Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Na rua, ela se encaminhou para uma praça e ficou olhando as crianças brincando.

"Deus vai me ajudar. Ainda vou vir aqui com a Kate e com essa criaturinha que trago dentro do ventre. E com Poncho, é claro..."

Poncho, aflito, chamava por Annie.

"Onde será que ela foi? Deveria, pelo menos, me dizer que ia dar uma volta. Será que não significo mais nada para ela? Será que naquela discussão ultrapassei  todos os limites do bom senso? Meu Deus, que fui fazer? Deveria ter sido mais solidário, mais amigo. Mas, como uma criança frustrada, mergulhei no silêncio da minha dor. Annie não merecia tanta in­diferença. Ela merecia única e exclusivamente o meu apoio. Onde já se viu agir da maneira que agi? A dor, o sofrimento, se tornam muito menos pesados quando compartilhados. Tenho medo que agora ela tenha de­finitivamente desistido do nosso relacionamento. E o que será a minha vida sem ela?"

Desesperado, Poncho sentou-se no sofá da sala e segu­rou a cabeça com as mãos.

• - Eu amo muito aquela mulher. Ela passou a ser a razão da minha vida, Annie é tudo para mim.


• - É verdade isso o que está dizendo, Poncho? - Annie que havia chegado e parado junto à porta, perguntou.


• - Annie!

Nesse instante o telefone tocou.

-    Deixa que eu atendo - ela disse e foi atender à chamada.

Em silêncio, Poncho se aproximou dela e pegou Kate.

-    Sei - Annie dizia. - Tem certeza?
Alguns segundos se passaram.

-    Tudo bem, doutor, o senhor não sabe como estou feliz por ouvir isso. - Ela fez uma pausa. - E quando isso vai acontecer? Certo. Certo. Entendido. Tem cer­teza que agora é definitivo? Tudo bem, muita obrigada.

De uma maneira plácida, ela colocou o telefone no gancho e perguntou:

• - Aquilo que você estava dizendo quando eu entrei é verdade, Poncho?


• - É verdade, sim. Eu te amo, Annie. Te amo tanto que tenho certeza que vou enlouquecer se um dia você me deixar.

Annie se aproximou dele e, depois de beijá-lo de leve nos lábios, pediu:

• - Repita o que acabou de me dizer.


• - Eu te amo, Annie. Eu te amo.


• - É muito bom ouvir isso, querido. - Com cuidado, por causa de Kate que continuava nos braços dele, Annie o abraçou. - Eu também te amo. E esse amor que eu sinto é a coisa mais linda que me aconteceu.


• - Desculpe-me pelo que eu lhe disse. Estava ner­voso, inseguro, tinha muito medo de perder Kate. Te­mia que, se ela fosse embora, você também me deixaria.


• - Nunca pensei na hipótese de deixá-lo, Poncho. Nunca.


• - Mas eu agi de uma maneira muito insensível.


• -Agiu, sim. Mas dá para entender o que aconteceu com você.


• -Annie, jamais pensei que um dia eu iria ter uma família. Aí, quando tudo parece estar em ordem, a Susy liga para destruir tudo.


• -A Susy, agora, já não mais nos ameaça.


• -Não? - Ele a fitou espantado. - O que está querendo dizer com isso?


• -O telefonema que acabei de receber era do meu advogado.


• -E o que ele queria?


• -Ligou para nos dizer que Susy desistiu de vez da Kate.


• -Ela fez isso?


• -Fez.


• -Mas aquela menina está muito confusa, a qual­quer momento ela pode voltar atrás. Afinal, ela sempre voltou atrás nas decisões que tomou.


• -Pelo que o advogado me disse, dessa vez é defi­nitivo. Ela arrumou um outro namorado e resolveu ir morar com ele em Miami.


• -Não acredito.


• -Pois pode acreditar, meu amor.


• -Mas ela deveria pelo menos ter ligado para você.


• -É o que nós faríamos no lugar dela. Mas Susy resolveu jogar tudo para o ar e ir embora.


• -E a adoção?


• -Quem vai tratar disso agora é o advogado dela. E Suzy deixou uma carta onde diz que Kate é nossa. E já assinou tudo o que precisava assinar.


• -Verdade? - Poncho perguntou, sorrindo. - Quer dizer que a Kate vai ficar conosco?


• -Vai, vai, sim.


• -Isso é maravilhoso, meu amor. Maravilhoso! - Ele a beijou.

Kate, que até aquele momento continuava dormindo, abriu os olhinhos.

• -Viu só? - Annie se fez de zangada. - Você acordou a nossa filha.


• -Mas ela também precisava participar desse mo­mento de felicidade.


• -É verdade... Kate também precisava participar desse momento de felicidade: não é sempre que se ga­nha um irmãozinho.


• - Não, entendi, Annie. O que está querendo dizer com isso? Será que resolveu adotar uma outra criança?


• - Não, pelo menos por enquanto, não vou adotar uma outra criança.


• - Então, como é que a Kate vai ter um irmãozinho?


• - Você acredita em milagres? - ela perguntou e olhou para o próprio ventre.


• - Milagres? Eu...


• - Se não acredita, pode começar a acreditar. Estou chegando do médico.


• - Você... você está grávida?


• - Estou, estou sim. Breve seremos quatro.


• - Meu Deus! Estou me sentindo o homem mais feliz do mundo!


• - E eu, papaizinho, estou me sentindo a mulher mais feliz do mundo!

FIM