Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)
No carro, a caminho do hotel, que ficava a oitenta quilômetros de White Star, Annie e Poncho se mantinham em silêncio. Os dois estavam se sentindo muito constrangidos.
"E estranho, muito estranho isso tudo. De repente, quando dei por mim, estava casada com Poncho. Ele, desde o primeiro momento que o conheci, me despertou algo que não sabia explicar a mim mesma. E, com o passar do tempo, descobri que aquele sentimento era amor. Nunca na minha vida senti nada semelhante por outro homem. Mas nós praticamente quase não nos tocamos. Estou me sentindo totalmente inadequada, com a sensação que, se não fosse por causa da Kate, ele jamais se casaria comigo."
O silêncio se mantinha entre os dois, mas os pensamentos de Poncho também corriam soltos:
"Por quê? Por que não tive coragem de dizer à Annie que eu a amo? Com toda certeza, está pensando que me casei com ela por causa da Kate. Mas não foi por causa da Kate. Depois que a vi conversando com a Susy naquele restaurante, a grande atração que sempre senti por ela se transformou em algo mais forte, se transformou em amor. E eu nunca a toquei de maneira mais íntima. Como será que vai ser a nossa lua-de-mel? Eu tenho que ir com muita calma. Se Annie não quiser fazer amor comigo, não posso apressá-la. Tenho que respeitar o ritmo dela. Mas o desejo que estou sentindo é grande demais. Se ao menos pudéssemos conversar abertamente sobre essa situação que estamos vivendo, tudo seria muito mais fácil. Se eu tivesse a coragem de lhe dizer que a amo... Não, não posso continuar em silêncio. O silêncio só vai fazer aumentar o constrangimento que existe entre nós dois!"
- -O que você achou da festa?
- -Foi linda. A Beth caprichou em tudo. Não esqueceu um detalhe sequer.
- -Ela ficou muito feliz com a nossa união.
- -Beth me disse que podia jurar que você jamais se casaria.
- -Beth tinha razão para pensar assim.
- -Por quê?
- -Eu nunca tive uma namorada de verdade na vida.
- -Nunca? - ela perguntou espantada.
- -Nunca. Sempre me senti extremamente rejeitado, cheio de complexos.
- -Mas você é um homem muito bonito, Poncho.
- -Não basta ser bonito, Annie, a gente tem que se sentir bonito. E esse não é o meu caso.
- - Quando o conheci, eu o achei esnobe e muito senhor de si.
- - Insegurança. Esse meu jeito quieto, calado, não passa de pura insegurança.
- - Quem diria!
- - Pois é...
- - Acredite, Poncho, nunca poderia imaginar que você fosse um homem tímido.
- - Até que eu melhorei bastante. Houve época que eu passava dias sem conversar com ninguém.
- - Nem com os seus clientes?
- - Bem, com eles eu precisava conversar. Mas era extremamente lacônico.
- - E isso não os afastava?
- - Felizmente, não. Pelo jeito eles estavam interessados nos meus trabalhos e não nas minhas palavras. - Ele fez uma pausa e perguntou: - E você, Annie, teve muitos namorados?
- -Alguns.
- -Era de se esperar. Você é muito bonita.
- -Como você acabou de dizer, Poncho, não basta ser bonito: precisamos nos sentir bonitos.
Ele riu.
- -É verdade. Eu também nunca me senti bonita.
- -Como pode dizer uma coisa dessa?
- -E a mais pura verdade.
- -E alguns desse namoros que teve foi sério?
- -O último foi, sim. O nome do rapaz era John e até pensei em me casar com ele.
- -E por que não se casou?
- -John, descobri depois de um ano de relacionamento, era uma pessoa muito egoísta e imatura. Para ele o que importava era apenas a carreira.
- -E o que ele fazia?
- -John é ator.
- -Você morava em Hollywood...
- -Morava, sim. Mas não gostava muito da vida de lá. Para mim era uma vida muito superficial.
- -E por que vocês terminaram a relação?
- -Bem, eu queria uma família, filhos, e John queria a fama. Para consegui-la, ele não media esforços e fazia qualquer coisa. Um belo dia, eu o acompanhei até onde estavam rodando um filme, no interior do Arizona, num local onde não havia absolutamente nada. De repente, comecei a sentir muitas dores. - Ela deu um profundo suspiro. - Eu estava grávida e não sabia. Pedi ao John que me levasse a um médico. Mas ele, alegando que a cidade mais próxima ficava longe, nem se importou com o que eu estava sentindo. Se não bastasse, naquela noite, resolveu que iria seduzir a filha do diretor, que estava visitando as locações da filmagem, e me deixou sozinha no trailer. Desesperada, eu não sabia o que fazer. No meio da madrugada, sai para procurá-lo e o encontrei aos beijos e abraços com a moça. John não me viu. Aí, bati na porta do trailer da atriz principal, por sinal uma mulher muito famosa, e pedi ajuda.
- -E ela?
- -Ela não pensou duas vezes: pegou uma caminhonete e me levou para o hospital.
- -E o que estava acontecendo com você?
- -Eu estava abortando.
- -Que coisa mais terrível.
- -Infelizmente, a situação se complicou e eu tive uma forte infecção. Depois disso foi que o médico me disse que eu nunca mais poderia ter filhos.
- -E o John?
