Fanfic: Sempre Unidos ©

Christopher: Precisamos conversar... – falou ainda me olhando. Argh, aquilo
estava me incomodando profundamente!

Dulce: É... – foi a única coisa que saiu. Falei olhando pro chão, já não
conseguia olhá-lo nos olhos. Ele ficou mais um tempo olhando-me, e depois sentou-se
em sua cadeira. Fiquei pensando em tantas coisas... até que o sinal bateu, e o
professor e o resto dos alunos entraram na sala. A aula estava passando, e eu não
conseguia concentrar-me em
nada. Eu não estava bem, mas não era por causa de
Christopher. Senti uma dor no meu coração, seguida por um a enorme tontura. Meu
coração doía, doía muito. Eu tentava esconder meu mal-estar, mas não conseguia.
Eram dez e meia da manhã, e estávamos ainda na terceira aula. Não, eu não agüentaria
ter que esperar até as aulas acabarem. Mas, por que meu coração doía tanto? Ele
recebia pontadas fortes, agudas. Lágrimas escorriam sobre meu rosto, fechei
meus olhos e me veio na cabeça uma imagem de meus pais. Abri meus olhos
rapidamente. Meus pais... Será que alguma coisa havia acontecido com eles? Não,
não poderia ter acontecido nada com eles... Limpei as lágrimas que insistiam em
cair, ainda bem que ninguém da sala havia percebido. Olhei para o lado e vi
Any, ela estava do mesmo jeito que eu, massageando o peito e percebi marcas de
lágrimas em seu rosto. Estranhei. Por que tínhamos essa ligação tão forte? E
agora, eu estava sentindo esse mal-estar, e ela aparentava estar sentindo o
mesmo. Tornei novamente a fechar os olhos, e novamente veio cenas em minha
cabeça, cenas em que estava eu e meus pais. Lágrimas caiam, e eu não sabia o
porquê. Até que levantei a mão e chamei:

– Professor! – chamei ainda com as lágrimas escorrendo em meu rosto. Mas,
alguém havia falado junto comigo. Olhei para o lado e vi Any com a mão
levantada e olhando para mim, um pouco confusa. Algumas lágrimas caíam de seus
olhos, e ela com certeza deve ter percebido as minhas. Falamos para o professor
que não estávamos nos sentindo bem, o professor estranhou por nós duas termos
ido juntas e tudo, mas liberou e deixou-nos irmos para a enfermaria. Saindo da
sala, perguntei para ela:

Dulce: O que você tem, Any? – perguntei tentando limpar as lágrimas que caíam,
mas elas não paravam – Droga! – resmunguei.

Anahí: Não sei, Dul... Tou sentindo uma dor... muito forte no coração, e tou...
chorando sem mais nem... menos! – falou com a voz embargada, e entre soluços.

Abracei-a, e disse que estava sentindo o mesmo. Estranhamos mas deixamos
isso para lá. Fomos até a enfermaria, e lá nos examinaram. Disseram que não tínhamos
nada, perguntamos sobre a dor no coração e ela disse que deveria ser só
imaginação e nos passou um remédio para mal-estar. Saímos de lá e fomos para o
pátio, o recreio já havia começado. Avistamos todos sentados em uma mesa,
limpamos nossas lágrimas, mas não forçamos um sorriso. Ainda estávamos mal, não
dava nem para disfarçar. Chegamos lá e nos sentamos.

Fercho: E aí, espertinhas? – perguntou sorrindo Fercho, eu e Any nos olhamos
estranhando – Vocês são umas danadinhas! Fingindo mal-estar só pra não assistir
aula... – e riu. Eu ia falar alguma coisa, mas Any foi mais rápido.

Anahí: Não fingimos nada, Fercho. – o sorriso dele desvaneceu-se, e todos
ficaram confusos.

Dulce: Nós estávamos realmente nos sentindo mal. – nesse momento Poncho
abraça Any preocupado, fazendo um monte de perguntas, ela apenas deita sua
cabeça no ombro dele e deixa algumas lágrimas escaparem – Motivo? Não sei. Sinceramente,
não sei! Eu senti uma dor horrível no coração, e algumas lágrimas teimavam em
cair do meu rosto. Cara... Sinceramente não sei o motivo! – falei com a voz
embargada e olhando pra baixo, Fercho que estava do meu lado me abraçou, e eu
deixei as lágrimas saírem.

