Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Assim que entraram no carro de Poncho, Annie perguntou com muita raiva:

-   Como teve coragem de fazer aquilo?

• -O que foi que eu fiz? - ele perguntou com a cara mais inocente do mundo.


• -O que você fez? E ainda tem coragem de pergun­tar? Você fez de tudo para que a garota acreditasse que nós estamos envolvidos emocionalmente, que nós...


• -E nós não estamos?


• -Só trabalho para você. Isso é tudo!


• -Annie, do jeito que as coisas estão indo, você tem que agir rápido para não perder Kate. Só estava ten­tando ajudá-la.


• -Eu apenas trabalho para você. Isso não lhe dá o direito de interferir na minha vida, nem de complicá-la ainda mais. Não existe nenhum tipo de compromisso entre nós dois. E você fez de tudo para que Susy pen­sasse ao contrário.


• -Calma, mulher! Só estava tentando ajudar.


• -Eu dispenso esse tipo de ajuda.


• -Nunca pensei que fosse tão brava.


• -Eu sou. Quando precisa eu sou, sim, muito brava.


• -Estou vendo.


• -Você fez de tudo para que Susy acreditasse que nós dois vamos nos casar.


• -E que mal há nisso?


• -Não é justo para com a Susy.


• -Espere um pouco! Agora você está sendo injusta comigo. Se aquela garota concluiu que nós vamos nos casar, o problema não é meu.


• -Poncho! Você ouviu o que acabou de dizer?


• -Ouvi. E continuo afirmando que o problema não é meu. Aquela garota está absurdamente confusa. Ela não tem a menor idéia do que fazer. E não acho justo que ela tire Kate de você.


• -Susy é muito jovem. Não deu para perceber que ela também está sofrendo muito?


• -Mas é claro que deu para perceber. Mas na minha opinião você está sofrendo muito mais que ela. E estou muito chateado, Annie, eu apenas deixei claro que estou disposto a fazer o papel de pai para Kate.


• -Tenho certeza absoluta que não foi isso que a Susy entendeu.


• -O que está querendo? - Poncho não fazia questão de esconder a impaciência. - Está querendo que ela leve Kate embora?


• -Mas é claro que não!


• - Então, está querendo que ela doe a criança a qualquer um.


• - Não, você sabe muito bem o que quero. Só que eu não posso ficar prometendo à Susy algo que não vai acontecer. Ela saiu do restaurante pensando que você vai estar sempre presente na vida de Kate.


• - A vida não nos oferece garantia, Annie. Ninguém pode garantir que estará para sempre na vida de outra pessoa. Os casais se separam, as pessoas mor­rem. E Susy já tem idade suficiente para saber disso.


• - Mas eu não posso deixá-la acreditando que você sempre estará por perto.


• - Tudo bem, isso é opinião sua. Mas será que não percebe o que aquela menina está fazendo com você? Por que ela pode, de repente, mudar de opinião, fazer a sua vida virar um inferno, e você não pode fazê-la acreditar que eu estarei sempre por perto?


• - Ela não passa de uma criança e está sofrendo muito com essa confusão toda.


• -E você? Você não está sofrendo?


• -Estou, estou sofrendo muito e você sabe disso. Mas quero que as coisas sejam feitas da maneira certa.


• -Essa menina está agindo de maneira muito es­tranha. Acho que está transferindo as necessidades que tem para Kate.


• -Como assim? Não entendi?


• -É ela quem precisa de um pai, não deu para perceber? Pelo que pude entender, o pai dela não é lá essas coisas. Hoje, pelo jeito, é a volta do pai que a está influenciando


• -Coitada... Tenho muita pena dela.


• -E acha que eu não tenho? Mas também tenho muita pena de você. E de Kate também: ela merece a segurança que pode dar a ela! E, no que me diz respeito, você é a mãe de Kate. Está na hora de também começar a pensar assim.

Annie balançou a cabeça de um lado para o outro e disse:

• -Por mais que você fale, Poncho, por mais que argu­mente, Susy continua sendo a mãe de Kate.


• -No que me diz respeito, Annie, você é a mãe de Kate.


• -Daria para fazer o favor de parar com isso?


• -Por quê? Por que eu devo parar? Você me con­venceu que é a mãe dela. Para mim, vocês duas são uma família.


• -Mas não somos o que Susy quer.


• -Por isso acho que deveria me aceitar como uma espécie de pai postiço para Kate.


• -Imagine...


• -Sabe, Annie, desde que nós a colocamos no berço que construí, me sinto meio pai ela. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer, mas aconteceu. E acho que devo fazer algo a respeito.


• -Sinto muito, mas Kate é responsabilidade minha. Nunca imaginei que você poderia se sentir res­ponsável por ela.


• -Mas eu me sinto.


• -Não deveria ter lhe pedido que me acompanhasse ao restaurante. Você perdeu muito tempo.


• -Esqueça isso. Acompanhei você até lá porque quis.


• -Que tal, então, ligar esse carro? Precisamos voltar para o trabalho.


• -Certo. Mas fique sabendo que estou muito ma­goado pelo fato de estar me excluindo da vida de Kate. - Ele ligou o carro e partiu.