Fanfic: Paixão Fatal
— Está insinuando... — Conrad começou, furioso, mas Christopher já voltava para o carro.
Uma vez na estrada, a raiva deu lugar a uma dor profunda, provocada pela saudade da filha. Apesar de todos os seus esforços, a situação não mudara e Christopher tinha vontade de chorar, ao pensar no mal que fizera a si mesmo.
Bem, de nada adiantaria permitir que a atitude de Conrad o deprimisse e, assim, Christopher decidiu visitar Wayside e fazer as pazes com Lacey.
Porém, lembrou-se de que deveria informar a governanta de que Rachel não iria almoçar com eles. Agnes Muir ficaria tão decepcionada quanto ele.
Quando entrava no haras, teve de brecar bruscamente, para não atropelar uma adolescente. A menina parecia indecisa quanto a tomar a direção da casa, ou dos estábulos. Era relativamente alta e esbelta e usava uniforme escolar. Embora tivesse certeza de que não a conhecia, Christopher notou algo familiar no rosto jovem. Abriu a janela.
— Posso ajudá-la? — Christopher inquiriu.
— Estou procurando... por minha mãe... — a menina gaguejou. — Ela trabalha aqui... Chama-se Dulce...
— Dulce Hughes?
— Sim.
— É filha dela? — Christopher perguntou, surpreso, pois não sabia que Dulce era casada. — Se entrar no carro, posso lhe dar uma carona até os estábulos.
—Bem,eu...
— Sou Christopher Kellerman. Tenho certeza de que sua mãe a ensinou a não aceitar caronas de estranhos, mas sou o dono desta propriedade. Entre. — Abriu a porta e, assim que a menina se acomodou, perguntou: — Não deveria estar na escola, a esta hora?
Ela lhe lançou um olhar maroto.
— É exatamente o que mamãe vai dizer, mas não vou voltar para lá. Ao menos, não hoje.
— Algum problema? — Christopher indagou. — O que quer que tenha acontecido, não poderia esperar até a noite?
— Mamãe também vai dizer isso. Ela fala muito em boa educação e coisas assim, mas nem sempre é tão fácil quanto parece.
— Está enfrentando problemas — ele afirmou, enquanto punha o carro em movimento. — Não é fácil convencer as pessoas de que está dizendo a verdade. Eu sei como é isso.
— Imagino que saiba — ela declarou, mas voltou a corar. — Desculpe. Não deveria dizer isso, pois não sei nada sobre o senhor.
— O que não impediu muita gente de emitir suas opiniões — Christopher replicou com ironia. Então, sorriu, satisfeito por encontrar alguém capaz de admitir seus próprios preconceitos.
— Bem, já que sou uma autoridade no assunto, por que não me conta o que a está perturbando? Que escola frequenta?
— Lady Montford.
— E está encontrando dificuldades nos estudos?
— Não! — ela exclamou, indignada. — Não tenho dificuldades para aprender. E essa é justamente uma parte do problema.
Christopher avistou os estábulos e lamentou que o trajeto fosse tão curto. Estava gostando de conversar com ela e queria descobrir o que a levara até ali.
— E qual é o problema... Bem, você ainda não me disse o seu nome.
— Joanne.
— Muito bem, Joanne. Por acaso, suas colegas a estão perturbando por que você é melhor do que elas, nos estudos?
— Não.
Christopher gostaria de continuar, mas já haviam chegado ao seu destino.
— Bem, seja o que for, tenho certeza de que sua mãe será capaz de compreender.
— Acha mesmo? — Joanne mostrou-se cética. — Não conhece mamãe como eu. Alguma vez, já fez alguma coisa que sabia estar errada e, depois, se arrependeu, sr. Kellerman? Algo que gostaria de deixar para trás, mas que algumas pessoas não permitem que se esqueça?
— Todos nós fazemos coisas das quais nos arrependemos. No meu caso, foi escolher a esposa errada, mas não vamos discutir isso. O que você pode ter feito de tão errado? Quantos anos tem?
— Doze.
— Com doze anos, o que você pode ter feito de tão mau?
— Não é preciso ser maior de idade para infringir a lei. Ah, meu Deus! Mamãe vai me matar, quando descobrir!
Christopher estudou-a por um momento. Joanne parecia estar falando sério. O que quer que tivesse feito, acreditava que causaria sofrimento à mãe. Mas, o que ela fizera? Matara aulas? Desrespeitara um professor? Tomara drogas? Christopher foi tomado de profunda apreensão, ao mesmo tempo em que dizia a si mesmo que aquela garota não tinha nada a ver com ele. Ainda assim, não pôde se conter.