- -Nunca mais eu quis vê-lo. Aí, resolvi me mudar para White Star. Queria morar num lugar tranqüilo, onde pudesse viver em paz, apesar da minha dor.
- -E você já conhecia White Star antes?
- -Estive aqui com o meu pai e com a minha mãe quando era adolescente.
- -Seu pai já é falecido, não?
- -Infelizmente, sim. Ele faleceu há dez anos. Minha mãe se casou de novo e está morando no Japão.
- -No Japão? - Poncho perguntou espantado. - E você não se comunica com ela?
- -Raramente.
- -Por quê?
- -Não gosto do marido dela. Ele é um alto executivo e só pensa em dinheiro. É um homem completamente diferente do meu pai.
- -E como era ele?
- -Quem? Meu pai?
- -É. Como era o seu pai?
- -Meu pai era um homem fantástico. - Annie sentiu os seus olhos se encherem de lágrimas. - Tenho certeza que você gostaria dele.
- -Ele trabalhava com quê?
- -Meu pai era médico.
- -Médico? Jamais imaginei que seu pai fosse médico.
- -Era, sim. E dos bons. Meu pai era um homem muito respeitado pela comunidade médica.
- -E qual era a especialidade dele?
- -Neurologia.
- -E como foi que ele faleceu?
- -Meu pai faleceu em um acidente aéreo. Ele tinha ido a um congresso em Berlim. Depois do término do congresso, resolveu ficar dois dias em Paris para ver um paciente de um colega que havia encontrado em Berlim. O avião caiu.
- -Meu Deus, que tristeza!
- -Eu fiquei muito abalada com a morte do meu pai. Ele, além de um profissional renomado, tinha a alma de um artista. Era modesto, calado e adorava tocar piano.
- -E você aprendeu a tocar piano?
- -Aprendi, sim. - Ela sorriu de maneira triste. - Michael e eu aprendemos piano com ele.
- -Quer dizer que você é pianista? - ele perguntou, surpreso.
- -Não, eu não sou pianista. Apenas sei tocar um pouquinho.
- -E como foi que resolveu fazer contabilidade, Annie?
- -Bem, depois da morte do meu pai, me senti totalmente perdida. Comecei a ir mal na escola, a não me interessar por nada. Até que um dia, decidi que tinha que enfrentar a vida sem o meu pai. Terminei o colegial e...
- -Foi fazer ciências contábeis - ele completou-lhe a frase.
- -Também.
- -Também? Como assim, Annie?
- -Comecei a fazer ciências contábeis pela manhã e, à tarde, fazia arquitetura.
- -O quê? - Poncho não pôde conter o espanto. - Você estudou arquitetura?
- -Eu me formei em arquitetura.
- -Eu não acredito!
- -Pois pode acreditar: me formei em arquitetura e em ciências contábeis.
- -E...
- -Você está querendo saber o que aconteceu depois, não está, Poncho?
- -Estou.
- -Bem, no dia do baile da minha formatura de arquitetura, eu conheci o John, que já era um ator de uma certa fama em Hollywood. Larguei tudo e fui morar com ele.
- -Você é louca!
- Não, eu fui louca. Agora sei exatamente o que quero da minha vida.
- -E você morava onde?
- -Em Nova York. Nasci e fui criada em Nova York.
- -Estou espantado com essa história toda. Você nunca comentou nada sobre o seu passado.
- -Também sou uma pessoa calada e muito tímida, Poncho.
- -E acha que não sei disso? E depois do John? Não teve mais nenhum namorado?
- -Não, depois do John jamais quis me relacionar com outro homem.
Ao ouvir aquilo, Poncho estremeceu.
"E eu... Será, será que vou conseguir dar um pouquinho de felicidade à Annie? Será que fiz bem em me casar com ela? Afinal, o que eu sou? Um simples marceneiro e..."
- -Por que você se calou? - ela quis saber.
- -Nada, eu...
- -Por favor, Poncho, me diga a verdade. Ele pigarreou e resolveu dizer:
- - Tenho medo de decepcioná-la.
- - Você jamais vai me decepcionar.
- - Mas Annie, eu não estudei, eu...
- Poncho, você tem uma coisa muito rara hoje em dia: caráter. E isso, para mim, é a única coisa que importa. Você é um homem de verdade.
Os dois continuaram conversando e, com mais detalhes, ela contou a Poncho sobre o pai.
Autor(a): Bela
Este autor(a) escreve mais 37 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Ao chegaram ao estacionamento do hotel, estavam bem mais relaxados. Após terem se registrado no hotel, Annie e Poncho seguiram para a suíte. Diante da porta, após tê-la aberto, ele disse para Annie: -Estou com vontade de fazer uma coisa. -O quê? -Isso! - Ato contínuo, Poncho a ergueu nos braços e entrou na suít ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 229
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:44
Linda a web amei.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:44
Linda a web amei.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43
Linda a web amei.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43
Linda a web amei.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43
Linda a web amei.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43
Linda a web amei.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43
Linda a web amei.
-
kikaherrera Postado em 24/08/2010 - 00:21:43
Linda a web amei.
-
jl Postado em 22/08/2010 - 19:35:34
AAAAAAAaa
Que lindo *----*
Muito bom essa web. Obrigado por transcrever :) -
jl Postado em 22/08/2010 - 19:35:28
AAAAAAAaa
Que lindo *----*
Muito bom essa web. Obrigado por transcrever :)