo. Ao sentar-se no banco do passageiro, Anahí sentiu uma forte pontada no peito. Talvez ele estivesse certo. Ela sabia que poderia demorar horas, ou até mesmo dias, para ferimentos internos se manifestarem. Por mais que detestasse admitir, o sr. Personalidade provavelmente tinha razão com relação à necessidade de levá-la ao pronto-socorro.


Anahí sentia desconforto demais para conversar, a caminho do hospital. Foi Poncho quem quebrou o silêncio.


— E então? Pode me contar o que aconteceu?


— Já fiz meu depoimento. Está tudo no relatório da polícia. Alguém me jogou para fora da estrada.


— Sim, um Ford preto, dirigido por um homem, com placa de Maine.


— Então, já sabe de todos os detalhes.


— A testemunha achou que se tratava de um bêbado que tentou ultrapassar você na curva. Não achou que tenha sido deliberado.


Ela sacudiu a cabeça.


— Já não sei mais o que pensar.


— Quando viu o Ford pela primeira vez?


— Perto de Smugglers Cove, eu acho. Percebi que parecia estar me seguindo.


— Parecia ser dirigido por um bêbado?


— Não.


— Poderia estar seguindo você há mais tempo?


— Não tenho certeza.


— E possível que estivesse perto da casa de sua mãe, quando você saiu de lá?


Anahí observou-o. Poncho olhava fixamente para a frente.


Suas perguntas haviam tomado um rumo totalmente diferente. No início, ele soara displicente e até mesmo cético. Porém, a última pergunta indicava que ele estava considerando uma possibilidade diferente de um motorista bêbado. Uma possibilidade que a deixou gelada.


— Está sugerindo que ele estivesse esperando por mim?


— Estou apenas explorando as possibilidades.


— O outro policial achou que era mesmo um motorista bêbado.


— Ele tem a opinião dele.


— E qual é a sua opinião?


Ele não respondeu. Limitou-se a continuar dirigindo no seu modo calmo, que a enlouquecia. Anahí perguntou-se se ele era capaz de mostrar algum tipo de emoção. Gostaria de vê-lo reagir, uma vez ao menos.


— Detetive Navarro — ela declarou —, eu pago impostos e, portanto, o seu salário. Acho que mereço algo mais que respostas lacônicas.


— Ah! A velha conversa do cidadão honesto, pagador de impostos.


— Vou usar qualquer conversa que precise, para arrancar uma resposta!


— Não estou certo de que deseja ouvir minha resposta.


— Por que não desejaria?


— Fiz uma breve inspeção do seu carro. O que encontrei confirma boa parte do que você disse. Há tinta preta na lateral esquerda, indicando que o carro que bateu no seu era mesmo preto.


— O que prova que não sou daltônica.


— Também descobri que a janela do motorista estava quebrada. O vidro estilhaçou seguindo um modelo de estrela. Não é o que eu esperaria de um capotamento.


— A janela já estava quebrada, quando saí da estrada.


— Como sabe?


— Lembro-me de ter sentido os estilhaços batendo contra meu rosto. Foi assim que consegui estes cortes. Foi antes de meu carro capotar.


— Tem certeza? — Poncho fitou-a. — Absoluta?


— Claro. Faz alguma diferença?


Ele soltou o ar devagar.


— Faz muita diferença. E explica o que encontrei no interior de seu carro.


— O que exatamente você encontrou? — Anahí perguntou perplexa.


— Estava na porta do passageiro, a que ficou prensada contra a árvore. A lataria estava muito amassada. Foi por isso que os outros policiais não perceberam. Mas eu encontrei o que procurava, pois sabia que estaria por ali.


— Encontrou o quê?


— Um buraco de bala.



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Autor(a): letiportilla

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Dedicado à kikaherrera! Anahí sentiu o sangue gelar em suas veias. Não era capaz de falar, ou mover-se. Permaneceu sentada em silêncio, chocada pelo impacto das palavras de Poncho. Ele continuou a falar em seu tom direto e calmo. Ele não é humano, pensou Anahí. É uma máquina. Um robô. — A bala dev ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:05:03

    Hainnnnnn
    Acabou com o casamento *--*
    Que lindo...serio amei essa adaptação...muito boa.
    Obrigado por naum abandonar e sempre postar...amei a web de verdade.
    Parabensss
    E quero ler a nova *-*
    beijoooo

  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:57

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:51

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:45

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:39

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:19

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:13

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  • jl Postado em 18/09/2010 - 00:04:08

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