— Você não cheirou cola, ou algo parecido, não é?
— Não sou idiota, sr. Kellerman. Nunca tomei drogas, embora já tenham me oferecido.
Christopher ficou horrorizado. Haviam oferecido drogas a uma garota de doze anos! Para onde o mundo ia, afinal? Seria possível que as crianças não pudessem mais ter infância?
— Fico contente em ouvir isso — disse, esforçando-se para esconder os verdadeiros sentimentos. — Se não tomou drogas, não creio que tenha motivo para se preocupar tanto.
— O senhor não sabe de nada! — Joanne exclamou, irritada, e saiu do carro. — Tente dizer à minha mãe que eu não queria roubar o batom.
Christopher suspeitou que ela não havia planejado contar-lhe a verdade e, pela expressão no rosto dela, Joanne já se arrependera.
Quando já se preparava para manobrar o Range Rover, Christopher deu-se conta de que Joanne continuava parada, sem saber para onde ir. Ignorando a voz interior que o advertia contra envolver-se naquela questão, desligou o motor e saiu do carro.
— Joanne — chamou. — O escritório fica ali — apontou.
Ela se virou e, quando se aproximava da porta, Dulce apareceu.
— Joanne! — exclamou, ignorando Christopher, exceto por um olhar rápido e nervoso na direção dele. — O que está fazendo aqui?
— Mamãe..,
— Não deveria estar na escola? Ainda são onze horas! Aconteceu alguma coisa? Sua avó...
— Vovó está bem.
— Então, por que o sr. Kellerman...
— Eu a encontrei no portão — ele explicou, percebendo que Dulce tremia de frio. — É melhor vocês duas entrarem no escritório, antes que fiquem doentes.
— O quê? — ela indagou, parecendo confusa. —Ah, sim... Joanne, acabei de preparar chá. Entre e sirva duas xícaras.
Os lábios de Christopher se curvaram.
— Uma atitude muito apropriada, considerando-se o que fiz ontem — murmurou.
— Bem, eu... — Mais uma vez, a ansiedade de Dulce tornou-se óbvia. — Se quiser se juntar a nós, sr. Kellerman, será bem vindo.
— Serei?
Estudou-a com olhar cínico, pensando que era muito fácil desconsertá-la. Então, foi invadido por um sentimento de pesar, provocado pelo fato de ela ser casada e, portanto, estar fora de seu alcance. Com a experiência que tivera, ele jamais submeteria outro homem ao que ele mesmo tivera de enfrentar.
Autor(a): karoles
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— Quem sabe um outro dia — replicou por fim, lançando um olhar para a porta aberta, que Joanne acabara de atravessar. — E vá com calma. Acho que sua filha está atravessando um momento difícil. — Acha o quê? — Dulce inquiriu, sem esconder o ressentimento provocado pelo comentário. &mda ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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marques Postado em 30/07/2008 - 15:38:37
Posta ++++++++
EStá muito lagal,
Estou muuuito curiosa
Posta
Bjs -
tikalili Postado em 18/07/2008 - 00:26:42
nossa posta mais
amei
posta +++++++++++++
bejokas -
raissar Postado em 17/07/2008 - 20:14:53
posta mais
bjos -
raissar Postado em 05/07/2008 - 08:43:39
posta mais tá otima
bjos -
karoles Postado em 20/05/2008 - 09:00:24
Novo Capítulo em PAIXÃO FATAL!!!
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karoles Postado em 16/05/2008 - 16:41:24
Postei em PAIXÃO FATAL!
Comentem x) -
karoles Postado em 13/05/2008 - 15:08:35
Postei em Paixão Fatal =)))
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raissar Postado em 11/05/2008 - 19:43:47
passa na minha web karoles? se chama garotas rebeldes tem uma enquete lá, tenho tbm uma web de supense e uma polical.
bjos! -
raissar Postado em 11/05/2008 - 19:42:20
posta mais, quero q chegue logo amanhãp ra ler sua web karoles!
bjos! -
karoles Postado em 11/05/2008 - 19:37:50
No próximo post de Paixão Fatal:
Um raio de luar iluminou a bolsa que Dulce levara para o quarto, com medo de que a filha, ou a mãe, pudesse encontrar o dinheiro. De onde viera aquele dinheiro? Era legal? Por quê, exatamente, Henry Sawyer queria que Dulce en-contrasse sua esposa?