Fanfics Brasil - Capitulo 6 Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)


Capítulo: Capitulo 6

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Durante todo o trajeto até a Station, os dois se mantiveram calados. Poncho, profun­damente irritado com tudo o que havia acontecido, não sabia o que falar, nem como agir. Ao chegarem, ainda havia tentado dizer alguma coisa, mas ela tinha ido di­reto para a casa de Beth, sem lhe dar a menor atenção.


Mais irritado ainda, Poncho se dirigira à oficina e co­meçara a fazer uma cômoda para um cliente do Texas. Mas só ficou trabalhando por dez minutos. Meio sem jeito, se dirigiu à casa da irmã, com a desculpa de querer saber um número de telefone.


Beth, como sempre, o recebeu muito bem. Mas Annie se mostrou irredutível.


Para se safar daquela situação constrangedora, Poncho convidou o sobrinho para correr. O garoto, que o ado­rava, aceitou o convite imediatamente. E os dois foram até um parque que ficava nas proximidades.



  • - Por que a Annie chegou lá em casa chorando? - o garoto quis saber, quando haviam parado para des­cansar um pouco.

  • - Por que ela está com muito medo de perder Kate - Poncho respondeu.

  • - Perder?

  • - É, Tyler. Perder. A mãe verdadeira de Kate não quer que a garotinha seja criada por uma moça solteira.

  • - Não entendi.

  • -Bem, a mãe de Kate, que se chama Susy, não quer que a filha seja criada por uma mulher que não tem um marido.

  • -Mas a minha mãe não tem um marido. Meu pai morreu.

  • -Pois é...

  • -E minha mãe é uma pessoa muito boa. Todo mun­do gosta dela. Ela me dá comida, me leva para a escola, me ajuda com as lições. Por que a Annie não pode criar Kate sozinha?

  • -Eu acho que ela pode, sim. Acontece que a mãe de Kate não acredita que isso seja possível.


-    Por que a Annie pegou Kate para criar, tio Poncho?
Poncho se surpreendeu com a pergunta feita pelo garoto e pensou muito bem na resposta que iria dar. Depois da hesitação, resolveu ser sincero com o sobrinho:


-    Porque ela não pode ter um filho.



  • -E por que ela não pode ter um filho? - Tyler havia perguntado com muita tranqüilidade. - Só por­que ela não tem um marido?

  • -Não, não é por causa disso.

  • -Então, eu não entendi. Pensei que ela não pudesse ter um bebê só porque não tem um marido.

  • -Não, Tyler. A Annie não pode ter um bebê, porque tem um problema de saúde.


Depois de ouvir aquilo, Tyler ficou muito interessado no assunto.



  • -Ela está doente? A Annie vai morrer?

  • -Não, querido, ela não vai morrer.


 



  • - Mas você disse que ela tem um problema, um problema...

  • - De saúde - Poncho completou-lhe a frase.

  • - Então! Se ela tem isso que você disse, ela vai morrer. E eu não quero que a Annie morra. - Os olhinhos do menino se encheram de lágrimas.


Com paciência e usando as palavras adequadas, Poncho explicou ao sobrinho o que acontecia com Annie.



  • -Então, ela não vai morrer - Tyler estava aliviado.

  • -Não, não vai.

  • -Coitada dela - Tyler disse, condoído. - Então, foi por isso que ela chegou lá em casa chorando.

  • -Foi, sim.

  • -Você acha que eu posso falar com a mãe de Kate, tio? Posso dizer a ela que a Annie é muito legal.

  • -Acho que não vai dar, Tyler.

  • -Por quê?

  • -Esse é um assunto muito delicado. Se as duas não conseguirem resolver a situação, um juiz decidirá com quem vai ficar a criança.


-E o que é um juiz? - Tyler quis saber.



  • -Um juiz é um homem que estudou muito e que pode decidir com quem Kate tem que ficar.

  • -Eu acho que Kate devia ficar com a Annie.

  • -Eu também acho.

  • -Por que você não diz isso à Annie?

  • -Eu já disse. - Poncho passou a mão pela cabeça do garoto.

  • -Então, por que você não diz isso também ao... - Tyler parou um pouco para pensar e, em seguida, per­guntou: - Como é mesmo o nome do homem que es­tudou muito?

  • -Juiz.

  • -Então, tio, por que você não vai dizer para ele que a Annie é muito legal?

  • -Por que eu não posso.

  • -Devia poder.

  • -É verdade, também acho que deveria poder. Mas, infelizmente, não pode.

  • -Quer dizer que a mãe de Kate acha que ela deve ter um pai.

  • -E isso mesmo.

  • -E a Annie não é casada. - Agora era Tyler quem parecia estar pensando muito em cada palavra, antes de emiti-la em voz alta.

  • -Exatamente.

  • -Se a Annie fosse casada ela poderia ficar com Kate?

  • -Podia, podia, sim.

  • -Tio, por que você não casa com a Annie?

  • -Bem eu...

