Fanfic: Sempre Unidos ©

Chegamos ao quarto e a porta estava meio aberta, concluímos que a outra
garota havia chegado. Estávamos certas. A menina tinha cabelos longos e
compridos, azul-escuros. Realmente, ela era muito bonita!

Maite: Oi... – disse visivelmente tímida.

Dulce/Anahí: Oi! – dissemos em coro e sorrindo.

Dulce: Prazer; sou Dulce, mas pode chamar de Dul, Candy, Ruiva... O que
quiser! – sorri e ela também – Essa loira aqui é a Anahí, mas pode chamar ela
de Any, Barbie, Loira O.

Maite/Anahí: Loira O.?

Dulce: É, Loira Oxigenada! Haha. – nós três rimos e Any bateu no meu braço.

Anahí: Então, tem algum apelido? Gostou do colégio? Quer ser minha amiga?
Qual seu signo? Qual sua cor favorita? O que você gosta de comer? Qual sua
altura? – eram tantas pergunta que a Maite ficou até confusa, e eu morrendo de
rir com as perguntas da Any. Ela queria saber tudo sobre a garota!

Maite: Hãn... Meu apelido é Mai, mas pode ser também Morena. Gostei. Claro!
Peixes. Dourado. Er... Comida mexicana. Um metro e sessenta. – ela falava
contando as respostas no dedo, eu quase morro de rir.

Dulce: Ai Any! Só você mesmo! Ela quer saber sua vida todinha, Mai! Posso te
chamar assim, né?

Maite: Claro! – sorriu, e deitou-se em sua cama.

Any foi tomar banho e a Mai foi na secretaria, resolver umas coisas... Tirei
o meu inseparável caderninho de minha mala. Não, não era um diário. Eu tinha
aquele caderno desde que aconteceu aquela desilusão amorosa, enfim, eu ganhei
no meu aniversário de uma tia minha quando eu fiz 14 anos. É aqui que eu crio músicas.
Ninguém nunca soube, nem meus próprios pais. Era um segredo meu. Não sei por
que eu nunca contei pra ninguém... Sei lá, talvez fossem rir de mim... Mas eu
amava cantar – por mais que eu não cantasse muito bem – e escrever músicas. As
músicas eram como poemas para mim; e era naquele caderninho que eu desabafava, todas
as minhas tristezas, mágoas, decepções... e minhas alegrias, meus sonhos,
minhas esperanças...

Eu já estava escrevendo outra música, quando alguém chega ao quarto. Eu nem
percebi, estava muito concentrada na música.

– O que é isso? – eu me assustei e rapidamente fechei o caderno. Era a Mai. –
Duul? O que é isso? Desculpa a curiosidade, se não quiser mostrar não precisa. –
e sorriu.

Eu suspirei. Iria mostrar para ela meu caderninho, mas iria mostrar para ela
e para Any. Seria injusto deixá-la de fora.

Dulce: Tudo bem Mai... Mas espera a Any terminar o banho, ok? – ela apenas
assentiu e sentou-se em minha cama – Que horas são flor?

Ela olhou no relógio que estava em seu pulso e falou:

– São quatro e vinte e cinco da tarde.

Dulce: Brigada. – assim que eu termino de falar, Any aparece. Ela estava
simples, com uma blusa branca e um short jeans um pouco acima dos joelhos, e
uma sandália rasteirinha.

Maite: Êêê! Finalmente! Anda Candy, fala, fala! – eu ri porque a Mai
realmente estava curiosa.

Anahí: Afe! Tou sobrando! Dona Dulce María, falar o quê hein? Que amiga, nem
conta nada pra mim!

Dulce: Hahaha, ciumenta. Pro seu governo, eu estava esperando a senhorita
Anahí Puentes Portillo para falar pra vocês duas o que eu ia falar.

Anahí: Acho bom! – e sentou-se ao lado da Mai na minha cama.

Dulce: Então, isso é um segredo meu! Não vai sair daqui, ok? – as duas
colocaram dois de seus dedos em forma de cruz em suas bocas – Sim, a Mai viu eu
com um caderninho e perguntou o que era, esse caderninho aqui – peguei um
caderno que estava atrás do travesseiro – eu tinha desde os meus 14 anos... É
nele que eu faço minhas músicas.

