Fanfic: Promessa de Paixão AyA (Terminada)

Já fazia meia hora que Annie  estava trabalhando. Kate, no berço, estava profundamente adormecida. De repente, a porta da loja se abriu. Era Beth.

-    Quer, dizer, então, que essa é a sua filha?
Beth, de cabelos longos, pretos, era muito parecida com Poncho.

• - É ela mesma!


• - Mas ela é linda, Annie. Parece um anjo.


• - Obrigada, Beth. E o Tyler, onde está?


• - Acabei de deixá-lo na escola e vim correndo para cá. Estava louca para conhecer Kate. Sabe que ela parece um pouco com você?


• - Mas os meus cabelos são castanhos.


• - Estou me referindo ao nariz, ao formato do rosto. Ela realmente é muito parecida com você.


• - Fico feliz em saber. O Tyler também é muito parecido com você.


• - E mesmo.


• - E ele, como está?


• - Cada vez mais malandro. Hoje pela manhã, não queria vestir o uniforme da escola. Sabe o que ele que­ria vestir?


• -Não. - Annie sorriu.


• -O roupa do Super-Homem.


• -E você? O que fez?


• -Acabei aprontando a maior briga com ele.


• -E ele vestiu o uniforme da escola? - Annie per­guntou curiosa.


• -Mas é claro que vestiu. Mas primeiro tive que ter uma longa conversa com o meu filho.


• -Meu Deus... Essas crianças de hoje são terríveis.


• -Logo, logo elas vão nascer falando. Não acha que o meu filho está se tornando muito malandro? - Beth deu uma risada.


• -Está, sim.

Naquele instante, Poncho entrou na loja.

• -Oi, maninho.


• -Oi, Beth. Mas me diga: o que você está fa­zendo aqui?


• -Vim conhecer Kate.


• -Mas, pelo que estou sabendo, seu curso começa hoje.


• -Curso? - Annie perguntou feliz. - Você voltou a estudar?


• -Vou começar aprender um pouco de informática. E isso foi idéia do meu maninho. E ele quem vai me pagar o curso.


• -Mas isso é muito bom, Beth. Tenho certeza que com esse curso vai acabar encontrando um excelente trabalho.


• -E o que espero.


• - E como está o Tyler? Não o vejo há desde ontem cedo.


• - Seu sobrinho está ótimo. - E Beth contou ao irmão o que havia acontecido naquela manhã. Depois, resolveu contar uma outra história que havia acontecido no dia anterior. Quando terminou, perguntou: - Meu filho não é mesmo o máximo?


• -O Tyler é um menino muito esperto.


• -Esperto? Tenho certeza que logo, logo ele vai me deixar maluca, Annie. - A garota olhou para Poncho. - Estou precisando um favorzinho seu.


• -E que favorzinho é esse?


• -Gostaria que me construísse uma jaula.


• -Uma jaula? - Poncho não tinha entendido o porquê daquele pedido.


• -E, uma jaula! E com grades bem reforçadas!


• -E o que você vai fazer com uma jaula? - Poncho, preocupado, quis saber.


• -Vou trancar o seu sobrinho dentro dela. Aquele garoto está ficando impossível!


• -Você é maluca, Beth!


• -Mas essa é uma grande idéia, não acha? - Beth deu uma gargalhada. - Do jeito que ele está ficando voluntarioso, só uma jaula resolveria a minha situação.


• -Uma criança, para se desenvolver, precisa ter todo espaço possível e ser tratado com muita paciência pelos adultos - Poncho afirmou.


• -E também precisa de alguém ao lado dela o dia inteiro.


• -Isso faz parte da vida.


• -É verdade, maninho, mas queria ver você toman­do conta do seu sobrinho. Também ia acabar pensando numa jaula - Beth o provocou.


• -Uma criança precisa ser muito respeitada.


• -E a mãe da criança? Será que também não merece respeito? - Beth continuava com a provocação. - E eu que estava pensando que pudesse criar um novo homem, uma criança meiga, delicada... Não adiantou nada eu ter comprado para Tyler várias roupas cor-de-rosa assim que ele nasceu.

Annie estava rindo da maneira que Beth falava com Poncho. Ele, por sua vez, estava levando muito a sério a conversa.

-    Você tem que ter paciência com o garoto, Beth -   ele aconselhou.

• -Paciência eu tenho, maninho. O que eu não tenho é saúde. Afinal, estou ficando velha, logo vou completar vinte e cinco anos.


• -E você acha que vinte e cinco anos é uma idade tão avançada assim?


• -Para cuidar de um garoto como o seu sobrinho, estou me sentindo uma anciã.


• -Não estou gostando nada dessa conversa.


• -Tive uma idéia: sempre que possível, vou trazer o Tyler aqui para ele ajudá-lo.

Poncho não respondeu nada. Apenas mordeu o lábio inferior.

-    Viu só? - Beth voltou a dar uma gargalhada. -  Ficou assustado, hem?

• -Não, eu não fiquei assustado. Só que uma mar­cenaria não é lugar para uma criança tão nova. Mas quando ele crescer mais ficarei muito feliz em poder ensinar a minha profissão a ele.


• -Eu adoraria que fizesse isso. Aí, poderia parar de trabalhar bem mais cedo do que estou imaginando.

- Beth virou-se para Annie e perguntou: - Sabia que meu irmão trabalhou feito um doido para poder aprontar o berço hoje? Quase não consegui dormir à noite, tamanho o barulho que ele fazia.

• -Beth, o que é isso? - Existia repreensão na voz de Poncho.


• -E será que estou mentindo? E a mais pura ver­dade, Annie.


• -Eu tinha que terminar o berço. Kate estava dor­mindo num carrinho.


• -E agora ela está dormindo no berço mais bonito que existe em Michigan! - Beth deu um beijo no rosto do irmão. - Você é o melhor marceneiro que eu conheço.


• -Pelo que sei, você não conhece mais nenhum outro marceneiro.


• -Por isso mesmo, querido. - Beth deu um outro beijo no rosto de Poncho. - Por isso mesmo, você é o melhor que eu conheço.