Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Na manhã seguinte, quando Annie chegou para o tra­balho, Poncho viu que ela estava com olheiras profundas. Os dois se cumprimentaram e ela foi levar Kate para a casa de Beth.

"Tenho certeza que Annie não dormiu bem", ele pen­sou. "Mas eu também quase não dormi essa noite. Será que Annie ficou muito chateada por causa do beijo? Mas foi apenas um beijo. Um beijo, nada mais..."

Ao voltar, Annie trocou algumas palavras com Poncho e foi para o seu local de trabalho.

Poncho, que terminava de montar uma cama toda tor­neada, nada disse. Porém, ficou a manhã inteirinha pensando no que tinha acontecido no dia anterior e em como seria a sua vida, caso começasse a se rela­cionar de maneira séria com  Annie.

Por volta do horário do almoço, dizendo que preci­sava resolver alguns negócios, ele saiu. E ficou rodando pela cidade.

Depois de um rápido almoço, decidiu entrar num cinema. Mas não prestou a menor atenção no filme.

No final da tarde, resolveu voltar. Ao entrar na Station, Annie a estava falando ao telefone.

• - Algum problema? - ele quis saber, assim que ela desligou o aparelho.


• - Não, nenhum problema. Apenas um cliente que­rendo saber o preço de uma sala de jantar.


• - E surgiu algum problema enquanto estive fora?


• - Nada que eu não pudesse resolver.


• - Você é muito eficiente.


• - Obrigada.

A situação entre os dois estava muito constrange­dora. Poncho tinha vontade de tomá-la nos braços e bei­já-la. Mas a timidez o impedia.

• - O dia foi muito agradável hoje - ele comentou, por não saber o que dizer.


• -Realmente, o dia foi muito agradável - Annie concordou.


• -Eu... - ele hesitou. - Eu estive pensando...


• -Em quê?


• -Bem, Annie, não sei se deveria tocar nesse assunto, mas acho que nós dois precisamos conversar.


• -Sobre o quê?


• -Sobre o que está acontecendo conosco.

Annie sentiu um friozinho percorrer-lhe o corpo. Mas manteve-se calada.

• -Estou me sentindo como um idiota. Não sei como abordar o assunto com você. - Ele inspirou profun­damente. - Mas acho que nós dois temos tudo a ver um com o outro.


• -Você acha mesmo? - Annie perguntou, baixinho.


• -Eu acho, sim. Mas não quero que fique brava comigo.


• -Não estou brava com você, Poncho.


• - Mas pode ficar com o que eu vou lhe dizer. - Ele inspirou profundamente e perguntou: - Você sente alguma atração por mim?


• - Seria uma grande mentirosa se lhe dissesse que não - ela respondeu, em voz baixa.


• - Eu também me sinto atraído por você. E acho que deveríamos nos casar. Aí, tudo estaria resolvido: ninguém mais poderia impedi-la de ficar com Kate.


• - Não sei se essa seria a solução.


• - Annie, eu amo muito a Kate. Adoraria me tornar o pai dela.

Annie pensou um pouco e disse:

-    Tudo bem, eu aceito o seu pedido.

Poncho que tinha a mais absoluta certeza que iria de­morar muito para convencê-la, mal podia acreditar no que acabara de ouvir.

• - Bem, então agora existem alguns detalhes que precisamos deixar bem claros.


• -Detalhes? - Ela o fitou meio desentendida.


• -Exatamente. Já que concordou em se casar co­migo, quero que venha morar aqui na minha casa.


• -Morar aqui? Mas eu pensei que...


• -Annie, entenda, estou muito contente em me tornar o pai da Kate. E também estou muito contente em me tornar o seu marido. Mas não quero que o nosso casamento seja só de aparência. Quero um casamento de verdade.


• -O que você está querendo dizer com um casa­mento de verdade? - ela perguntou meio ressabiada.


• -Quero que... bem... - Ele não sabia como abordar o assunto. - Para ser sincero, Annie, quero que a gente também se relacione sexualmente. Já está mais do que na hora de eu ter uma companheira.

