Fanfic: Tudo Muda, Tudo Troca de Lugar

Até ontem eu achei que me sentiria bem o suficiente para enfrentar a barra de voltar do internato, de ir pra velha escola.. ou não! Talvez não seja esse o meu problema, ele se resume em cinco letras. A minha vida mudou completamente, tive uma revolução depois de ter passado dois anos fora da minha escola reatual. Eu pintei meu cabelo, emagreci 18 quilogramas, coloquei um piercing e ando usando roupas mais desejáveis. Eu virei rebelde talvez, meus pais resolveram me deixar voltar daquele hospicio quando descobriram que eu perdi minha virgindade com um garoto maior que eu. Pra quem não sabe, minha familia é muito a favor do tempo de experiencia, eles só aceitariam que eu perdesse a virgindade com alguém próximo da familia e com a minha mesma idade. Minha familia é bem sucedida mas não chega a ser rica, me mandaram para um internato no sul do país para que eu perdesse totalmente o contato com a minha escola reatual, ou melhor.. com o Diego. Vontade de ver ele talvez eu não tenha, meus pais fizeram o favor de arrancar todas as lembranças que eu tinha dele. Eu me sinto um monstro, eu ainda o amo.. mas por consequencia não me lembro mais de como o rosto dele era, não tenho mais fotos dele. Não me lembro quantos ele tinha, me esqueci completamente de todas as coisas que nós passamos juntos. A un ica coisa fluente desses dois anos que eu lembro dele, é o nome. Infelizmente não era o que eu gostaria, talvez ninguém mais acredite que eu ainda goste dele. Realmente meus pais foram muito cruéis comigo, ja faz alguns meses que eu perdi contato com a Carol, ela era minha melhor amiga mas talvez isso tenha nos afastado! Os meus pensamentos não são mais tão fluentes, eu ouço os pés da aeromoço toda hora tocar no chão suspenso da nave, pude sentir ela tocar em meu ombro. Eu estou sonhando? 

- Senhorita precisamos esvaziar o avião. 

Olhei pra ela, senti ela observar meus olhos azuis, eu assenti com um simples gesto ainda muda. Peguei minha bolsa e a envoltei sobre meu corpo a deixando cair no meu ombro. Me levantei e pude observar que eu era a unica que ainda estava sobre a nave. Quando desci das pataformas pude ouvir vozes familiares mas não me lembrava de nenhuma delas. Peguei minhas malas que não eram tantas, meus pais me fizeram sobreviver com os uniformes do internato. Foi estranho sentir que eu estava devolta a minha cidade de nascença. Foi doloroso ver como as coisas mudaram e eu não acompanhei! Caminhei a porta de acesso ao saguão e reconheci o meu irmão maior e minha irmã de 13 anos. Por incrivel que pareça ela ainda lembrava de mim e de como eu sou, ela correu até mim e me abraço.. a vontade de chorar foi grande pra quem não a via a dois anos. Eu ainda estava muda e inquieta quando Nicolas se aproximou de mim. 

- Bem-Vinda de volta gracinha! 

- Obrigado Nic. 

Minha voz saiu tão rouca como eu achava que sairia, talvez a dor de olhar pra eles e ver que eu não acompanhei o crescimento e o rendimento de dois anos de suas vidas estariam me afetando. Enquanto eu me revoltava a milhões de quilômetros deles, eles estavam constituindo a suas vidas, Nic finalmente havia se formado a um ano e meio, não compareci na sua formatura.. meu pais ainda achavam que eu não estava esquecida o bastante de Diego. Luisa se formou no ensino básico de 1º a 4º ano e também não estive lá. Talvez o monstro dessa história fosse o meu pai, sempre rigoroso o bastante para fazer a cabeça da minha mãe. Ela tem um coração mole mas acha que tudo que o meu pai diz é o certo pra mim. Nicolas e Luisa se pareciam bastante.. e eu não tinha nada a ver com eles, eu não me identificava como irmã desses dois. Eu me sinto uma estranha. Quando saimos do aeroporto e pegamos o caminho de volta para a casa, a vontade de chorar voltou. Eu olho pelo vidro fumê e vejo o crescimento que eu devia ter acompanhado, os grupos de garotos e garotas nas ruas saindo dos shoppings, as crianças no parque e os arranhacéus que se montavam na grande cidade da qual eu desreconheço. A viagem continuou e eu fechei os olhos, não era muito confortavel ficar olhando o que eu perdi, o que me forçaram a perder. Quando Nic disse que haviamos chegado, eu não havia entendido. Aquele prédio gigante não era nosso. Enquanto eu estranhava ele abria a porta para mim. 

- Onde estamos? 

- Em casa. Linda né? O papai deixou a gente escolher entre uma cobertura e uma casa de condominios. A cobertura saiu mais em conta, e não se preocupe, os elevadores são privativos. 

Pelo jeito que Luisa falava, ja havia um bom tempo que estavam lá. Quando eu passei pelo porteiro ele me deu um sorriso amável. Me disse palavras sinceras e doces, como se me conhecesse. 

- Eu quero que me expliquem o que ta acontecendo? Que lugar é esse?