Fanfic: Sempre Unidos ©

Ficamos conversando um bom tempo no quarto, cada uma em sua cama. Até
porque, as aulas só começariam no dia seguinte, para todos se adaptarem logo ao
colégio. Não tinha com o que nos preocupar.

Dulce: E aí Barbie, tem namorado? – ela suspirou, eu não entendi o porquê.

Anahí: Ah Ruiva, só ficantes mesmo... Sabe, eu sou do tipo de garota que
sonha em que um dia irá encontrar seu príncipe encantado... Que um dia ele irá
me levar para bem longe, e construiremos juntos uma família. E que eu o ame, e
o principal, que ele corresponda o meu amor. Por favor, não ri.

Dulce: Rir? Nunca Any!

Anahí: É que eu sei que isso é coisa de criancinha, que sonha com um príncipe
em um cavalo branco e tal...

Dulce: Não Any! Não acho que seja coisa de criança, até porque, o que você
disse foi lindo. E mesmo que seja coisa de criança, e daí? Quem liga? É a SUA opinião, o SEU ponto de vista! Entende?

Anahí: Entendo sim. Que bom que você não riu de mim! E você? Aposto que tem vários pretendentes, né não? Coooonta amiga!

Dulce: Ah Any... Os garotos que me cantam, todos são uns idiotas. Acham que
mulheres não pensam, só servem para uma coisa e pronto! Eu sei que nem todos os
garotos são assim, mas os que me cantam são assim sim. Uns galinhas, não estão
nem aí para os sentimentos dos outros! E também... – suspirei – Acho que meu
destino é solteira mesmo, haha... – tentei falar parecendo que fosse
brincadeira, mas não deu pra esconder minha tristeza.

Anahí: PÁAARA TUDO! Como assim, Candy? Você? Sozinha? Engana-me que eu gosto!
Haha... – eu estava de cabeça baixa pensando e sentada na minha cama; percebi
que a Any estava vindo em minha direção, ela sentou-se do meu lado na cama e me
perguntou – Dul, o que foi? Percebi que você ficou meio tristonha quando eu
toquei no assunto... Se quiser desabafar, eu tou aqui, viu? Mas se não quiser,
eu compreendo, é um assunto que só diz respeito a você e mais ninguém.

Dulce: Tudo bem, Any... Guardar isso só irá me fazer mal mesmo... – dei uma
pausa e suspirei, falei tudo o que tinha acontecido comigo, TUDO! – Isso
aconteceu há três anos atrás, eu tinha uns 13 anos. Eu sei que eu era muito
jovem para amar, sei disso, mas eu era apaixonada pelo meu namorado, muito
apaixonada! E ele demonstrava que também era... Mas, eu percebi que as
aparências enganam... – a esse ponto eu já estava com o rosto encharcado de lágrimas,
não queria ter que chorar por causa dele, não mais! Mas as lágrimas insistiam
em cair – Um dia eu o peguei me traindo com a minha “melhor amiga”, ele disse
que nunca me amou... Que me queria apenas para se divertir, para passar o
tempo. Humilhou-me... Mas eu também dei o troco, e na mesma moeda. Inventei que
ele era chifrudo e beijei o melhor amigo dele na frente dele. Mesmo assim, ele
não sentia nada por mim, então nem ligou só os amigos dele ficaram zoando... Mas,
eu me decepcionei muito. Muito mesmo! Passei três dias no meu quarto apenas
chorando e sem comer e beber. Mudei-me de escola...

Eu já não conseguia mais falar, eu estava aos prantos relembrando a cena. Eu
jurei a mim mesma, que NUNCA mais iria chorar por ele. Eu jurei, e eu não podia
quebrar uma promessa daquelas.

Anahí: Amiga, chora! Chorar faz bem, depois você vai se sentir muito melhor
por ter chorado, ter desabafado, ter despejado tudo o que você sentia aqui! – e
apontou para o meu coração.

Dulce: Mas eu jurei que nunca mais ia chorar por ele...

Anahí: E está mais do que certa! Uma pessoinha acolá, me disse que lágrimas
de certas pessoas como eu, são preciosas e que não se devem desperdiçá-las por
pessoas que não merecem esse sofrimento. Então, eu digo o mesmo pra você. Não
chora mais por ele, tá? E olha, nem todos os garotos são assim, você diz que
sabe, mas eu sei que não... Talvez você tenha medo de gostar de algum outro
garoto de novo. Mas... Não acabe com a sua vida por isso, amiga. Você sabe que
aquela coisa, porque ele não merece ser tratado como uma pessoa, não merece e
nem nunca merecerá um pinguinho de tristeza sua! Então, concorda? – eu assenti
e nós nos abraçamos.

Acabei com a tristeza, Any estava certa em tudo o que falou. Pra esquecer
aquilo, fomos para fora do colégio. No jardim estavam todos os alunos. Sentamos-nos
na grama e ficamos conversando lá, por muito tempo. De vez em quando vinha um
garoto se oferecer pra pegar alguma coisa ou pra mim ou pra Any. Era hilário,
assim que o garoto saía, eu e ela nos matávamos de rir.