Annie estava muito confusa. Mesmo assim, respondeu:

-    Combinado, teremos um casamento de verdade.
Agora quem estava confuso era Poncho.

• - Mas pode ficar sossegada, não vou apressar nada e nem fazer nada que não queira.


• - Eu confio em você, Poncho. E nós dois somos adultos, saberemos nos comportar de maneira civilizada.

"Não estou entendendo o que Annie está querendo di­zer, mas vou ficar quieto."

• - Você quer mesmo que eu venha morar aqui na sua casa?


• - Quero, sim. Fica mais fácil para nós dois.


• - Acho que é o mais certo a fazer. Temos que ser lógicos, objetivos.

"Lógicos e objetivos? Será que Annie está pensando que estamos discutindo tática de futebol?"

• - Já que aceitou o meu pedido, gostaria que mar­cássemos a data.


• - Para mim tanto faz.


• - Mas...


• - Que tal em junho? - ela resolveu sugerir.


• - Em junho? Estava pensando em nos casar em maio.


• - Então, está combinado: nos casamos em maio.

"O que foi que deu nessa mulher? Ela está fria, distante. E está encarando o nosso casamento com mui­ta displicência!"

• -Em que dia de maio? - Poncho quis saber.


• -Você decide.


• -Mas Annie, gostaria que você escolhesse o dia.


• -Que tal no último sábado de maio? Aí, teremos um pouco mais de quinze dias para os preparativos.


• -Certo. Vou falar com o padre e pedir que marque o nosso casamento.


• -Padre? - ela perguntou espantada. - Pensei que só fossemos nos casar no civil.


• -Não, também quero me casar no religioso.


• -Você quer que eu me vista de noiva?


• -Eu adoraria.


• -Então, eu me visto.

"Não acredito. De repente, Annie está parecendo uma outra pessoa."

• -Você quer avisar alguém sobre o nosso casamento?


• -Apenas o meu irmão.


• -Só o seu irmão?


• -Só o meu irmão.


• -Tem certeza que não quer convidar mais ninguém?


• -Tenho, sim. - Ela deu um profundo suspiro. - Mas quero lhe fazer uma pergunta.


• -Pode fazer.


• -Por que resolveu se casar comigo?

Poncho, que não esperava por aquela pergunta, pensou um pouco antes de responder:

-    Acho que já passou da hora de eu constituir uma família.

-    Só isso?
Ele sorriu.

• - Sabe, um dia apareceu uma moça aqui na loja, oferecendo seus serviços contábeis. Eu, que estava pre­cisando de um contador, aceitei a oferta. E não me arrependi. Essa moça se mostrou muito competente e de muita confiança. Quando me dei conta, estava fa­zendo um berço para a filhinha dela. E adorei fazer aquele berço. Só que o berço me mostrou que eu não podia mais continuar um solteirão. Aí, resolvi pedir essa moça em casamento.


• - Oh, Poncho, você é o melhor amigo do mundo. E gostaria de poder fazer por você um décimo do que está fazendo por mim.


• - Você também é uma excelente amiga e já fez muito por mim.


• - Eu? - Ela o fitou espantada. - Eu nunca fiz nada por você.


• - Não? - Poncho sorriu. - Mas é claro que fez. Você trouxe Kate para cá. E Kate, para mim, funcionou como um raio de luz que iluminou a escuridão em que eu vivia. Kate é luz, é vida, é esperança num futuro melhor.


• - Você não existe, Poncho. Não sei como até hoje está solteiro.


• - Acho que estava esperando por você e pela Kate.


• - É verdade?


• - Pode acreditar. E que tal, agora, nós selarmos o nosso compromisso?


• - De que jeito?


• - Assim! - Ele a puxou para junto de si e a beijou com desejo.


• - Me desculpe, eu... - Beth que tinha entrado na sala, parou estupefacta. - Não acredito! O que está acontecendo aqui?