Sabia que elas iam falar alguma coisa, como por exemplo, perguntar se eu
realmente fazia músicas. Mas eu fui mais rápida e as interrompi:

– Sim Any e Mai, eu faço músicas. Quando eu me decepcionava, quando eu
ficava triste, quando eu ficava alegre, quando eu tinha decepções... Eu nunca
contava a ninguém, nem as minhas amigas mais íntimas... – suspirei e abri o
caderno – Era uma coisa só minha e desse caderno, ele é como um diário, só que
em vez de eu contar como foi o meu dia, eu escrevo canções de como estou me
sentindo. Se quiserem ver, peguem. Mas, por favor, não riam das canções. Sei
que não são as melhores do mundo, mas todas elas foram uma forma de me
expressar. Meus sentimentos estão aí! – dei o caderno para as duas.

Mai e Any viram as músicas, uma por uma... Tinha umas tristes, outras bem animadas!
Nas animadas elas curtiam, dava pra ver; e nas tristes... Acho que ela pegava
um pouco da dor da música. Até que elas chegaram em uma, umas das mais tristes
que eu escrevi, era Inalcanzable. Elas pediram para as duas cantarem juntas. Abri
um sorriso, percebi que elas haviam gostado, e claro, aceitei. As meninas
cantaram sem nenhum instrumento, apenas com suas vozes.

Me siento tan distante y
tan cerca a la vez
Descifrando tu silencio
Y entonces me imagino dentro de tu piel
Pero pierdo en el intento

Y por más que busco darte
amor
Nunca te fijas en mí
Si supieras que puedo morir por ti, por ti...

Inalcanzable
Como estrella tan distante
Un amor casi imposible
Invisible como el aire
Eres tan inalcanzable
Tan sublime como un ángel
Un amor casi imposible
Como fuego que no arde
Te me has vuelto inalcanzable
Inalcanzable

Pervivo en la vereda de tu
soledad
Cuando alguien te lastima
Qué ganas de decirte que no hay nadie más
Que te ame sin medida

Cómo duele verte suspirar
por quien no te hace feliz
Si supieras que puedo morir por ti, por ti...

Inalcanzable
Como estrella tan distante
Un amor casi imposible
Invisible como el aire
Eres tan inalcanzable
Tan sublime como un ángel
Un amor casi imposible
Como fuego que no arde
Te me has vuelto inalcanzable
Inalcanzable

Inalcanzable
Como estrella tan distante
Un amor casi imposible
Invisible como el aire
Eres tan inalcanzable
Tan sublime como un ángel
Un amor casi imposible
Como fuego que no arde
Te me has vuelto inalcanzable
Inalcanzable

Inalcanzable
Inalcanzable
Inalcanzable...

Maite: Dul... Essa música é linda... Todas as suas músicas são lindas! – uma
lágrima caiu do rosto de Mai, enquanto Any já estava aos prantos.

Anahí: Essa música... Aliás, todas as músicas que... você fez... – falava entre
lágrimas e soluços – ela passa sua alegria e também sua dor, é como se desse
pra sentir a mesma coisa que você sentiu ao fazer essa música... – lágrimas já
rolavam pelo meu rosto - Foi depois daquilo?

Eu assenti com a cabeça, com as lágrimas teimando em sair ainda. Maite
estava perdida, então lhe contei toda a história. E então fizemos uma promessa,
uma promessa que eu nunca esqueci.

Dulce: A partir de hoje, somos melhores amigas. E nada, nada mesmo nos
separará. Todos os segredos que contarmos umas para as outras, nunca sairão
daqui. Nunca! E se um dia brigarmos por coisas tolas, vamos nos lembrar dessa
promessa. E voltaremos a ser as melhores amigas de sempre, que nada e nem ninguém
separará. – eu falava de olhos fechados, e as lágrimas percorriam meu rosto – Não
magoaremos umas as outras, nunca deixaremos ninguém machucar uma de nós... Essa
promessa nunca será quebrada, nunca! – não consegui mais falar nada, e as
meninas me abraçaram, e eu abri meus olhos – Eu amo vocês...

Maite/Anahí: Também te amamos! – e todas nos abraçamos. Cadê aquela
adolescente rebelde? Que fugia de casa para ir para a balada? Que brigava com
os pais? Aquela menina que não acreditava no amor depois de tudo? Que não
acreditava mais em amizades? Ela nunca existiu... Era só pura fachada, para
esconder a garota sensível, que acreditava no amor, que amava seus pais, que
fazia músicas para desabafar o que estava sentindo. É, sou eu.