Fanfic: Sempre Unidos ©

E quando menos eu pude perceber, já estava o beijando apaixonadamente. O
beijo era calmo, lento, um explorava a boca do outro. Por que quando eu estou
perto dele me sinto tão segura? E por que é tão difícil admitir que... Eu...
Sinto, talvez... Alguma coisa por ele? Talvez seja por que eu tenha medo de
apaixonar-me como já fiz, e novamente, me magoar. Lembranças – que eu queria
muito esquecer – vieram em minha mente, flashbacks... Abri meus olhos do beijo,
meus olhos lacrimejaram, não! Eu não podia apaixonar-me mais uma vez, e
magoar-me novamente... Eu já não agüentava mais sofrer. Christopher era apenas
meu amigo, e só isso! Separei-me bruscamente do beijo, ele olhou-me assustado.  Eu levantei-me rapidamente, e levei minha mão à
boca. Lágrimas rolavam pelo meu rosto. Eu apenas gritei um “NÃO!”, e corri em
direção ao meu quarto. Bati a porta com toda a força, sentei-me em minha cama e
pus-me a chorar. Eu queria evitar, mas talvez já não tivesse mais nada o que
evitar. E talvez, talvez, o pior já poderia ter acontecido: eu estar
loucamente apaixonada por Christopher Alexandre Luis Casillas Von Uckermann.
Chorei mais, não, não podia! Eu tinha que esquecê-lo... Mas, como? Ele era meu
amigo, meu “hermanito-bebê”... Eu o veria todos os dias, nós estudamos na mesma
droga de internato, na mesma sala! Lanchamos juntos, cantamos juntos... E por
vezes, ele e os garotos vêm dormir aqui nesse quarto. Seria impossível esquecer
seu sorriso, seus olhos, sua boca, sua cara de bebê... Simplesmente, seria
impossível esquecê-lo. E também seria impossível não decepcionar-me novamente,
não sofrer a mesma dor que sofri há anos atrás. Eu não era nada dele, apenas
amiga, ele poderia ficar com quem quisesse, e eu teria que agüentar... Sofrer
calada.

“Se for pra amar e não ser correspondida, é melhor você não amar. Porque
esse amor, apenas te traria dor, sofrimento, e um vazio no coração. Por isso, não
ame ninguém que não a ama, e olhe ao redor, você verá que não está sozinha no
mundo, e que tem muitas pessoas que lhe amam.”. E foi com esse pequeno texto na
cabeça, que eu adormeci, vencida pelo cansaço.

Acordei com uma droga de barulho insuportável! “Ah, claro, só podia ser o
despertador...”, falei abrindo os olhos lentamente e olhando fixamente para o
despertador, e logo depois para o nada. Lembrei-me da noite anterior, do beijo
com o Christopher, dos meus sentimentos em relação ao mesmo, das lembranças que
infernizavam minha vida, do choro, da dor... Deixei uma lágrima cair e rolar
por minha face, logo a enxuguei. Eu estava martelando que sentia alguma coisa
por Christopher, mas não... Claro que não sentia! Com certeza era apenas uma
atração boba, e nada mais... Levantei-me sem muita disposição, percebi que as
meninas continuavam dormindo, decidi não acordá-las. Fui tomar um banho, mas
antes me olhei no espelho. Suspirei. Havia passado a noite chorando e como conseqüência,
ganhei um belo par de olheiras enormes! Meu rosto estava inchado também. Mas
com um belo banho e um pouco de maquiagem, ficaria melhor. Entrei no chuveiro e
optei por tomar banho com água gelada, queria afastar todos os meus pensamentos
e ver Christopher apenas como meu melhor amigo. Mas, por que diabos meu coração
acelerava em somente pensar nele e minha cabeça o via apenas como meu irmão? Afinal,
quem era o certo? Eu queria vê-lo apenas como o Christopher que eu sempre
conheci, mais... Que droga! Eu não conseguia vê-lo apenas como meu amigo, eu o
via mais que isso. Eu o via mais do que um acompanhante na música, eu o via
mais do que aquele galinha, eu o via mais do que o garoto insuportável por quem
eu por vezes briguei, eu o via mais do que aquele simples garoto que sempre
sorri para mim, aquele que sempre implica comigo, aquele que sempre me faz
sorrir, aquele que eu simplesmente... Amo! A quem eu realmente quero enganar? A
mim mesma? Eu o amo! Sempre o amei! E, eu não tenho culpa... Não tenho que
culpa de meu coração acelerar ao vê-lo, não tenho culpa de sentir uma imensa
alegria ao senti-lo tão próximo de mim, não tenho culpa se sinto paz quando
estou perto dele. Não tenho culpa de ter me apaixonado por ele. Eu não mando no
meu coração, ninguém manda. E o ruim, é que eu tenho que amá-lo calada. Pois
sei que ele não me ama, e talvez, isso nunca aconteça.