Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Annie, ao ver o rosto contrariado de Poncho, sentiu muita pena dele.

• -Você não acha, Annie, que meu irmão é o melhor marceneiro que você conhece?


• -Acho. Acho, sim. Ele é um excelente profissional.


• -E você conhece outros marceneiros? - a garota quis saber.

• -Vários. E realmente nunca encontrei nenhum como Poncho.


• -Viu só que elogio, maninho? Com toda certeza você não vai dormir à noite de tanta satisfação.


• -Não seja boba, Beth.


• -Não estou sendo boba - a garota se defendeu, com um sorriso nos lábios. - Apenas estou dizendo a verdade.


• -Não sou tão bom marceneiro assim.


• -Mas é claro que é! - Beth falou num tom mais alto de voz e completou: - Você é o melhor que eu conheço!


• -Não vá começar tudo de novo, Beth - Poncho pediu.


• -Não, chega de brincadeira. Se continuar brincan­do com você, com toda certeza vai construir uma jaula para mim.

Beth voltou a se aproximar do berço.

• -Mas ela parece mesmo um anjo. - A garota se inclinou para beijar o rostinho de Kate. -E que perfume... A mocinha tem um cheiro delicioso. É alguma loção, Annie?


• -Não, é um sabonete infantil que comprei numa loja ontem.


• -Você precisa me dar o nome da loja e do sabonete. Também quero o meu filho bem cheirozinho. Mas me diga: teve notícia da mãe da Kate?


• - O advogado me telefonou ontem para me avisar que ela entrou com o pedido de custódia.


• - Isso é muito ruim. Meu Deus, por que será que essa moça foi mudar de idéia?


• - Susy é praticamente uma criança. E está que­rendo que Kate seja criada por um casal.


• - Mas isso é uma grande besteira dessa garota. Tenho certeza que você criaria muito bem esse anjinho sozinha.


• - Eu também acredito nisso, mas...


• - Você não pode desistir, Annie. Tem que lutar pela Kate até o fim. Essa criança merece o melhor. E acre­dite em mim: a felicidade de uma criança não está no fato de ser criada por um casal.


• - A Beth tem toda razão - Poncho concordou.


• - Não se sinta culpada por ser solteira - Beth acon­selhou. - Afinal, existem milhões de casais que não deveriam sequer pensar em colocar uma criança no mun­do. O que uma criança precisa é de muito amor.


• - É verdade... - Poncho voltou a concordar.


• - Por que não telefona para Susy? Tente conven­cê-la que Kate ficará muito bem com você. Diga a ela que já a ama como se fosse sua filha.


• - Não sei, acho que ela jamais iria me ouvir.


• - Então, Annie, por que não arruma um marido? Se você se casasse, tudo iria ficar bem mais fácil. Nenhum juiz iria lhe negar a adoção.


• - Não acho essa idéia razoável, Beth. Não posso ir me casando assim, sem mais nem menos. Casamento é um passo muito sério.


• - Adoraria poder ajudá-la, Annie. Mas não tenho a menor noção do que fazer. Se essa moça morasse aqui, poderia tentar falar com ela...


• - Susy é muito imatura, ela é mesmo uma criança.


• - Bem, já vou indo. - Beth deu um beijo no rosto de Annie e depois foi beijar o irmão. - Estou torcendo para que tudo dê certo.


• - Obrigada, Beth, você é um amor de pessoa.


• - Você também é um amor de pessoa. Você não acha que Annie é um amor de pessoa, Poncho? - Beth perguntou com um sorriso nos lábios.


• - Claro. Claro que sim.


• - Eu sabia! - Beth saiu e um enorme silêncio pairou sobre Annie e Poncho.


• - Bem, vou voltar ao trabalho. Se precisar de al­guma coisa é só me chamar.


• - Obrigada, Poncho.

Ao chegar em casa naquele dia,         Annie  estava muito confusa. Em um dado momento, durante a conversa que tivera com Beth e Poncho, uma idéia lhe passara pela cabeça. E agora a idéia passara a atormentá-la:

-    Afinal, Poncho e eu somos solteiros. Se ele se dis­pusesse a me ajudar, talvez tudo estivesse resolvido.
- Aflita, ela passou a mão pelo rosto. - Não, isso é loucura. Não dá, não dá mesmo!

Annie  foi até o quarto para ver se Kate estava bem. Depois se dirigiu ao banheiro e ligou o chuveiro. Após ter se despido, entrou sob a água quente e continuou falando sozinha:

-    Mas se eu não fizer o impossível, não vou conseguir ficar com Kate. E isso é o pior que pode me acontecer. Não quero e não posso me separar de Kate. Se eu tivesse a garantia de que ela poderia ter uma vida melhor daquela que posso lhe proporcionar, até pensaria em me conformar com a idéia de perdê-la. Mas quem garante que o casal que adotá-la pode fazê-la feliz? Quem me garante que essas pessoas terão mais amor do que eu para dar a ela? Não, eu não posso renunciar, tenho que lutar. Só que, por mais que tente me convencer do contrário, sei que é uma luta que já está praticamente perdida.

Annie terminou o banho, vestiu uma roupa bem quentinha e voltou para o quarto.

- Como eu gostaria de dormir assim, com tanta tranqüilidade... - Ela fez uma leve carícia no rostinho de Kate. - Se soubesse como eu adoro você, minha querida...

Com lágrimas nos olhos, Annie foi para a cozinha pre­parar a mamadeira de Kate. E, de repente, começou a rezar, começou a pedir a Deus que a iluminasse e lhe indicasse um caminho para que pudesse ficar para sempre com a filha.