Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Ao ouvir aquilo, Annie estremeceu.

- Você e Annie... - Susy olhou para os dois meio desconfiada. - Vocês vão se casar?

• - Nós somos muito bons amigos. E estarei sempre por perto quando Kate precisar de mim.


• - Não pensei que fossem tão amigos assim.


• - Mas nós somos muito amigos. Annie, inclusive, tra­balha para mim.


• - E por que ainda não se casaram?


• - Porque estamos muito satisfeitos com a relação que temos.


• - E por que você não me disse isso antes, Annie? - a garota perguntou.


• - Annie não queria comentar nada com ninguém. - Foi Poncho quem respondeu com muita tranqüilidade. - Já foi um choque muito grande para o irmão dela saber que adotou uma criança.

Annie sentia que, a qualquer momento, poderia desfalecer, tamanho era o nervosismo que estava sentindo. Se continuasse com aquele tipo de conversa, estaria mentindo e a mentira poderia, de repente, se voltar contra ela e acabar impedido a adoção.

-   Seu irmão não sabia que ia adotar uma criança?- Susy perguntou, espantada.

• -Não - Annie respondeu. Pelo menos aquilo era a mais pura verdade.


• - E os seus pais? O que eles disseram?


• - Meu pai faleceu. E minha mãe mora no exterior.


• - E sua mãe ainda não sabe sobre Kate?


• - Ainda não me comuniquei com ela.


• - E a sua mãe não vai ficar brava com você?


• - Não, quanto a isso pode ficar tranqüila.

-Você não contou para mais ninguém sobre a adoção?

• - Não, eu...


• - Annie insistiu que não deveríamos contar para nin­guém. - Poncho esfregou de leve o ombro de Annie.

Ao ver aquele gesto de carinho, Susy ficou um longo tempo observando os dois em silêncio.

Annie, por sua vez, tentava fazer de tudo para se mos­trar mais à vontade. Mas estava muito difícil.

• - Bem, se vocês dois vierem a se casar... - a garota interrompeu a frase, avaliando a situação.


• - Mesmo que eu me case, terei que adotar uma criança - Annie disse.

Poncho, muito à vontade, colocou um dos braços sobre os ombros de Annie  e comentou:

• - Sempre digo à Annie que quero o melhor para ela. E qualquer decisão que venha a tomar eu concordarei.


• - E por que até hoje não se casou, Annie? - a garota quis saber.

"Meu Deus... Estou sentindo que entrei num beco sem saída. Poncho não podia ter feito isso. Bem, a única coisa que posso dizer a essa menina é o motivo real pelo qual ainda não me casei até hoje."

• - Bem, Susy, a decisão de me casar nunca foi muito fácil.


• - Por quê?


• - Porque, como já lhe disse, não sou fértil. E os homens querem filhos.


• - Mas você deveria ter me dito tudo isso antes. Deveria ter me contado tudo quando eu lhe disse que queria que a minha filha tivesse um pai. Quer dizer... Você poderia ter me dito que talvez um dia viesse a se casar. Teria feito muita diferença para mim. E ainda faz muita diferença. - Susy fez uma pausa e depois continuou: - Bem, se você dois ficarem juntos, mesmo que eu mude de idéia, poderão adotar uma outra crian­ça. Vai ser a mesma coisa.

"Não, não vai ser a mesma coisa!", Annie teve vontade de gritar. "Como essa garota pode falar uma besteira dessa? Será que não entendeu que eu amo Kate do fundo do meu coração, será que ela não entendeu que Kate para mim é única?"

• -É isso aí: vocês poderão adotar uma outra criança - Susy sentenciou.


• -E você, de qualquer maneira, sempre vai poder ter um outro filho. Eu, infelizmente, não.

Annie  sentiu que Poncho apertava-lhe o ombro como se a avisasse que não deveria ir por aquele caminho.

-   Vocês se apegaram muito à garota - Susy concluiu.

• - Muito, eu me apeguei muito a ela.


• - E deve estar sendo muito sofrido viver essa si­tuação. Para mim está sendo terrível. Às vezes quero ficar com Kate. Só que eu sei que não tenho mesmo a menor condição de criá-la. Foi muito duro para mim me separar dela.


• - Eu imagino... - Poncho parecia muito aflito. A con­fusão da garota era muito grande. Pelo jeito ela não sabia direito o que queria.


• - Se eu ficasse com a minha filha, vocês poderiam adotar outra criança.


• - Poderíamos, sim. Mas pelo que a Annie me disse, isso só aconteceria daqui a uns oito anos.


• - Demora tanto tempo assim?


• - Demora. E eu não posso esperar tanto tempo. Estou com trinta anos. Por favor, Susy, não faça isso comigo. Deixe eu continuar com Kate. Eu adoro a sua filha. Se ainda você tivesse a certeza de ficar com ela, eu renunciaria. Mas há pouco você disse que não tem condição de criá-la, e antes disse que a doaria a um casal.


• - É... Eu estou muito confusa.


• - Sei que está confusa e sei também que a sua situação é extremamente delicada e difícil. - Annie co­meçou a chorar. - Mesmo assim eu lhe peço: se vai mesmo doar Kate, por favor, doe-a a mim.


• - Calma, calma, querida... - Poncho disse e passou a mão pela cabeça de Annie.

"Querida? Meu Deus, ele insiste em continuar re­presentando uma situação que não existe. Será que Poncho não percebe que isso pode estragar tudo? E eu não posso falar com ele sobre isso agora. Se falasse, aí, sim, Kate jamais ficaria comigo. Tenho que me con­trolar. Não posso tomar nenhuma atitude intempestiva agora. Querida... Era só essa que me faltava!"

-   Você quer comer alguma coisa, Susy? - Poncho sugeriu.

• -Comer? - a garota o fitou meio desconfiada.


• -É. Se quiser comer alguma coisa, sinta-se à von­tade para pedir.


• -Vocês estão a fim de comer? - Susy quis saber.


• -Nós já almoçamos.


• -Eu também já almocei, mas comi pouco.


• -Se quiser, pode almoçar de novo. - Poncho indicou o cardápio.


• -Esse restaurante deve ser muito caro.


• -Eu pago a conta.


• -Bem, se é assim, vou pedir alguma coisa para comer.