  • -Você não é solteiro? - Tyler perguntou muito compenetrado.

  • -Sou, sou solteiro.

  • -Então... A Annie é solteira, você é solteiro. É só você casar com ela. Aí, Kate não vai embora.

  • -A coisa não é tão fácil assim, Tyler.

  • -Por que não é tão fácil? É só casar.

  • -Para duas pessoas se casarem elas precisam se amar.

  • -Mas eu amo muito a Annie. E amo você também. E também amo a minha mãe e Kate.


Poncho riu das palavras que o sobrinho tinha acabado de pronunciar.



  • -Casamento é coisa séria, garotão.

  • -Meu pai casou com a minha mãe, não casou?

  • -Casou, sim.

  • -Eu não lembro do meu pai, tio.

  • -Você é muito parecido com ele.

  • - Minha mãe vive me dizendo isso. - O garoto deu uma risadinha e continuou: - Minha mãe também vive dizendo que eu sou chato como ele.

  • - Sua mãe é muito brincalhona.

  • - Eu sei. Eu adoro quando ela ri alto. Parece que tem alguém fazendo cócegas nela.

  • - Sua mãe é realmente uma pessoa muito alegre.

  • - Mas, às vezes, ela também chora. Ela diz que tem saudades do meu pai.

  • - Os dois se amavam muito.

  • - Você também chora, tio?

  • - Quando estou muito triste, eu choro, sim.

  • -Tem um menino lá na escola que disse que homem não chora.

  • -Isso é besteira, Tyler.

  • -Outro dia, eu bati a cabeça na parede e não chorei. - Tyler levou a mão no local em que tinha batido a cabeça. - Doeu muito, eu queria muito chorar, mas eu não chorei.

  • -Só porque o seu colega lhe disse que homem não chora?

  • -Foi.

  • -Pois saiba, garotão, que qualquer ser humano pode e deve chorar. As lágrimas fazem muito bem.

  • -Fazem bem? - Tyler, intrigado, olhava para Poncho.

  • -Fazem, fazem, sim.

  • -Mas eu pensei...

  • -Pode ficar tranqüilo, Tyler. Mesmo se você chorar um balde de lágrimas todos os dias, você vai continuar sendo homem.

  • -É mesmo? - Tyler parecia aliviado.

  • -É mesmo. - Poncho voltou a passar a mão sobre a cabeça do sobrinho.

  • -Ia ser muito engraçado eu chorar um balde de lágrimas todos os dias. - Ele pensou um pouco e depois perguntou rindo: - Um baldinho ou um baldão?

  • -Um balde do tamanho que você quiser.

  • -Então, eu quero um baldinho. Eu ainda sou criança.


Poncho riu da maneira simples que o sobrinho se expres­sava. E teve que concordar com o que Annie havia lhe dito um dia. Sim, ele via agora que estava fazendo o papel da figura masculina na criação de Tyler. E se perguntou o porquê de não ter se atentado antes para o fato.


"Talvez no fundo, eu também acredite que homem não deva chorar... E isso é algo muito ruim, muito castrador."



  • -Por que você ficou quieto tio?

  • -Porque estava pensando.

  • -Em quê?

  • - Sabia que você é muito curioso, garotão?

  • - Sabia. Minha mãe também vive me dizendo isso. Mas em quê você estava pensando?

  • - Na vida.

  • - E a vida é muito bonita, não é? A minha profes­sora sempre diz que a vida é muito bonita. - Tyler que estava sentado num banco, ao lado de Poncho, se levantou e perguntou: - Você me dá dinheiro para eu comprar...

  • - Chocolate? - Poncho o interrompeu. - De jeito ne­nhum! Se comer chocolate agora, você não vai jantar.

  • - Não, eu ia pedir dinheiro para comprar uma flor para a minha mãe, lá na barraquinha. - Tyler apontou.

  • - Se você quer dinheiro para comprar uma flor para a sua mãe, tudo bem. -Poncho enfiou a mão no bolso e entregou uma nota ao garoto. - Espero você aqui.

  • - Vai continuar pensando na vida, tio?

  • - Vou.

  • - Certo. - Tyler se afastou, sob os olhar cuidadoso de Poncho.



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Autor(a): Bela

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"É muito estranho o que está acontecendo comigo. E tudo começou quando fiquei sabendo que Annie estava adotando uma criança. De repente, dei para pensar no meu passado, na vida terrível que tive, coisa que sem­pre fiz questão de ignorar. Foram tempos muitos di­fíceis, tempos de privação, escassez e m&aacu ...


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Comentários da Fanfic 229



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  • kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:44

    Linda a web amei.

  • kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:44

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  • kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43

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  • kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43

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  • kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43

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  • kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43

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  • jl Postado em 22/08/2010 - 19:35:34

    AAAAAAAaa

    Que lindo *----*

    Muito bom essa web. Obrigado por transcrever :)

  • jl Postado em 22/08/2010 - 19:35:28

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