Maite: E você, Any? – perguntou Mai, preocupada.

Anahí: Isso é muito estranho! Eu tou sentindo o mesmo que a Dul... – após um
tempo ficamos conversando mais sobre isso, a dor já havia passado. Pelo menos
de minha parte, sim. Depois de um tempo conversando, eu e a Any conseguimos rir
um pouco, e o Christopher me chamou pra conversar. Pedi licença pros outros e
fomos até um banco afastado do pátio. Assim que nos sentamos, ele começou a
falar.

Christopher: Eu... Queria te pedir desculpas, pelo... Beijo. – falava olhando
pros meus olhos, assim como eu pelos dele.

Dulce: Não precisa... – falei olhando pra baixo – Já te falei: um beijo só acontece
duas pessoas quiserem. Só não acontece isso se for uma tentativa de estrupo, aí
é diferente! – falei arrancando uma risada dele. Aquela risada rouca... Ahh!

Christopher: Eu... Queria saber por que você saiu ontem de lá correndo
daquele jeito? – perguntou meio receoso. Lágrimas queriam sair ao lembrar-me do
quê eu descobri, mas eu não podia chorar na frente dele.

Dulce: Ahn... Não foi... nada... – falei tentando forçar um meio sorriso,
mas foi em vão.

Christopher: Nada? Sério? – riu irônico – Por favor, Dul, fala... – percebi que
ele ainda mirava-me, mas minha visão era para o chão, meu rosto estava escondido
por trás dos meus cabelos, e eu já não podia evitar as lágrimas. E por mais que
eu as limpasse, elas insistiam em cair – Meu Deus, você tá chorando? Dul, o que
você tem? – perguntou demonstrando preocupação, levantei minha visão e o mirei.

Dulce: Quer... mesmo... saber a verdade? – falei entre soluços. Ele assentiu
com a cabeça, e limpou minhas lágrimas, eu apenas fechei os olhos. Mas logo
depois os abri -  A verdade Christopher, é
que eu me apaixonei por você. – eu já não tinha mais controle sobre mim mesma,
aquela frase saiu impulsivamente. Eu nunca teria dito aquilo a ele! Como ele
iria reagir? Aquilo iria acabar com a nossa amizade... Levantei-me rapidamente
do banco, ainda chorando – Meu pior erro! – e corri para bem longe, passei
pelos outros e ainda pude ouvir eles me chamando. Mas eu corri mais, e acabei
parando no mesmo lugar em que ele me beijou, tropecei e caí.

E por lá me ajeitei, e comecei a chorar. “Meu pior erro...”, essa frase continuava
ecoando na minha mente. Aquela parte do jardim era tão afastada de tudo, não
tinha ninguém lá. Apenas eu, e minha dor. Deitei-me no mesmo local em que nós
dois estávamos, e eu por alguns segundos pude sentir novamente o gosto de sua
boca. Toquei meus lábios, e fiquei por lá. O que mais faltava acontecer? Eu já
havia revelado a ele o que eu sentia, como iríamos nos olhar agora? O que seria
do grupo? O GRUPO! Era hoje o resultado... Os meninos já deviam ter ido
olhar...

Dulce: Não tou com cabeça pra isso... – falei deitada e olhando para o nada.
Fiquei lá por um bom tempo...

Aula? Eu já nem me lembrava mais que tinha! E por ali, acabei adormecendo...
Acabei sonhando com o Christopher. Eu estava dormindo nesse mesmo local, ele se
aproximava e ficava me olhando, deitado do meu lado. Passou um bom tempo assim,
sussurrando coisas que eu não entendia. Até que ele se aproximou mais e me deu
um selinho. O sonho parecia tão real, eu podia jurar que senti o gosto de seus
lábios por um instante. Depois desse sonho, acabei despertando. Abri meus olhos
lentamente, e espantei-me com o que vi.