Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Susy tinha feito o pedido e agora comia com muito apetite.

"Ela estava com fome. Com toda certeza, ainda não tinha almoçado. Meu Deus, que tipo de vida Kate vai ter se Susy resolver ficar com a filha? E bem capaz de passar fome... Mas eu não posso fazer nada, não posso pressionar mais a Susy. Ela ainda é tão criança, tão inexperiente. Adoraria continuar criando Kate. Fa­ria de tudo para que isso acontecesse. Mas Susy é a mãe dela. É ela que tem que se decidir. Mas seria uma grande injustiça se um casal qualquer adotasse a minha criança querida, a minha filhinha do coração. Sim, porque Kate é a minha filha do coração. Eu não a gerei, mas o amor que sinto por ela é bem maior do que tudo que já senti nesse mundo."

• -Quer comer mais alguma coisa? - Poncho perguntou, ao ver que Susy tinha terminado de almoçar.


• -Posso pedir uma sobremesa?


• -Claro que pode.


• -Então, vou querer sorvete e salada de fruta.


• -Sorvete com o frio que está fazendo? - Poncho estava espantado.


• -Eu adoro sorvete no frio.

Poncho acenou para o garçom e, em seguida, Susy fez o pedido. Quando a sobremesa chegou, Annie pediu li­cença para ir até ao toalete.

Ao se levantar, sentiu que mal conseguia se susten­tar nas pernas. Mesmo assim, ela se encaminhou para o toalete. Ao chegar lá, sentou-se numa poltrona.

"Que pesadelo. Isso é um grande pesadelo. Um pe­sadelo do qual jamais vou acordar. Susy está muito confusa. Ela não sabe direito o que quer. Pelo que pude entender, além do namorado, o pai a está in­fluenciando muito na decisão. E eu só tenho a oferecer muito amor à filha dela, que já considero minha filha. E me sinto muito humilhada. Se fosse uma mulher normal, nada disso estaria acontecendo. Mas o destino quis que a encontrasse naquele dia lá no consultório do ginecologista. Eu deveria ter imaginado que algo semelhante pudesse acontecer. Eu deveria, sim! No início fiquei com muito medo. Não tinha certeza se era ou não capaz de cuidar de uma criaturinha tão frágil. Mas quando vi Kate pela primeira vez, todas as minhas dúvidas desapareceram e logo senti que era capaz de remover montanhas por ela. E agora... Oh, Meu Deus! Me ajude! A minha vida está nas mãos de uma adolescente confusa. Mas mesmo assim ela é a mãe verdadeira de Kate. Não deve ter sido nada fácil para ela carregar um bebê na barriga por nove meses e depois dá-lo a uma estranha. Tenho certeza que, se a situação financeira da família dela fosse diferente, Susy jamais daria a filha. Ela ficou toda apaixonada quando viu as fotografias de Kate. Pensei até que fosse chorar."

Annie inspirou profundamente e se levantou.

"Tenho que voltar para a mesa. Poncho pode resolver dizer mais besteiras para ela e eu não quero que isso aconteça!"

Ao chegar à mesa, aparentando uma calma que estava longe de sentir, Annie sentou-se e perguntou:

• - A sobremesa estava boa?


• - Estava, sim. Fazia tempo que eu não experimen­tava um sorvete de chocolate tão gostoso.


• - Que bom...

E Annie não soube mais o que dizer.

• - Estive pensando - a garota disse.


• - Em quê? - Annie perguntou.


• - Eu não tenho culpa que você já tem trinta anos e nem tenho culpa por você não poder ter filhos.

"Não, Susy, não continue a falar comigo desse jeito. É crueldade demais", Annie pediu em pensamento.

• - Eu não tenho culpa mesmo.


• - Mas é claro que você não tem culpa - Annie disse, baixinho.


• - E estive pensando também que a minha filha está bem melhor sob os seus cuidados.


• - E ela está. Está, sim, muito bem sob os meus cuidados.


• - Mas quando estou ao lado do meu pai, tenho certeza que minha filha também vai precisar de um.


• -Estarei sempre ao lado dela - Poncho falou sem nenhuma hesitação.


• -Não quero que a minha filha sofra o que eu sofri.


• -O sofrimento faz parte da vida, querida - Annie estava emocionada. - Ninguém pode impedir que outra pessoa sofra. Mas no que estiver ao meu alcance, farei tudo para que Kate seja a criança mais feliz do mundo. E quero que saiba de uma coisa: eu amo aquela coisinha fofa com toda a força da minha alma e do meu coração.


• -Eu sei, eu sei que você a ama. - Os olhos da garota se encheram de lágrimas. - E acredite, Annie, não estou tentando ferir você.


• -Acredito no que está falando. E não sei mais o que lhe dizer para que deixe Kate comigo.


• -Você ganha muito dinheiro com o seu trabalho?


• - Ganho o suficiente para ter uma vida muito confortável.


• - E você cursou uma universidade?


• - Cursei, sim.


• - Eu também quero fazer uma universidade. E es­tou pensando em arrumar um emprego. Quem sabe, assim, eu termino os meus estudos.


• - E o que você gostaria de estudar? - Annie per­guntou interessada.


• - Não sei... Às vezes acho que quero ser diplomata. De repente, morro de vontade de ser advogada.


• - As duas carreiras são muito bonitas.


• - Mas para isso vou precisar de muito dinheiro.

- Dinheiro é sempre o grande problema que se in­terpõe entre uma pessoa e o seu sonho.

• - Não entendi o que você disse, Annie.


• - Bem, o que eu disse é que sem dinheiro a gente não consegue realizar os nossos sonhos.


• - Isso é verdade. - A garota se levantou. - Já estou indo embora.


• - Mas...

-   Eu preciso ir embora. Obrigada pela comida.
Sem dizer mais uma só palavra, Susy se retirou do restaurante.