Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Annie e Poncho estavam sentados à mesa de um restaurante.

• - Será que ela vem?


• - Calma, Annie.


• - Está difícil manter a calma.


• - Como ela é?


• - Quem? - Annie o fitou meio desentendida.


• - A Susy. Como ela é fisicamente?


• - Linda: alta, loira, de olhos bem azuis. Parece uma princesa. - Annie abaixou a cabeça e continuou: - Será, será que não seria melhor para Kate ser criada pela própria mãe?


• - Mas ela disse que não pode criar a menina, não disse?


• - Disse.


• - E então? Por que essa conversa agora?


• - Não sei, estou me sentindo muito confusa. Sinto-me uma negação como mulher. Sinto-me uma mulher incompleta.


• - Só porque não pode gerar um filho?


• - Só? - Ela o fitou um tanto agressiva. - E acha isso pouco?


• - Acho que já lhe disse que mãe é aquela que cria uma criança.


• - Eu sei, mas na prática é diferente. Se pudesse gerar um filho meu, não estaria vivendo essa situação.


• - Se hoje alguém chegasse e lhe dissesse que pode gerar um filho, você desistiria de Kate?


• -De maneira nenhuma. Para mim ela é minha filha.


• -Então, pare de pensar besteira. Pare com essa história de se sentir uma mulher incompleta. Você é uma pessoa cheia de qualidades.


• -É... Sou uma pessoa cheia de qualidades que não pode gerar um filho.


• -Por que, para vocês mulheres, é tão importante assim gerar um filho?


• -Não sei lhe explicar. E algo muito pessoal. Ne­nhuma palavra que eu diga vai explicar a sensação de vazio que sinto dentro do peito.

Os dois continuaram conversando e não perceberam quando Susy entrou no restaurante.

A garota se aproximou da mesa onde os dois se en­contravam sentados e disse, com uma certa timidez:

-   Annie?

Annie levou o maior susto.

• -Susy? Como vai você? Não a vi entrando.


• -Eu percebi, você estava muito entretida conver­sando com...


• -Poncho - Poncho completou-lhe a frase. - Poncho Gray. Ele é um grande amigo. Poncho, está é Susy, a mãe de Kate.


• -Muito prazer, Susy. Por favor, sente-se.


• -Você é advogado? - a moça perguntou preocupada.


• -Não, não sou advogado.


• -Poncho só veio para me fazer companhia, se quiser que ele saia para podermos conversar...


• -Não, ele pode ficar. Você não trouxe o bebê?


• -Não, a irmã de Poncho ficou tomando conta dela.


• -Que pena... Meu namorado me emprestou o carro para que eu viesse até aqui. Trouxe vários presentes para Kate.


• -Sinto muito, não pensei que quisesse vê-la.


• -Quero, sim. E como está ela?


• -Forte e saudável. Hoje ela está meio resfriadinha.


• -E Kate engordou?


• -Engordou, sim. O pediatra, na semana passada, ficou espantado com o desenvolvimento dela. Tenho algumas fotografias de Kate aqui comigo. Quer vê-las?


• -Quero, quero, sim.

Trêmula, Annie abriu a bolsa e entregou várias foto­grafias à Susy.

• -Mas ela está linda! Onde você tirou as fotografias?


• -No quarto.


• -Kate tem um quarto só para ela?


• -Tem, sim.


• -Que maravilha! Minha filha, que acabou de nas­cer, tem um quarto só para ela. E eu, com quinze anos, nunca tive um só para mim. - Susy agora olhava uma outra fotografia. - E essa manta? Quem deu para ela? Que coisa mais linda!


• -Foi um presente de Poncho.


• -Que presente mais lindo! E esse berço? Onde foi que você arrumou?


• -Também foi um presente do Poncho. Ele mesmo fez o berço.


• -Você fez um berço lindo como esse? - a garota perguntou, espantada.


• -Fiz, sim. Eu faço móveis.


• -Pelo jeito a minha filha é muito amada por vocês todos - Susy disse com muita tristeza.


• -De fato, ela é muito amada por todos nós.


• -Mas ela saiu da minha barriga, é minha filha.


• -Claro que é - Annie sentiu um nó na garganta. - E estou muito feliz por você ter deixado que ela ficasse comigo.


• -Gostaria de poder criá-la. Gostaria de poder vê-la crescer. Mas não tenho a menor condição. Mesmo as­sim, me sinto muito culpada por ter me separado dela.

Susy voltou a rever as fotografias.

• -Ela é mesmo uma gracinha... Você sempre tira fotografia dela?


• -Sempre. E assim que acaba o filme, mando re­velar. Tem um fotógrafo bem ao lado da minha casa.


• -Você me dá uma dessas fotografias?


• -Mas é claro que dou. Se quiser, pode ficar com todas.


• -Obrigada. - Susy beijou uma das fotos. - Você sabia que meu pai voltou a morar com a minha mãe?


• -Não, eu não sabia.


• -Pois ele voltou. E disse que agora nunca mais vai embora.


• -Seu pai sabe sobre Kate?


• -Sabe, eu contei para ele.


• -É mesmo? - Annie continuava muito trêmula. - Que reação ele teve?


• -Meu pai não gostou nada de saber que eu tive Kate, mas não fez muito escândalo. Só que ele me disse que não vai dar para a gente criá-la. - Susy deu um profundo suspiro. - Eu estive pensando muito em ficar com ela, sabe? Mas a gente é muito pobre. Minha filha não teria uma vida-boa, confortável. Mas meu pai também me disse que não dá para Kate ficar com uma mulher solteira.


• -Não acha que estou cuidando bem da Kate? - Annie perguntou, aflita.


• -Está, está, sim. Mas uma criança também precisa de um pai.


• -Será que precisa mesmo? - Poncho perguntou, com bastante ceticismo.


• -Precisa. Se meu pai tivesse ficado sempre com a minha mãe, tenho certeza que a minha vida hoje seria diferente. Uma criança precisa de uma família.


• -Mas Kate e eu somos uma família - Annie protestou.


• -Não é a mesma coisa.

Annie estava ficando desesperada. E viu que nada, nada que dissesse à Susy iria demovê-la da idéia de que Kate precisava de um pai.

• -E preciso resolver logo essa situação.


• -Susy, eu...


• -Não posso imaginar minha filha sem um pai - Susy interrompeu Annie e começou a chorar. - É muito ruim não ter um pai sempre presente. Vou ter mesmo que dá-la a um casal.


• -Meu Deus... - Annie sentiu que não tinha mais argumento para convencer a garota que Kate seria muito feliz ao lado dela.


• -Susy, quanto a isso você não precisa ficar preo­cupada. Sua filha vai ter um pai - Poncho afirmou.


• -Vai? - a garota olhou para ele meio desentendida.


• -Vai, sim.


• -Quem? Quem vai ser o pai da minha filha?


• -Eu. Eu vou ser o pai de Kate.